* artigo publicado originalmente em 27/02/2018.  

 

Eu acredito que estamos construindo uma nova sociedade, mais igualitária, em que todas as pessoas independentes de sua cor terão oportunidades iguais e direitos respeitados.

Infelizmente ainda estamos longe dessa realidade. O que vemos todos os dias é a desigualdade e a falta de respeito principalmente com as mulheres negras. No mercado de trabalho elas recebem remuneração inferior realizando a mesma tarefa – poucas ocupam cargos de chefia. Nas lojas não são aprovadas como vendedoras e nas empresas lhes são oferecidas vagas em serviços menos gabaritados. Poderíamos citar inúmeras arbitrariedades que são cometidas contra a mulher negra.

Porém, a mais cruel violência ocorre nos sistema de saúde, onde qualquer pessoa chega fragilizada. A mulher negra sofre constrangimen*tos e vê desrespeitados seus direitos. Fica totalmente vulnerável porque são em sua maioria mulheres pobres, de pouca escolaridade, que por desconhecimento ou mesmo por medo se calam e voltam para seus lares com as dúvidas e as dores físicas agravadas pela certeza que muitas coisas necessitam ser mudadas, mas poucas conseguem forças para promoverem essas mudanças. Daí a necessidade de termos um dia especial para reflexão, para lembrar homens e mulheres que falaram e lutaram por seus irmãos que não tinham voz e que continuam lutando por aqueles que ainda não perceberam que sua fala pode ser ouvida, que seus sonhos podem ser realizados, que seus deveres e direitos devem ser respeitados e que um dia não precisaremos mais de cotas.

O enfrentamento por um espaço na sociedade será exercido de igual para igual sem preconceito ou discriminação pela cor da pele, levando-se em conta apenas a capacidade de cada um para o exercício pleno de sua função.

A minha CONSCIÊNCIA NEGRA me faz acreditar que amanhã será melhor do que hoje porque VOCÊ parou, pensou e decidiu fazer sua parte!

Representante das Cidadãs Posithivas/RJ; Conselheira do CEDIM/RJ (Conselho Estadual dos Direitos da Mulher)

Homenagem de nossa Agência Aids à ativista e amiga Cida Lemos, que deixa saudades em todos e todas nós e deixa também um legado de alegria, trabalho, força e muita luz e dignidade!

Roseli Tardelli