Para 2020, eu espero que a sociedade civil organizada da comunidade de luta contra a aids possa ter fôlego e determinação Com boas estratégias para fortalecer a luta, ocupando mais espaços de tomada de decisões, incidindo mais politicamente e socialmente.
Formando opiniões para agregar mais atores e segmentos comunitários para a defesa do SUS com sua integralidade, universalidade e EQUIDADE. Espero que a sociedade possa falar sobre hiv/aids com mais naturalidade e menos estigma. Que a sexualidade possa ser vista e discutida, nas escolas e entre as pessoas de maneira natural, sem ideologias religiosas ou meias verdades.
Que nenhuma mulher, cis ou trans, se infecte por violência. E que haja respeito e decência institucional para nos acolher com nossas demandas em saúde e segurança. Bem, isso eu espero de nós, cidadãos e cidadãs.
Agora, deste des-governo que aí está, eu nada espero, pois já provaram que vieram para destruir os tijolos que juntamos com tanta luta e trabalho. Os tijolos da inclusão, da assistência e cuidados, da prevenção, da solidariedade e do respeito. Do conhecimento e das evidências científicas. No entanto, os tijolos foram estremecidos, mas os pilares estão dentro de nós. E não vamos permitir mais retrocessos.
Vamos usar as ferramentas da lei e da constituição para pressionar o cumprimento delas a favor do povo e contra nossos líderes fundamentalistas, autoritários e fascistas. Espero mais envolvimento do setor privado, como aliados financeiros e politicos. Por fim, eu espero que Bolsonaro e sua trupe saiam, ou então a gente põe eles pra fora. Aí retomamos o rumo da construção coletiva e democrática para um Brasil livre de estigma e discriminação. Inclusivo e com equidade. É hora de agir forte e certo. 2020 sem Bolsonaro e com menos HIV e mortes.
*Jacqueline Rocha Côrtes é integrante do Movimento Nacional de Cidadãs Posithivas (MNCP) e do Movimento Latino-americano e do Caribe de Mulheres Positivas (MLCM+)