Segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, no começo da tarde deste sábado (8) o Brasil registrava um total de 100.240 mortes, com 2.988.796 casos de Covid-19. Com esta marca, se torna o segundo país com maior número de óbitos no mundo.

No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) só usou as redes sociais para comemorar a vitória do Palmeiras, interagir com apoiadores, divulgar ações do governo e destacar o número de pacientes já recuperados.

O número de mortes atingido teve enorme repercussão entre autoridades, instituições e veículos de comunicação. Acompanhe a seguir as principais opiniões e links das principais notícias publicadas sobre o assunto.

A Folha de S.Paulo publicou editorial onde responsabiliza o presidente pela tragédia. “O maior responsável pela tragédia se chama Jair Bolsonaro. Em vez de liderar uma ação nacional, negou a gravidade da emergência de saúde pública, promoveu aglomerações e falsas terapias, como a cloroquina, e colheu oito casos de ministros infectados (outro provável recorde mundial), além de si próprio e da primeira-dama.” Leia na íntegra: “Luto”.

O portal UOL alerta para o possível “efeito bumerangue” que pode levar a um novo pico de infecções regiões aparentemente estabilizadas: “100 mil vidas perdidas”.

O G1 critica o presidente por se manter em silêncio: “Bolsonaro não se manifesta sobre 100 mil mortos por Covid-19, mas parabeniza título do Palmeiras”.

A BBC Brasil aponta os erros que levaram a este número e compara: É como se a maior tragédia da aviação brasileira (o acidente de avião da TAM no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que matou 199 pessoas) tivesse se repetido 505 vezes desde 26 de fevereiro, quando o primeiro caso foi oficialmente confirmado. Leia: “Coronavírus: 9 erros que levaram às 100 mil mortes no Brasil (e 1 lição que a pandemia deixa até agora)”.

A Deutsche Welle Brasil destaca que o “governo Bolsonaro preferiu desprezar riscos, lançando o país numa aventura que só poderia acabar mal.” Leia a reportagem: “Brasil tem 100 mil mortos por covid-19: uma tragédia anunciada”.

O Globo ressalta que “ Por ignorância, negacionismo e crueldade, lideranças políticas vêm deliberadamente promovendo boicotes e obstáculos às medidas de combate à pandemia”, em artigo publicado em sua homepage: “100 mil vidas não podem ser em vão”.

Em sua reportagem sobre as 100 mil mortes, o portal R7 divulgou a posição da nota oficial da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) que ressaltou “um dos menores índices de óbitos por milhão de habitantes: 478. Com este indicador, o Brasil fica em 9º lugar na lista de maior mortalidade por covid-19 entre países com mais de 100 mil habitantes.” Leia: “Após 100 mil mortes por covid-19, governo diz lamentar óbitos”.

O jornal O Estado de S.Paulo destaca que “a cada sete mortos por COvid-19, um é brasileiro; mundo tem 720 mil óbitos”. Leia a reportagem especial: “Brasil chega a 100 mil mortes por covid. Entenda o que pode evitar tragédia maior”.

Imprensa Internacional

O jornal Le Monde destaca os números oficiais relacionados aos óbitos e casos confirmados da doença no Brasil: 100.477 mortes e 3.012.412 de diagnósticos positivos. No entanto, para o vespertino, essa contagem deve ser “relativizada” devido à insuficiência de testes. “Os especialistas acreditam que o número total de pessoas contaminadas poderia ser até seis vezes maior”, publica. (Leia)

Apesar das críticas que recebe pela gestão da crise sanitária, o jornal Le Parisien ressalta que o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou na última quinta-feira (6) ter “a consciência tranquila” depois de ter feito “o possível e o impossível para salvar vidas”. No entanto, para o diário, “o governo gerencia a pandemia de modo caótico”, com a saída de dois ministros da Saúde em plena crise sanitária e um interino, Eduardo Pazuello, que permanece na liderança da pasta há quatro meses. (Leia)

“100 mil mortos no Brasil, nenhuma palavra de Bolsonaro”: é o título da matéria da Agência France Presse (AFP). Enquanto as mensagens de solidariedade às famílias em luto dominam as redes sociais neste fim de semana, “o presidente se contentou em postar um tuíte destacando as pessoas que se curaram e para celebrar a vitória de seu time de futebol preferido”.

Já o jornal português Público se interessou por uma declaração do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta: “Há 100 mil famílias brasileiras que ainda não receberam uma única palavra de conforto ou solidariedade do governo”. A matéria aponta que uma das características do governo Bolsonaro é “uma profunda incapacidade de empatia com os que têm ficado doentes e que morrem, que são sobretudo os mais pobres”. “A pior liderança no pior momento possível”. (Leia)

O jornal britânico The Guardian publica uma entrevista com a bióloga brasileira Natalia Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência. “Falhamos, como país, como governo, como sociedade” diante da crise sanitária, afirma. A matéria lembra que Pasternak faz parte de uma “vibrante” comunidade de cientistas, jornalistas e formadores de opinião que lutam para expor a gravidade da epidemia no Brasil e tentam encontrar saídas contra a propagação da doença. (Leia)

Autoridades e instituições

 

Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado: “Hoje (8/08/2020) é um dos dias mais tristes da nossa história recente. O Brasil registra 100 mil vidas perdidas para a covid-19. O Congresso Nacional decreta luto oficial de 4 dias em solidariedade a todos os brasileiros afetados pela pandemia e às vítimas desta tragédia.”

 

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara: “Chegamos hoje à absurda marca de 100 mil mortos pela Covid-19. Número que, infelizmente, já havia sido previsto lá atrás, ainda na gestão do ex-ministro Mandetta. Estamos convivendo diariamente com a pandemia, mas não podemos ficar anestesiados e tratar com naturalidade esses números. Cada vida é única e importa. Em nome da Câmara dos Deputados, presto mais uma vez solidariedade aos familiares e amigos das vítimas desta grande tragédia.”

Dias Toffoli, presidente do STF: “Na data de hoje, o Brasil chora pelas 100 mil mortes em razão da Covid-19. Somos uma nação enlutada, que sofre pela perda de familiares, amigos e pessoas do nosso convívio social. Jamais vivemos uma tragédia dessa dimensão em nosso país. São 100 mil pessoas que tinham um nome, uma profissão, projetos e sonhos. 100 mil vidas que certamente deixaram sua marca no mundo e na vida de outras pessoas.

Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde: “Cem mil vidas perdidas. Negacionismo, desprezo à ciência, perda de credibilidade e ausência de liderança. Solidariedade às famílias.Força SUS! Oremos!”

 

 

João Doria (PSDB), governador de São Paulo: “Nesse momento em que o Brasil ultrapassa a marca dos 100 mil mortos por COVID-19, quero deixar minha mensagem de solidariedade a todas as famílias que perderam vidas para esta terrível doença que assola nosso País e o mundo. Em SP, desde o início da pandemia, a ciência e a saúde pautam nossas ações”.

Luís Inácio Lula da Silva

O ex-presidente Lula postou um longo texto em suas redes sociais, no qual destacava o fato de que o país perdeu precocemente “pais, mães, filhos, irmãos, avós”, e responsabilizou o governo federal pelo grande número de óbitos. “Uma doença que no Brasil foi desprezada por quem deveria cuidar do povo. Pela arrogância e prepotência de um presidente que escolheu chamar um vírus cruel de gripezinha, desafiando a ciência e até a morte, e que carregará na alma a responsabilidade por milhares de vidas.”

 

Sergio Moro, ex-juiz e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro: “Não podemos nos conformar, nem apenas dizer #CemMilEdaí. São mais de 100 mil mortos; 100 mil famílias que perderam entes para a Covid. Que a ciência nos aponte caminhos e que a fé nos dê esperança.”

 

 

Ciro Gomes (PDT), ex-ministro, candidato à Presidência em 2018: “Brasil de luto. Genocídio promovido por um governo de incompetentes e irresponsáveis!”

 

 

Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS): “São 100 mil vidas perdidas. Uma vida, todas as vidas, importam. Nós não podemos deixar de registrar esse triste momento da história do nosso país, fruto da irresponsabilidade criminosa e genocida do presidente da República e seus seguidores. Nós continuaremos com a nossa missão, que a história nos reservou: salvar vidas. Forte AbraSUS a todos e todas amigos e familiares das pessoas que perdemos. Por elas, continuaremos lutando”.

 

Major Olímpio (PSL-SP), senador, líder do partido no Senado: “Atingimos a marca de 100 mil mortes por COVID-19. Um dia muito triste! Não podemos simplesmente “tocar a vida”, é necessário que se respeite a dor daqueles que perderam entes queridos, é necessário que se pense em políticas públicas para evitar que essa tragédia continue crescendo. Nessa véspera de Dia dos Pais, toda minha solidariedade para as famílias que perderam pessoas queridas. Que possamos nos lembrar sempre com carinho daqueles que se foram. Precisamos ter esperança que essa tragédia vai passar e o Brasil voltará a sorrir.”

Carlos Lupi, presidente do PDT: “Oficialmente, atingimos 100 mil mortos pela COVID-19. Este é o resultado do pior governo do mundo no combate à Pandemia e à crise econômica. O maior culpado disso tem nome e sobrenome: @jairbolsonaro”.

 

Flavio Dino (PC do B), governador Maranhão: “Quem disse que poucos morreriam? Quem gerou aglomerações em passeios irresponsáveis? Quem sabotou uso de máscaras? Quem debochou das mortes, alegando não ser coveiro? Quem divulgou remédios “milagrosos”, sem ser médico? São as perguntas do Tribunal da História para Bolsonaro.”

Rui Costa (PT), governador da Bahia: “Atingimos a marca de 100 mil brasileiros e brasileiras vítimas fatais do #coronavírus. São milhares de famílias despedaçadas. Meus sentimentos a todas estas pessoas que perderam seus parentes e amigos nesta guerra contra a pandemia.”

 

Baleia Rossi (MDB-SP), deputado federal e presidente do partido: “100 mil. solidariedade às 100 mil famílias. Que a ciência nos ajude superar a doença. e que a fé nos ajude a superar a dor.”

 

Maria do Rosário(PT-RS), deputada federal: “Estamos de luto junto com 100 mil famílias que choram a perda de entes queridos. Com esperança vamos superar não só este momento, mas também superar este governo genocida que trouxe o Brasil até esta situação trágica.”

 

 

Carla Zambeli (PSL-SP), deputada federal: “No mesmo dia que a esquerda parece comemorar 100 mil mortes por Covid-19, o Brasil já soma 2 milhões de curados. Mas esse segundo dado você não verá na imprensa e nos perfis dos que usam mortes para fazer política.”

 

Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais: “Gostaria que fosse apenas um número. Mas, infelizmente são 100 mil vidas, histórias, jornadas interrompidas pela Covid-19. Nosso país chora diante de um dos momentos mais tristes da humanidade. Enquanto esse vírus fizer vítimas, nada nunca será normal. Minha solidariedade a todos que perderam entes queridos para essa doença tão perversa. É preciso mais que nunca união e empatia. É preciso olhar para o outro. Peço que não se esqueçam de usar máscara e seguir os protocolos sanitários. Se cuidar é se importar com o próximo.”

 

Fátima Bezerra (PT), governadora do Rio Grande do Norte: “Encare os fatos. A pandemia não acabou. Respeite os protocolos de biossegurança. #PactoPelaVida#JuntosContraCovid#EquipeFB”

 

 

Alessandro Molon (RJ), líder do PSB na Câmara dos Deputados: “Toda a minha solidariedade aos brasileiros e brasileiras que perderam pessoas queridas para o coronavírus. E que os responsáveis por essa tragédia respondam por tanto descaso e irresponsabilidade”.

 

Marcelo Freixo (PSOL-RJ), deputado federal: “100 mil mortos. E os familiares das vítimas ainda têm que lidar com esse tipo de gente. Isso é o bolsonarismo, falta de compaixão e menosprezo pela vida.”

 

 

Sâmia Bomfim (PSOL-SP), deputada federal: “O Brasil não precisava passar pela dor de ter 100 mil mortos pela covid-19. Enquanto o povo lamenta por essas vidas perdidas, temos um presidente que faz da morte a sua bandeira. Bolsonaro facilitou, com palavras e atos, a proliferação do coronavírus no país. #Bolsonaro100Mil”

 

Carlos Sampaio (PSDB-SP), deputado e líder do partido na Câmara: “Nossa solidariedade às famílias e amigos dos mais de 100 mil brasileiros vítimas da Covid-19. Por trás desse trágico número estão vidas e sonhos interrompidos e um vazio que nunca será preenchido no coração de seus entes queridos. A dor deles é a dor de todo o Brasil!”

 

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC): “O governo radicaliza a tensão entre estratégias do isolamento social, preconizadas pela OMS. Cria assim um cenário preocupante de colapso da atenção à saúde e de leitos de cuidados intensivos em várias regiões do país. Nesse cenário de pandemia do coronavírus, o Brasil pode sentir o peso do desmonte e do desfinanciamento do SUS, agravado ainda mais com a Emenda Constitucional 95 (Teto dos Gastos).”

União Nacional dos Estudantes (UNE): “Repetimos, são vidas, são histórias, eram filhas, netas, primas, mães, pais, avós e avôs. 100 mil não é só uma estatística, não é para ser só um gráfico ou números. E Bolsonaro ignora essa realidade.”

Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR): “A Covid-19 já custou a vida de 100 mil pessoas no Brasil. Estamos todos juntos na mesma dor e nos esforços para superarmos essa pandemia#COVID19 #MPF #ANPR”.

 

Redação Agência de Notícias da Aids com informações do UOL e G1