O Ministério da Saúde decidiu incluir todas as pessoas vivendo com HIV com mais de 18 anos no grupo prioritário para receber a dose de reforço da vacina contra a Covid-19. A recomendação publicada no final de agosto dizia que apenas pessoas com HIV e CD4 menor 200 teriam prioridade na imunização. Agora, a nova recomendação diz que podem receber a terceira dose pessoas imunossuprimidas que tomaram a última dose do esquema vacinal há pelo menos 28 dias, isso inclui também pessoas com imunodeficiência primária grave, quimioterapia para câncer, transplantados de órgão sólido ou de células tronco hematopoiéticas (TCTH) em uso de drogas imunossupressoras, pessoas em uso de corticóides em doses ≥20 mg/dia de prednisona, ou equivalente, por ≥14 dias, pessoas em uso de drogas modificadoras da resposta imune, pacientes em hemodiálise e pacientes com doenças imunomediadas inflamatórias crônicas (reumatológicas, auto inflamatórias, doenças intestinais inflamatórias).

Dr. Gerson Pereira ressalta a importância de manter as pessoas com HIV imunizadas

Em entrevista a essa Agência, o diretor do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, do Ministério da Saúde, Dr. Gerson Pereira, falou sobre a nova decisão do governo.

“A importância da vacinação com dose de reforço nos pacientes vivendo com HIV/Aids do ponto de vista operacional é que ia ficar muito difícil 700 mil pessoas terem que fazer exame de CD4 para verificar só aqueles com o CD4 menor que 200. Do ponto de vista técnico, é importante manter essas pessoas imunizadas contra uma doença que a gente sabe muito pouco. É mais uma medida protetiva importante e uma conquista para todos os pacientes que vão precisar dessa dose de reforço, incluindo as pessoas vivendo com HIV/aids.”

De acordo a nota técnica nº 43/2021, da Secretaria Especial de Enfrentamento da Covid, “o avanço da vacinação contra a Covid-19 no Brasil já permitiu alcançar notáveis ganhos em saúde pública, reduzindo de maneira significativa a ocorrência de casos graves e óbitos pela Covid-19. No atual momento, amplia-se a vacinação em toda população adulta de maneira acelerada, no entanto, há de se reconsiderar as estratégias de vacinação em determinados grupos de maior vulnerabilidade, visto que está sendo observado um incremento da morbimortalidade nas últimas semanas epidemiológicas nestes grupos”, diz o documento publicado nesta terça-feira (21).

O documento destaca ainda que a medida está sendo tomada porque os idosos e os indivíduos com alto grau de imunossupressão apresentaram menor proteção pelo esquema padrão da vacinação aos mais diversos tipos de imunizantes. “É preciso adequar o esquema vacinal nesses indivíduos devido ao seu elevado risco de complicações e óbitos pela Covid-19.”

Confira a nota na íntegra

Nota técnica 43-2021 – Dose Adicional e de Reforço Nota técnica 43-2021 – Dose Adicional e de Reforço

Redação da Agência de Notícias da Aids

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