Promover um estilo de vida saudável deve ser uma prioridade em campanhas de conscientização sobre câncer de mama e saúde em geral, incluindo a saúde das mulheres vivendo com HIV.
Com a campanha Outubro Rosa se aproximando do fim, a conscientização sobre o câncer de mama deve se manter ao longo do ano. Em entrevista à Agência Aids, o oncologista Dr. Daniel Gimenes, da Oncoclínicas, ressaltou a importância do diagnóstico precoce e da prática regular de atividades físicas na luta contra a doença.
Dr. Gimenes identificou os principais fatores de risco para o câncer de mama, destacando que ser mulher é o mais significativo. “O sexo feminino confere um risco muito grande, especialmente em mulheres mais velhas e naqueles com histórico familiar. Outros fatores de risco incluem a obesidade, a falta de atividade física e certas terapias hormonais”, explicou.
Pesquisas indicam que mulheres que vivem com HIV enfrentam um risco ainda maior para o desenvolvimento de câncer, incluindo o câncer de mama, devido à imunossupressão e ao uso de antirretrovirais. Por isso, a orientação dos especialistas é sobre a necessidade de vigilância constante e exames regulares.
Para mulheres acima de 40 anos, como ou sem HIV, a mamografia é recomendada anualmente. Já as mais jovens, especialmente aquelas com histórico familiar, ainda carecem de um exame eficaz, o que representa um desafio para a detecção precoce. “Precisamos de avanços na detecção, principalmente em relação ao câncer triplo negativo, que está aumentando entre pacientes jovens”, alertou Dr. Gimenes.
Ele também abordou a evolução do número de diagnósticos nos últimos anos. Embora o aumento no número de casos possa parecer alarmante, o oncologista destacou que isso se deve, em grande parte, ao aumento da conscientização e à busca por diagnóstico, o que resulta em melhores chances de cura. “Falar sobre câncer de mama e compartilhar experiências se tornou mais comum, o que ajudou a quebrar tabus.”
Além disso, Dr. Gimenes abordou a baixa probabilidade de câncer de mama em homens, afirmando que, embora não exista um rastreamento específico, a atenção a histórico familiar é crucial.
A prática de atividade física também foi um ponto de destaque na entrevista. O oncologista recomenda pelo menos 30 minutos de exercício diário, cinco vezes por semana, ou atividades mais intensas três vezes por semana, enfatizando que isso pode ajudar a controlar o peso e reduzir o índice de estrogênio.
Por fim, Dr. Gimenes concluiu que promover um estilo de vida saudável deve ser uma prioridade em campanhas de conscientização sobre câncer de mama e saúde em geral, incluindo a saúde das mulheres vivendo com HIV. A eliminação do câncer de mama como um problema de saúde pública é uma meta que deve ser perseguida com determinação, assim como a meta da ONU de eliminar a aids até 2030.
Kéren Morais (keren@agenciaaids.com.br)
Dica de entrevista
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