Na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU79) e na Cúpula do Futuro, realizada em Nova York, líderes globais destacaram a resposta à aids como um exemplo de sucesso do multilateralismo e uma inspiração para enfrentar as crises globais atuais. O evento sublinhou a importância da cooperação internacional, usando o combate ao HIV como um modelo de esperança e solidariedade.
Winnie Byanyima, diretora executiva do Unaids, afirmou em seu discurso à Assembleia Geral: “O multilateralismo não é uma teoria – é a maneira como salvamos vidas e mantemos o mundo seguro.” Byanyima ressaltou que quando líderes globais trabalham unidos em torno de um objetivo comum, grandes conquistas se tornam possíveis.
Em 24 de setembro de 2024, um evento especial organizado pelo Unaids, o Plano de Emergência do Presidente dos EUA para o Alívio da Aids (PEPFAR) e o Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária reuniu líderes de governos, organizações internacionais, empresas e comunidades. Eles discutiram como o multilateralismo foi fundamental para os avanços extraordinários na luta contra a aids e como esse modelo pode ser aplicado a outras crises globais.
A Secretária-Geral Adjunta da ONU, Amina Mohammed, destacou que a resposta à aids exemplifica o que é possível quando os líderes trabalham juntos, enfrentam desigualdades e defendem os direitos humanos: “A resposta à aids mostra o que é possível alcançar quando as comunidades são fortalecidas e a política científica é respaldada pela vontade política.”
De acordo com dados do Unaids, mais de 30 milhões de pessoas estavam em tratamento para HIV no final de 2023, em comparação com apenas 7,7 milhões em 2010. Desde então, as mortes relacionadas à aids caíram pela metade, e as novas infecções por HIV entre crianças diminuíram 62%.
Durante a semana da Assembleia Geral, foram feitos compromissos concretos para erradicar a aids até 2030. Esses compromissos incluem garantir acesso universal à prevenção e tratamento do HIV, combater o estigma e a discriminação, promover a inovação e ampliar o acesso a novas tecnologias de saúde, além de mobilizar recursos financeiros tanto a nível nacional quanto internacional.
O Unaids também ressaltou a necessidade de ações audaciosas para combater as desigualdades globais e garantir o financiamento necessário, especialmente na África Subsaariana, onde serviços de saúde e HIV enfrentam sérios déficits financeiros. Byanyima alertou para a crise de financiamento e pediu pela redução da dívida pública e pelo fortalecimento da mobilização de recursos domésticos para apoiar a resposta ao HIV.
Duas jovens ativistas, Ibanomonde Ngema, da África do Sul, e Jerop Limo, do Quênia, participaram do evento e pediram aos governos que incluam os jovens no processo de formulação de políticas. “Os jovens são essenciais para acabar com a aids. Os líderes precisam nos ouvir e nos incluir para garantir que o progresso seja mantido”, afirmou Limo.
O Unaids reafirmou seu compromisso de liderar a luta global para erradicar a aids até 2030, em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e destacou a importância do multilateralismo revitalizado para alcançar essa meta.
Fonte: Unaids