Devido à pandemia do coronavírus, a Agência Aids passou a publicar vídeos de ativistas que revelam como tem vivido e se comportado com o isolamento social para colaborar na luta contra a Covid-19. Dentre os depoimentos mais recentes, você pôde conferir os atividas Américo Nunes e Moisés Toniolo, contando um pouco mais sobre sua rotina durante a quarentena.

O  mais recente balanço dos casos da Covid-19, divulgado nessa terça-feira (14), mostrou que, no total, são 23.430 casos oficiais confirmados no país até agora, segundo o governo, e 1328 mortes.

Hoje, a Agência Aids traz o depoimento da ativista na luta contra a hepatite C, Jeová Fragoso:

Entusiasmado pela vida, santista, pai da Danielli, de 42 anos, e marido da Sandra, Jeová Pessin Fragoso, hoje com 62 anos, já coleciona mais de duas décadas na luta contra a hepatite C. E não é por acaso. Era 1994, quando recebeu o diagnóstico positivo para o vírus C. A notícia veio depois de uma doação de sangue. Na época, sem muitas informações, procurou um especialista e a única recomendação que recebeu foi para que continuasse levando a vida normalmente. “Sai do consultório bem tranquilo, o médico disse que eu tinha anticorpos da hepatite C e que o meu próprio organismo teria rebatido o vírus. Fiquei feliz da vida e acreditei que estava curado.”

Cinco anos depois, a doença silenciosa, que ataca as células do fígado, um órgão fundamental à vida, começou a dar sinais de que a saúde de Jeová já estava comprometida. “Trabalhava na Petrobrás e em um dia comum comecei a sentir dores abdominais, tinha me esquecido da hepatite C, pensei que estava com gastrite. Quando voltei ao médico e ele verificou o prontuário resgatou a história da hepatite.”

A partir daí Jeová descobriu que viver com hepatite C era mais sério do que imaginava. “O médico me pediu o exame PCR – um teste mais detalhado que confirma se há atividade do vírus no sangue. Em 1999, esse exame custava R$ 1680 e o meu convênio não cobria. Descobri que até no SUS era difícil ter acesso. Claro que paguei pelo exame, precisava saber qual era a minha condição clínica, mas ao mesmo tempo fiquei pensando nas pessoas que também precisavam fazer o teste e não podiam pagar por ele.”

Em 2014, seu organismo chegou ao limite com os efeitos severos do vírus C. “Eu não tinha mais o que fazer, meu fígado estava descompensado, tive que recorrer a um transplante. A fila pela espera do órgão não era mais por ordem de chegada e sim pela gravidade da doença. Tive encefalopatia, confusão mental e quase cheguei a óbito.”

Sua meta enquanto ativista é fazer com que a testagem seja intensificada. “O Brasil se comprometeu a eliminar a hepatite C como problema de saúde pública até 2030, estamos trabalhando para isso.”