Junho é o Mês do Orgulho e da Diversidade, momento de se orgulhar de ser quem se é e da identidade que se possui. Também é o mês de celebrar a luta contra a discriminação e pressionar o poder público a garantir direitos de cidadania dos gays, lésbicas, travestis e transexuais, mas nem sempre foi assim.

Há algumas décadas, era proibido gays se reunirem em locais públicos em Nova York, EUA, e as relações entre pessoas do mesmo sexo eram criminalizadas na mesma época. Sob o respaldo dessa legislação, era comum a violência de policiais contra membros da comunidade LGBTQIA+.

No dia 28 de junho de 1969, uma abordagem policial violenta no bar Stonewall Inn, na região de Greenwich Village, tentou prender 13 pessoas e despertou a revolta da comunidade local, que enfrentou os agentes e iniciou uma rebelião que ficou conhecida como a Rebelião de Stonewall.

Nos dias seguintes, uma série de mobilizações reuniu milhares de pessoas em diferentes pontos da cidade. Apesar de ter sido uma situação violenta, o incidente deu visibilidade à população LGBT.

Um ano depois, em memória ao episódio, uma multidão marchou do bar percorrendo aproximadamente 4,5 quilômetros até o Central Park, na que é considerada a primeira Parada Gay dos Estados Unidos, consagrando assim o Dia do Orgulho LGBTQIA+, dando origem a um movimento popular nacional. O protesto somou cerca de 3 mil a 20 mil pessoas, segundo disseram os organizadores à imprensa da época.

Hoje, no dia 28 de junho, muitos países comemoram o Dia Internacional do Orgulho LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queers, pessoas intersexo, assexuais e mais) ou Dia do Orgulho Gay, uma data para celebrar vitórias históricas, mas também para relembrar que ainda há um longo caminho a ser percorrido.

Brasil 

No Brasil, o 1º Encontro de Homossexuais Militantes se realizou na Associação Brasileira de Imprensa (ABI) no dia 16 de dezembro de 1979. Ele foi importante para mostrar como o movimento LGBT estava ganhando força. Entre as resoluções propostas no encontro, estavam a reivindicação de incluir o respeito à “opção sexual” (como era conhecido na época), na Constituição Federal, além de uma campanha para retirar a homossexualidade da lista das doenças mentais.

Outras ações vieram, como a luta pela visibilidade lésbica, em 1983, originada em um protesto no Ferro’s Bar, local frequentado por essa comunidade, e a organização do movimento de aids, com o surgimento da pandemia na década de 80.

Em 1995, no Rio de Janeiro, a 17ª Conferência da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex, foi encerrada com uma pequena marcha em Copacabana. No ano seguinte, ocorreu uma pequena manifestação em São Paulo, que juntou cerca de 500 pessoas na praça Roosevelt. E só então em 1997 foi realizada a primeira Parada Gay na Avenida Paulista.

 

Gisele Souza (gisele@agenciaaids.com.br)

 

Redação Agência Aids com informações