Lula, Bolsonaro, Ciro e Tebet: pré-candidatos à Presidência em 2022

O mês de junho é dedicado ao debate sobre a causa LGBTQIA+, sendo que, no dia 28, é celebrado, no mundo todo, o Dia do Orgulho LGBTQIA+. Mas esse não é tema preponderante para os principais candidatos à Presidência da República no Brasil. É o que aponta análise conduzida pela vert.se Inteligência Digital – empresa de business intelligence com foco em dados de redes sociais – no levantamento denominado “Observatório das Eleições 2022 – Especial Orgulho LGBTQIA+”.

De acordo com levantamento realizado nas redes sociais proprietárias dos pré-candidatos, nem a recente Parada do Orgulho LGBTQIA+, realizada em São Paulo dia 19 de junho, ou assuntos ligados à causa, mereceram destaque. “Também observamos seus planos de governo ou debates sobre o tema em veículos de imprensa e ficou evidente que os presidenciáveis praticamente ignoram o assunto. Traçamos um quadro bem amplo e verificamos a posição de cada um, que, de maneira geral, é bem distante da realidade dos debates em âmbitos nacional e mundial”, explica Carol Zaine, CEO da vert.se.

Todas as publicações sobre o tema nas redes sociais dos quatro principais candidatos à presidência da República entre 1º de junho de 2021 e 22 de junho de 2022 foram analisadas pela equipe da vert.se. Dentro do período analisado, o assunto é praticamente nulo para os candidatos.

Por exemplo, o Dia do Orgulho LGBTQIA+ de 2021, em 28 de junho, foi a última vez em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou algo sobre o assunto. Além do Instagram, ele postou o mesmo texto no Twitter e no Facebook.

Durante o período analisado, Jair Bolsonaro teve um total de 14.453 publicações de seus apoiadores e opositores que destacam falas do presidente associando pedofilia à homossexualidade. Sobre a última Parada LGBTQIA+ de São Paulo, ocorrida em 19 de junho, a oposição aproveitou o espaço para tecer críticas ao atual governo.

Já Lula teve um volume de 8.125 publicações, todavia, os termos vêm, principalmente, de publicações de apoiadores que divulgam ações realizadas durante seu governo. Com relação ao nome de Ciro Gomes, que teve 634 publicações sobre o tema no período, o levantamento da vert.se observou mais menções aos outros candidatos, pois as discussões que envolvem o candidato costumam fazer comparações entre suas propostas e a dos concorrentes em pautas como LGBT, feminismo e socialismo.

Já nas redes sociais de Simone Tebet, que teve apenas 26 publicações no período, o termo “Parada LGBT” aparece porque a candidata foi a única a comentar sobre o evento, demonstrando apoio à causa.

Com relação a notícias na mídia sobre o tema, de maneira geral, dentro do período analisado, os candidatos não manifestaram declarações/opiniões a respeito de assuntos que foram destaque na imprensa em suas redes sociais proprietárias.

O que dizem os planos de governo dos presidenciáveis

Outro ponto verificado pelo “Observatório das Eleições 2022 – Especial Orgulho LGBTQIA+” foi o que os candidatos colocam em seus planos de governo sobre essa pauta. Como as campanhas não foram lançadas oficialmente, as propostas ainda não estão bem definidas. “Além das propostas correntes, olhar para os planos da eleição anterior (2018) também nos ajudou a entender as linhas gerais seguidas atualmente pelos candidatos”, esclarece Carol.

Segundo ela, Lula, por exemplo, em sua versão mais recente do plano de governo para 2022, cita a população LGBT+ em dois trechos em um documento de 34 páginas com 121 diretrizes para um eventual novo governo. No plano de governo de 2018 de Jair Bolsonaro não há qualquer menção a LGBTs. Em todo o documento, apenas uma frase pode ser interpretada nesse contexto: “Os frutos de nossas escolhas afetivas têm nome: FAMÍLIA! Seja ela como for, é sagrada e o Estado não deve interferir em nossas vidas”.

Ciro Gomes, em seu plano de governo apresentado em 2018, atenta para a pauta LGBT e apresenta cinco pontos sobre ações mais diretas ligadas ao tema, como “Criação do Comitê Nacional de Políticas Públicas LGBT com representantes estaduais, assim como uma Secretaria Nacional de Políticas Públicas para a Cidadania da população LGBTI” e “Garantia da promoção da cidadania LGBTI, por um país para todas e todos, com respeito às diversidades humanas, sem exceção”.

Já Simone Tebet não tem ainda um plano de governo definido, mas, em entrevista concedida à Jovem Pan, em maio de 2022, disse que “é preciso criminalizar a homofobia no Brasil, mas através de uma lei, pois não cabe ao Supremo Tribunal Federal legislar”. Falou ainda que “nós não podemos discriminar os nossos filhos pela sua orientação sexual. Não temos uma lei que coloque como crime a homofobia. Teve que o STF tomar essa decisão, mas eu entendo isso como grande avanço”.

O período de coleta para a realização do levantamento Observatório das Eleições 2022 – Especial Meio Ambiente foi de 1º de fevereiro de 2022 a 1º de junho de 2022 para análise das redes sociais proprietárias (Instagram e Twitter) dos presidenciáveis. Também foi observado o posicionamento dos candidatos em desastres ambientais, entre 2019 a 2022; seus planos de governo (2018 e 2022); e temas relacionados (1º de junho de 2021 a 1ª de junho de 2022. No total, foram 352 mil menções nas redes sociais proprietárias analisadas (Instagram e Twitter).

Também foram analisados, de forma mais aberta, Facebook e YouTube, além de blogs e sites de notícias. As menções são públicas e liberadas via API (Application Programming Interface, ou Interface de Programação de Aplicação, em português) de cada um dos sites. Para coleta e análise foi utilizado o War Room, dentro da ferramenta de monitoramento Stilingue e o painel vert.se de presidenciáveis na ferramenta Zeeng.

Dica de entrevista

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