O lançamento da Frente Parlamentar é um grande avanço para o movimento social paulistano de luta contra o HIV/Aids e tuberculose por inserir o controle dessas doenças na pauta dos parlamentares. Ainda temos um longo caminho a percorrer, mesmo por ter avançado muito no combate ao HIV/Tuberculose.

A política de IST/aids na cidade de São Paulo está falha. Os serviços de aids estão sucateados com a falta de profissionais administrativos, de equipe multidisciplinar, com espaços físicos inadequados.

A assistência às pessoas com HIV tornou-se secundária. O foco está na prevenção das IST, isso não é menos importante, mas as pessoas com HIV/aids com várias necessidades clinicas não estão sendo assistidas da maneira que deveriam ser.

Não basta usar o discurso sobre a supressão viral do HIV (I=I) e disponibilizar apenas duas consultas por ano, como se tudo estivesse muito bem obrigado! É necessário tratar outras comorbidades, as físicas, mentais e assistenciais.

Vejo que a frente será nossa esperança para uma assistência humanizada e qualificada. A sociedade civil organizada está sendo silenciada e ignorada pela pasta da saúde na cidade de São Paulo!

A criação da Frente Parlamentar foi reivindicada pelo Mopaids e ativistas há três anos. Agora, está constituída por um compromisso do Vereador Celso Giannazi (PSOL) e outros coautores. A proposta é que se acompanhe a política de IST/Aids/Tuberculose em sua amplitude. Teremos agora uma instância para ampliar o nosso controle social e pautar as pastas de governos para a assistência integral conforme as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Essas pastas e a falta de recursos humanos na Rede Municipal Especializada em IST/Aids serão pautas prioritárias.

Temos ocorrências de avanços no combate ao HIV/Tuberculose, mas a saúde na cidade de São Paulo precisa superar essas deficiências e esse é o nosso papel para o exercício do controle social.

Não vamos ser silenciados, nunca jamais! Como diz José Camdinda Dala “um militante pode ser negociante, mas, militância não é negócio”.

 

Américo Nunes Neto é Coordenador do Movimento Paulistano de Luta Contra Aids (Mopaids)

E-mail: ividanova2@gmail.com