Um olhar para a luta do movimento LGBTQIA+ contra o autoritarismo pode ser conferido na exposição “Orgulho e Resistência: LGBT na Ditadura”, que reabre o Memorial da Resistência (Estação Pina), espaço dedicado a preservar a memória sobre esse duro período de repressão política no Brasil.

A mostra pode ser conferida até 26 de abril, de quarta a segunda, das 12h às 18h.  A entrada é grátis e os ingressos devem ser retirados por meio deste site. A dica é levar seus fones de ouvido para conferir todos os materiais audiovisuais!

Com curadoria de Renan Quinalha, a mostra foi feita em parceria com o Museu da Diversidade Sexual e reúne obras literárias, cartazes de peças de teatro, músicas, filmes, fotografias, outros materiais que confrontavam a censura da época e documentos oficiais do regime militar.

Entre os destaques estão uma série de imagens feitas pela famosa fotógrafa mineira Vânia Toledo e uma ilustração inédita da cartunista Laerte Coutinho, que trata da pluralidade de gêneros.

Além de defender a diversidade, a exposição sobre a resistência LGBT (sigla usada pelo movimento na época) na ditadura tem a proposta de mostrar ao público como as prisões em massa nessa época foram usadas como um mecanismo do Estado para reprimir todos os “tipos sociais indesejáveis”, a partir do hipócrita ideário da moral e dos bons costumes.

Essas operações para perseguir e prender a comunidade LGBTQIA+ depois do Golpe de 1964 ficaram conhecidas como Operação Boneca, Operação Limpeza, Pente-Fino e Arrastão.

E, em oposição a essa repressão, surgiram importantes e transgressoras forças da contracultura, como o grupo Secos e Molhados, que tinha como vocalista Ney Matogrosso e defendia abertamente a ideia de pluralidade de gêneros.

A exposição ainda mostra, por meio de fotografias de atos de rua e capas de publicações da imprensa alternativa, como o movimento LGBT tornou-se mais organizado a partir de 1978. E, desde então, tem lutado por causas que só se tonaram conquistas muito recentemente, como a união estável e casamento homoafetivos (2011), a mudança de prenome e sexo nos registros de pessoas trans (2018) e a criminalização da LGBTfobia (2019).

Além da exposição física, você pode conferir um material virtual bem bacana sobre a resistência LGBT na ditadura preparado em uma parceria entre a Casa 1 – Casa de Cultura e Acolhimento LGBT e o Instituto Temporário de Pesquisa sobre Censura.

Nesta plataforma digital são disponibilizados materiais articulados aos eixos curatoriais da exposição, reunindo um conjunto de imagens, vídeos, áudios, textos e ilustrações.

Fonte: Catraca Livre