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No último dia do 59º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Medtrop), a Coordenação-Geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis (Cgist) do Ministério da Saúde realizou conferência sobre a transmissão vertical das infecções por HIV e sífilis na faixa da fronteira terrestre do Brasil.

A consultora técnica da Cgist, do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), Leonor Henriette de Lannoy, foi a conferencista. Ela informou que 5,58% da população do Brasil vivem em regiões de fronteira, abrangendo 11 estados e 588 municípios.

No período analisado de 2010 a 2020, a incidência da sífilis congênita tem tendência de aumento e a taxa de detecção de aids em menores de 5 anos vem decrescendo, mas de forma mais lenta que no Brasil como um todo. Ainda, em sua fala, Leonor explicou que a vigilância em saúde nesses locais sofre influência da demanda de populações flutuantes não dimensionadas, da infraestrutura, transporte, renda e assimetrias dos sistemas de saúde do Brasil e dos países fronteiriços.

Para a coordenadora-geral da Cgist, Pâmela Gaspar, esses municípios representam um grande desafio na estratégia de eliminação da transmissão vertical de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). “É preciso lidar com questões estruturais, barreiras linguísticas, dentre outras situações que impactam nas vulnerabilidades físicas, sociais e mentais das pessoas que vivem nessas regiões”.

Para abordar os determinantes sociais da saúde, o Governo Federal instalou, em fevereiro deste ano, o Programa Brasil Saudável. Reunindo 14 ministérios e outros parceiros estratégicos, o Programa visa eliminar cinco infecções de transmissão vertical, como a sífilis e o HIV, além de eliminar sete doenças enquanto problema de saúde pública e atingir as metas de controle de quatro outras doenças, entre as quais a aids e a tuberculose.

Resposta à tuberculose

Também na quarta-feira (25), consultoras técnicas da Coordenação-Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas (CGTM) participaram de mesas redondas no XI Workshop Nacional da Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (Rede-TB), em parceria com o Medtrop.

A consultora Nicole Menezes de Souza abordou a utilização e a eficácia dos testes diagnósticos incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS) na mesa “Como ferramentas diagnósticas podem impactar a estratégia de eliminação da tuberculose?”. Por sua vez, a consultora técnica Patricia Sanine participou da mesa “Implementação de políticas multissetoriais no enfrentamento à tuberculose”.

Em sua apresentação, Patricia Sanine informou a respeito do papel mobilizador da Rede Brasileira de Comitês para o controle da tuberculose frente às ações multissetoriais estaduais. Para Fernanda Dockhorn, coordenadora-geral da CGTM, a articulação governamental com as organizações da sociedade civil é fundamental para uma resposta efetiva à tuberculose.

“Nós estamos fortalecendo as parcerias entre o Ministério e a sociedade civil. Com isso, queremos reforçar a sustentabilidade das ações de prevenção, diagnóstico e tratamento, e trabalhar para que as necessidades das pessoas acometidas ou afetadas pela tuberculose sejam ouvidas”, explicou.

Medtrop

Em sua 59ª edição, o Medtrop, congresso realizado pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, aborda o lema “Medicina tropical sob olhar de saúde única”. Em 2024, o Congresso ocorre entre os dias 22 e 25 de setembro, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. O evento reúne mais de 3.000 participantes de todos os estados do Brasil e de outros países, com a realização de mesas redondas, conferências, apresentações orais e pôsteres, além de reuniões satélites.

Fonte: Ministério da Saúde