A Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids (RNP+Brasil) se pronunciou sobre a fala LGBTbóbica da cantora e pastora Ana Paula Valadão ao afirmar em seu programa Diante do Trono, apresentado por ela na Rede Super, a religiosa afirmou que a aids é consequência do pecado cometido pelos LGBTs.

A insituição manifestou repúdio à colocação de Ana Paula afirmando que “falas como essas aumentam o estigma e preconceito sobre as pessoas vivendo com HIV e aids que por anos sofrem com discursos fundamentalistas que só trazem sofrimento físico, social e mental”. Veja a nota na íntegra:

 

A Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids (RNP+Brasil) é um movimento social iniciado em 1995 que visa o fortalecimento individual e coletivo e agrega pessoas vivendo com HIV e aids em todas as regiões do País, vem por meio desta manifestar seu repúdio às declarações LGBTfóbicas e sorofóbicas de Ana Paula Valadão, feitas no programa “ diante do trono” em 2016 e que viralizou agora na internet.

É lamentável a falta de informação e o teor preconceituoso na fala dessa pessoa, mesmo diante de quase 40 anos da epidemia do HIV/aids no Brasil.

Primeiro, não existe contaminação de ninguém por aids, as pessoas são infectadas pelo HIV. Segundo, não são somente gays que são infectados, todas as pessoas com vida sexual ativa, independente de sua orientação sexual, se não se prevenirem podem ser infectadas pelo HIV.

De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV/Aids do 2019 do Ministério da Saúde, a proporção calculada de 57,74% das infecções pelo HIV são de pessoas heterossexuais. Por fim ninguém escolhe ser gay ou hétero.

Falas como essas são muitos perigosas e prejudiciais, pois trazem um teor de punição divina e isso faz com que as pessoas demorem para fazer o teste e, dessa forma, retardem o tratamento caso estejam com HIV.

O HIV tem tratamento e quanto antes a pessoa (indiferente da orientação sexual) procurar saber sua sorologia, poderá iniciar o tratamento, e assim, controlar a replicação do vírus. Desta forma, preservará sua imunidade e a qualidade de vida, podendo chegar ao status de indetectável. Isto significa também que o HIV fica intransmissível sexualmente.

Falas como essas aumentam o estigma e preconceito sobre as pessoas vivendo com HIV e aids que por anos sofrem com discursos fundamentalistas que só trazem sofrimento físico, social e mental.

A RNP+Brasil vê a postura de Ana Paula Valadão como extremamente preconceituosa e discriminatória.

Chega de desinformação e de preconceito. Não ao estigma e à discriminação!

O fundamentalismo religioso estigmatiza, segrega e mata!

 

Dica de entrevista

RNP+ Brasil

e-mail: comunica@rnpvha.org.br