A Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT-SP) lançou, nessa quarta-feira (3), a campanha do tema escolhido da parada virtual deste ano que acontecerá no dia 6 de junho. O tema central é: HIV/Aids com o slogan: “HIV e Aids: Ame +, Cuide + e Viva +“. A live contou com a mediação da drag queen Dindry Buck e o youtuber Herbet Castro, do Canal das Bee.

A campanha deste ano gira em torno do slogan que define o espírito e o tom da Parada e dos demais eventos da associação. Também participaram do lançamento a influenciadora digital Lorelay Fox e convidados que falaram da questão HIV/Aids e da campanha.

A epidemia de HIV/Aids completa 40 anos de existência neste ano e continua infectando. Segundo o Boletim Epidemiológico de 2019 do Ministério da Saúde, desde 2016, cerca de 40 mil pessoas são infectadas anualmente no país. “A pandemia da Covid-19 tem mexido com todo mundo e nos fez prestar mais atenção à saúde. Falar de HIV/Aids é falar de saúde, de vida”, diz a presidente da APOLGBT-SP, Cláudia Regina Garcia. “A sociedade e, principalmente, a comunidade LGBT precisa aprender a acolher mais quem vive com HIV“, completa.

Ariadne Ribeiro, do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, afirmou que o HIV se aproxima do que estamos vivendo com a pandemia de Covid-19. “Sabemos o quanto é bom abraçarmos quem a gente ama, como é bom ter a certeza de que as pessoas que a gente ama vão sobreviver aomedo. A gente precisa entender, de uma vez por todas, que não é preciso ser mulher pra ser antimachista, não é preciso ser preto pra ser antiracista e não é preciso ser LGBT pra compreender que direito é pra todos. Não é preciso viver com HIV/aids pra amarpositivamente. Por isso, é muito importante que o tema da Parada traga essa mensagem. Amar positivamente, Viver positivamente e Cuidar positivamente.”

O infectologista e Secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Carlos Gorinchteyn, parabenizou a Associação pela escolha do tema. “Ter um momento como esse de poderem ter acesso a informações sobre prevenção, por exemplo, vai fazer com que não o HIV não faça parte da sua história.”

O presidente do Fórum de ONGs Aids de São Paulo, Rodrigo Pinheiro, disse que “só vamos conseguir avançar no tratamento da aids se tivermos políticas intersetoriais. A aids não é só um problema de saúde pública. A aids envolve vários contextos como direitos humanos e assistência social. Precisamos juntar todas essas ações pra atingirmos principalmente as populações mais vulneráveis.” 

Do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo, Cristina Abbate afirmou que “o preconceito,discriminação e violência ainda são os fatores mais preocupantes pra todos nós. Então, é importante que possamos celebrar a diversidade e discutir junto à sociedade todas as questões que envolvem a identidade de gênero, orientação sexual, e lembrarmos de todas as estratégias colocadas na cidade para prevenção ao HIV e as demais ISTs.”

Américo Nunes, coordenador do Movimento Paulistano de Luta Contra Aids, ressaltou a importância do engajamento político sobre o tema e lembrou que a cidade de São Paulo foi certificada pela eliminação da transmissão vertical do HIV. “Temos ainda a tarefa de trazer para o Movimento de Aids, ativistas de outros segmentos. Nossa pauta é transversal e a aids continua sendo problema de todos. Precisamos renovar, por isso, este ano a tarefa será identificar novos membros com novas energias e horizontes.”

A Associação ressalta que  todas as reuniões do Fórum Que Parada Nós Queremos, aconteceram virtualmente, obedecendo o protocolo de segurança sanitária contra a Covid-19.

 

Mais informações 

Parada LGBT de São Paulo

Quando: 6 de junho de 2021

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E-mail: paradasp@paradasp.org.br

 

Jéssica Paula (jessica@agenciaaids.com.br)