O Dia Mundial de Combate à Hepatite é marcado este 28 de julho sob o tema global “A hepatite não pode esperar”, que expressa a urgência dos esforços necessários para eliminar a hepatite como uma ameaça à saúde pública até 2030.

A campanha mundial 2021 da OMS destaca que as pessoas que vivem com hepatite sem saber não podem esperar para fazer o teste. As que já receberam o diagnóstico não podem esperar por tratamentos que salvam vidas. As grávidas não podem esperar pelo rastreamento e tratamento da hepatite. Os recém-nascidos não podem esperar pela dose da vacina ao nascimento. As pessoas afetadas pela hepatite não podem esperar para acabar com o estigma e a discriminação. As organizações comunitárias que lidam com a hepatite não podem esperar por mais investimentos. Os tomadores de decisão não podem mais esperar para fazer da eliminação da hepatite uma realidade por meio de vontade política e financiamento. A eliminação da transmissão materno-infantil de HIV, hepatite B, sífilis e doença de Chagas não pode esperar.

A OMS pediu aos líderes mundiais que tenham o compromisso de apoiar uma maior integração da eliminação da hepatite, inclusive a programas já existentes. Isso inclui maior compromisso com a quadrupla eliminação da transmissão materno-infantil de HIV, hepatite B, sífilis e doença de Chagas. A Organização falou ainda sobre a importância do financiamento para eliminar a hepatite como uma ameaça à saúde pública. O financiamento impulsionará a eliminação da hepatite dentro dos fluxos de prestação universal de cuidados de saúde.

Novos dados

Segundo os dados de hepatite do Relatório mundial da OMS de 2021, a redução da incidência da infecção por hepatite B é uma das poucas metas de saúde dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que está no rumo certo. Os novos dados mostram que 9,4 milhões de pessoas estão recebendo tratamento contra infecção crônica por hepatite C, um aumento de quase 10 vezes desde 2015. Essa expansão do tratamento foi suficiente para reverter pela primeira vez a tendência de aumento da mortalidade por hepatite C. No Egito, o acesso universal ao tratamento levou a uma queda na mortalidade e na incidência.

As hepatites B e C causam 1,1 milhão de mortes e 3 milhões de novas infecções por ano. Apenas 10% das pessoas com infecções crônicas pelo vírus da hepatite B são diagnosticadas e dessas, apenas 22% recebem o tratamento. No caso da infecção por hepatite C, apenas 21% das pessoas são diagnosticadas e 62% delas recebem o tratamento.

“As reduções de preço tornaram o tratamento contra hepatite C uma intervenção de alto impacto economicamente viável, mas a cobertura precisa ser quase seis vezes maior na próxima década para alcançar as metas de eliminação até 2030”, diz o documento.

Américas

Os novos dados mostram que, na Região das Américas, há 10 mil novas infecções por hepatite B a cada ano, e 23 mil mortes. As estimativas da OMS para a hepatite C mostram que, a cada ano, há 67 mil novas infecções nas Américas e 84 mil mortes. Apenas cerca de 18% das pessoas que vivem com hepatite B nas Américas foram diagnosticadas e dessas, apenas 3% estão recebendo o tratamento. Outro dado em destaque é que apenas cerca de 22% das pessoas cronicamente infectadas por hepatite C nas Américas foram diagnosticadas, e apenas 18% delas estão recebendo o tratamento.

“Nos cinco anos desde a adoção da Estratégia Global do Setor de Saúde para Hepatites Virais em 2016, as respostas contra as hepatites virais foram drasticamente diferentes entre regiões e países. A corrida em direção a 2030 para eliminar as hepatites virais já começou: se perdermos o foco agora, o progresso vai parar e há risco de ressurgência.”

As orientações da OMS para validação da eliminação da hepatite pelos países enfatizam que todos os países devem trabalhar em direção à mesma meta de eliminar as hepatites virais até 2030, independentemente da carga de doença ou da intensidade da transmissão.

“O sucesso da eliminação requer a ampliação das 5 intervenções-chave (vacinações contra hepatite B, redução de danos, segurança da injeção e do sangue, testagem e diagnóstico, tratamento e cuidados) e é possível apenas onde houver um sistema nacional e subnacional de saúde pública ou serviços sustentados. No contexto atual, no qual o mundo está sobrecarregado com a pandemia de Covid-19, precisamos aprender lições e adaptar nossa resposta rapidamente. Existem oportunidades para compartilhar o diagnóstico da Covid-19 para diagnóstico da hepatite e promover a prestação de serviços de atenção primária às pessoas afetadas pela hepatite. Deve-se reforçar a prestação mais simplificada e integrada de serviços dentro do contexto dos serviços e programas de saúde já existentes, o que inclui maior compromisso com a quadrupla eliminação da transmissão materno-infantil de HIV, hepatite B e sífilis.”

Redação da Agência de Notícias da Aids com informações da Opas