O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para que o governo Jair Bolsonaro explique uma portaria publicada em outubro que exige como requisitos para entrada no país, por via aérea, somente a apresentação de teste para rastreio da infecção com resultado negativo ou não detectável para a covid-19.

A determinação do ministro ocorreu na ação em que a Rede pede para que o governo federal adote as medidas recomendadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o ingresso no Brasil de pessoas vindas do exterior, com a exigência de apresentação de comprovante de vacinação ou de quarentena obrigatória para viajantes.

Para ativistas, comprovante de vacinação deveria ser obrigatório em todo território, principalmente para aqueles que vêm de outro país, com objetivo de impedir que o Brasil entre em colapso. Segundo eles as lições da aids mostram que cuidade e solidariedade são os verdadeiros movimentos sociais. Confira:

 

Salvador Correa, escritor e ativista: “Vacina sim! É importante o movimento do judiciário brasileiro para fazer valer as medidas sanitárias de prevenção que tem sido adotadas em resposta à Covid-19 em todo mundo. É necessário salientar que precisamos findar com os pensamentos negacionistas que insistem em nos vender a necropolítica. Precisamos de ações firmes nas desconstruções de mitos e fakenews. Temos uma capacidade grande de renascer em cenários em que as políticas são de mortes. Aprendemos no movimento social de aids que a vida é soberana e, como diria Betinho, estar vivo e ter a consciência da própria vida já é o inicio da “cura”. Essa cura social, que Betinho nos ensina, tem sido cada vez mais urgente por em prática. A cura para ele era a vida! O Herbert Daniel também nos inspirava com o Viva a Vida! Quando pautamos as nossas decisões pela vida coletiva e social, pelo cuidado e solidariedade, com o coletivo acima dos sentimentos e emoções menores, podemos compartilhar da imensurável força de um verdadeiro movimento vivo e social. Por isso ações para  trazer luz à garantia do acesso à vacina manter acesa a chama da vida, não só biologicamente, mas também socialmente.  O cuidado no retorno ao contato social com mais segurança é fundamental para seguirmos na resposta à pandemia de Covid-19. A resposta social ao HIV e à aids tem muitos ensinamentos para colocarmos em prática. Como diria Betinho ao falar da aids: “A cura [da aids]  existia antes mesmo de existir, e seu nome era vida”.

Jadilson Neto, articulador Político da Rede de jovens com HIV no Maranhão: “Acredito que com tal obrigatoriedade e o aumento do rigor na cobrança da vacinação das pessoas fará com que o Brasil não entre em colapso com a nova variante. É preciso que o governo federal repasse para a população brasileira que a vacina não é apenas um bem individual. Trata-se de um bem coletivo, pois uma pessoa que é vacinada pode deixar de repassar para outras ou mesmo ter a doença de forma branda, sem a necessidade de internação.”

 

David Oliveira, comunicador e ativista: “Acho que passou da hora essa medida. É uma preventiva básica e tivemos como exemplo a primeira grande onda da pandemia que a gente não teve as barreiras preventivas nos corredores de acesso, quando sequer havia vacina. E agora com a vacinação, acho que pra tudo deveria exigir o comprovante de vacinação. Não somente para as retrições de fronteiras, mas também para serviços essenciais e básico. Esse é um controle de saúde pública.”

 

 

Dica de entrevista

David Oliveira
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Jadilson Neto

Tel.: (98) 9128-2711