A pandemia da Covid-19 já dura mais de dois anos, e mais de 660 mil pessoas morreram no Brasil, muitas por negligência. Apesar da má condução do governo federal na pandemia e do subfinanciamento, o Sistema Único de Saúde (SUS) mostrou sua importância.

A saúde é direito de todos e dever do Estado. Neste 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, mais que nunca, devemos olhar para a importância do tema e a luta por políticas públicas efetivas é fundamental.

O acesso gratuito e universal à saúde foi de fundamental importância no enfrentamento à pandemia da Covid-19, principalmente entre os mais vulneráveis, incluindo muitas pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA).

Mesmo com a péssima condução do governo federal na pandemia, a falta de preparo, o escárnio, a troca de ministros da Saúde, o negacionismo, a prescrição de medicamentos sem comprovação científica para a doença, a demora e as tentativas de corrupção na compra das vacinas, o Brasil tem o SUS.

Mesmo com o histórico subfinanciamento, que ainda pode se agravar com a queda na arrecadação de impostos como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no estado de São Paulo, por exemplo.

O profissional do SUS precisa ser valorizado e é necessário o aumento de recursos humanos, técnicos e de equipamentos de saúde. O Ministério da Saúde precisa de gestão capacitada, em contraponto ao militarismo em ascensão e a todos os retrocessos que o órgão sofreu nos últimos três anos e meio.

São necessárias políticas públicas efetivas, intersetoriais, com atenção aos mais vulneráveis, aos pretos, pobres, periféricos, indígenas, pessoas privadas de liberdade, pessoas em situação de rua, população LGBTQIAP+ e PVHA.

Em ano de eleição, é importante que os pré-candidatos à presidência da República coloquem em suas campanhas discussões sobre questões da saúde. Os movimentos sociais devem fazer pressão para que eles apresentem propostas para o campo da saúde.

O Fórum das Ong/aids do Estado de São Paulo (Foaesp) vai apresentar uma carta a todos os pré-candidatos, para que a saúde e o SUS sejam prioridades na agenda e estejam dentro das propostas de governo. Um SUS melhor para todos. Saúde!

* Rodrigo Pinheiro é presidente do Foaesp.