No próximo domingo, o mundo todo se mobiliza no Dia de Luta contra a Aids, mas muitas ações de conscientização e prevenção já começaram. O Brasil conquistou importantes avanços no enfrentamento ao HIV. O país atingiu duas das três metas estabelecidas pelas Nações Unidas para o controle da epidemia: 95% das pessoas vivendo com HIV têm carga viral controlada, e 96% dos infectados já foram diagnosticados. O desafio agora é garantir que todas as pessoas diagnosticadas tenham acesso ao tratamento.
Obter o certificado será um feito para o país, o primeiro a oferecer de graça o tratamento para o HIV/aids, uma iniciativa que colocou o Brasil como pioneiro na história global de combate à aids, doença que ainda mata 30 brasileiros por dia.
O tema foi destaque no Jornal da Cultura, na última sexta-feira (30), abordando a estratégia do Ministério da Saúde para eliminar a aids como problema de saúde pública até 2030. A jornalista e diretora da Agência de Notícias da Aids, Roseli Tardelli, foi a entrevistada especial que falou sobre a importância de continuar a combater o preconceito e ampliar a informação sobre o HIV.
“Você receber um diagnóstico de HIV, você se conscientizar de que precisa se tratar, passar a mudar os seus hábitos, o seu cotidiano, assumir que a partir desse diagnóstico vai ter que cuidar mais da sua saúde, é um processo. Cada pessoa vai ter esse processo respeitado segundo a sua condição pessoal de enfrentamento de uma patologia que ainda causa muita exclusão por conta do estigma e da discriminação. Então eu acho que falta aceitação, e essa aceitação, esse respeito, esse estar junto só vai acontecer com mais campanhas públicas de informação e de conscientização”, afirmou Roseli. A jornalista perdeu seu irmão, Sérgio Tardelli, para a aids quando a realidade da epidemia ainda não dava para aqueles que foram infectados pelo vírus, esperança de tratamento nem perspectiva de vida, a ‘década da tragédia’.
Já se passaram mais de quarenta anos desde o primeiro caso de HIV registrado no mundo. Hoje, as pessoas que vivem com o vírus têm uma vida longa e saudável, mas, mesmo com os avanços, o cenário global da epidemia ainda preocupa. Há 1,5 milhão de novas infecções por HIV por ano no mundo, e, no Brasil, a aids ainda mata cerca de 30 pessoas todos os dias. Para Roseli, a luta contra o HIV a aids continua sendo também uma luta contra o estigma. O nosso maior inimigo ainda é o preconceito”, falou e finalizou.
Assista a reportagem na íntegra:
Kéren Morais (keren@agenciaaids.com.br)