Fernando Impagliazzo lança seu segundo livro de poesia pela editora Hecatombe/Urutau, o Promíscuo, tenta lançar luz à vulnerabilidade do homem com HIV. O livro integra o projeto MilTons de Escrita em resposta aos retrocessos na edução brasileira. Na obra, o autor trabalha acerca de questões como: O que é ser homem? Como lidar com a vulnerabilidade vinda do nosso machismo aprendido por anos? Há uma outra maneira de (re)pensar a sexualidade, o corpo, o sexo? Como é, em 2021, conviver com o HIV?

Fernando nasceu no Rio de Janeiro, é poeta, professor, pesquisador, editor da revista toró e autor de Prova das Nove (2014). Mestre e doutorando em literatura brasileira pela UFRJ, pesquisa a poesia do início do século 20. Integrou a antologia Tente Entender o Que Tento Dizer: Poesia + HIV/Aids (bazar do tempo, 2018) com organização de Ramon Nunes Mello. Publicou poemas em revistas eletrônicas como Mallarmargens e Ruído Manifesto. 

O autor vive com HIV desde 2009, e o diagnósitco o “fez pensar em uma proposta de desconstrução poética da nossa sexualidade masculina e frágil. Todo o homem usa uma capa imortal que não o protege de nada. Ser homem, afinal, é a vulnerabilidade de ‘deixar um vazio entre as pernas, ‘de deixar de ser tão homem’.”

A partir de um jogo linguístico com a palavra que dá título ao livro, (pro+misceo), o poeta mostra que, ninguém está isento de se sentir vulnerável, como retrata um de seus poemas “todo o homem quer abafar o seu grito histérico” (Histérico). O livro fala também da vulnerabilidade e do medo de sair, “o medo de passar doença”, “o medo de pegar doença”.

Fernando afrima que é preciso entender que “a carreira de um homem é sempre do tamanho do solo e que, apesar do machismo, da sorofobia, do coronavírus ainda resistirem, nós precisamos resistir a eles, pela linguagem.”

“Fernando Impagliazzo apresenta seu novo livro de poemas — “Promíscuo” — ao extrair de suas relações afetivas (e aflitivas) a volúpia com a linguagem. A partir do enfrentamento diário do estigma e do preconceito, o poeta se instrumentaliza para fazer da linguagem sua aliada na luta com a própria palavra. O adjetivo-título do livro — frequentemente utilizado por moralistas para condenar a liberdade sexual — tem seus significados ampliados, permitindo ao leitor repensar suas relações com o outro e, consequentemente, consigo mesmo”, afirma o Poeta Ramon Nunes.

Mais informações

Livro Promíscuo

Coleção MilTons de escrita
Autor: Fernando Impagliazzo
Preço: R$ 40,00
Editora Hecatombe/Urutau

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