Com o tema “Os desafios da sífilis congênita em tempos de Covid-19”, especialistas de saúde debatem diminuição na notificação da doença; em 2020, apenas 1,3 mil casos foram notificados entre janeiro e junho

Para consolidar as estratégias de combate voltadas à redução da sífilis congênita, a Secretaria de Estado da Saúde promove, em 26 e 27 de outubro, das 9h às 12h, a 5ª Semana Paulista de Mobilização Contra a Sífilis Congênita, com seminários virtuais em que especialistas de saúde compartilham dados, ideias e novas ações de enfrentamento da doença. Dados preliminares de 2020, até junho, indicam que a doença já atingiu cerca de 1,3 mil crianças em SP.

O foco do evento está no tema “Os desafios da sífilis congênita em tempos de Covid-19”, que pretende debater a redução da notificação da doença durante o período de pandemia e os impactos futuros.

O encontro é realizado anualmente no “Outubro Verde”, mês dedicado à conscientização e prevenção da sífilis congênita. As inscrições estão abertas e podem ser feitas através de formulário online pelo link: https://bit.ly/2GTXk6C. Podem participar gestores federais, estaduais e municipais de saúde; profissionais de saúde da rede pública, privada e suplementar, e estudantes e representantes da sociedade civil.

“Essa troca de experiências tem a finalidade de incentivar o debate para o reforço das estratégias e definição de novas ações de prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e eliminação da sífilis congênita”, explica a coordenadora da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis do programa estadual, Carmen Silvia Bruniera Domingues. “A pandemia de Covid-19 tem imposto situações que afetam diretamente nas ações realizadas nos serviços de atenção primária à saúde”, destaca.

As salas virtuais acontecerão por web conferência na plataforma Zoom e serão transmitidas em tempo real pelo canal oficial do Centro de Referência e Treinamento (CRT) DST/Aids-SP no YouTube, através do link: https://bit.ly/2SScH1A. A programação pode ser acessada em: https://bit.ly/34c5UX7.

A iniciativa acontece desde 2016 através de uma parceria do Programa Estadual de Infecções Sexualmente Transmissíveis/Aids e Atenção Básica, da Secretaria de Estado da Saúde, com o Conselho de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS). Desde sua primeira edição, o evento tem contribuído para a discussão sobre sífilis como problema de saúde pública.

Dados 

A sífilis pode ser transmitida através de relações sexuais desprotegidas (sífilis adquirida), que pode acometer a população adulta e as gestantes; por transmissão vertical (sífilis congênita), quando ocorre a transmissão da doença da mãe para o bebê durante a gravidez (sífilis gestacional). Quando não tratada, a doença pode evoluir a estágios de maior gravidade, comprometendo órgãos internos como coração, fígado e sistema nervoso central.

No Estado de São Paulo, foram notificados 43.443 casos e 560 óbitos por sífilis congênita desde 1986. A doença vem apresentando redução nos últimos anos: em 2019, foram registrados 4.013 de casos, contra 4.052 em 2018 e 4.141 em 2017. Os dados refletem estabilidade na taxa de incidência, em torno de 6,9 casos por mil nascidos vivos até o ano passado.

Contudo, a taxa de detecção da sífilis em gestantes continua em ascensão. Em 2019, foram diagnosticados 12.676 gestantes com sífilis, contra 12.650 em 2018 e 10.804 em 2017. Já em relação à sífilis adquirida, foram 37.299 casos em 2019, 38.157 em 2018 e 37.176 em 2017.

O aumento na detecção das gestantes com sífilis e nos casos de sífilis adquirida, associado ao tratamento oportuno e adequado, tem contribuído para evitar casos de sífilis congênita.  “Se uma gestante com sífilis não for tratada, pode transmitir a doença para o seu bebê, que pode nascer prematuro ou apresentar manifestações ósseas ou neurossífilis.”, destaca Carmen.

O Programa Estadual DST/Aids-SP disponibiliza tratamento e testes de sífilis e anti-HIV, que visam o diagnóstico precoce e podem ser realizados o ano todo. Essa política tem contribuído para o diagnóstico e tratamento oportuno de gestantes durante o pré-natal.  Mais informações podem ser encontradas no site www.crt.saude.sp.gov.br.

 

Fonte: CRT São Paulo