Gravidez, mudança de casa, doença, iniciar ou parar a escola, luto e problemas de relacionamento estão associados à não supressão viral em jovens vivendo com HIV nas áreas rurais de Uganda e Quênia, disse Florence Mwangwa, da Infectious Disease Research Collaboration (IDRC), organização de pesquisa sem fins lucrativos com sede na cidade de Kampala, Uganda. A declaração foi feita esta semana durante a 23ª Conferência Internacional de Aids.

“Os jovens passam por um período crítico de desenvolvimento físico, cognitivo e emocional, além de mudanças sociais que afetam o modo como pensam sobre si mesmos e interagem com o mundo”, acrescentou Mwangwa. “As barreiras para o envolvimento dos jovens são provavelmente influenciadas por eventos da vida que incluem essas mudanças normais no desenvolvimento psicossocial, bem como episódios extrínsecos desestabilizadores da vida”.

Os dados foram coletados com jovens soropositivos, entre 15 e 24 anos, inscritos em um estudo executado pela IRDC, testando um pacote de intervenções voltadas para jovens. A maioria dos 900 participantes era do sexo feminino (83%) e dois terços estavam em tratamento há mais de seis meses.

Os imprevistos que os participantes mais relataram foram gravidez ou nascimento (16%) e mudança de casa (16%). Também foram mencionadas com frequência doenças, início ou interrupção em escola ou emprego, uma morte na família, conflito ou separação no relacionamento e ter um novo parceiro sexual. Cada um deles foi mencionado por 8 ou 9% dos entrevistados.

Esses eventos geralmente se sobrepõem, com 17% dos jovens relatando dois eventos significativos da vida ao mesmo tempo. Esse grupo de participantes teve metade das chances de terem a carga viral zerada como os demais participantes. Por outro lado, vivenciar qualquer experiência inesperada por si só não estava associado à falta de supressão viral.

Os 17% que bebiam álcool também eram menos propensos a terem a carga viral suprimimda. Por outro lado, os jovens que haviam compartilhado seu status de HIV com familiares ou parceiros tinham duas vezes mais chances de ter uma carga viral indetectável.

Fonte: Aidsmap