O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira (16) que a seleção de brasileiros para substituir os cubanos no programa Mais Médicos, do governo federal, ocorrerá ainda em novembro. As vagas deverão ser ocupadas imediatamente após a seleção, segundo o ministério.

O programa foi criado com o objetivo de levar médicos para áreas do país em que há carência desses profissionais. O governo brasileiro paga bolsas mensais de R$ 11.865,60 a cada profissional — no caso dos cubanos, cerca de um terço do valor chega aos médicos.

Os quase 8.400 profissionais cubanos que atendem o Mais Médicos começam a deixar o Brasil no próximo dia 25 e devem estar fora do país até 25 de dezembro. A data foi comunicada na quinta-feira (15) pelo governo de Cuba ao Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) durante reunião na embaixada cubana, em Brasília.

O Ministério da Saúde realizará hoje uma reunião com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para a definir a saída dos profissionais de Cuba, depois de o governo caribenho ter anunciado rompimento unilateral. O motivo para a decisão foram as declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) com críticas ao programa criado na gestão petista.

Segundo informações do ministério, está em andamento a proposta de edital selecionar médicos para as vagas que serão deixadas pelos cubanos. O governo de Cuba anunciou nesta semana o rompimento unilateral da participação no programa Mais Médicos. O motivo para a decisão foram as declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) com críticas ao programa criado na gestão petista.

De acordo com o Ministério da Saúde, no início da próxima semana será dada entrevista à imprensa para esclarecer os detalhes sobre o edital de seleção e chamada para inscrições. A seleção de profissionais brasileiros em primeira chamada do edital será realizada ainda no mês de novembro, de acordo com a pasta, e o comparecimento aos municípios, imediatamente após a seleção.

Cuba comunicou na terça-feira a interrupção da cooperação técnica com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e pela qual seus médicos podiam trabalhar no programa brasileiro.

Segundo nota do Ministério da Saúde Pública de Cuba, o motivo do rompimento foram as declarações do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), “fazendo referências diretas, depreciativas e ameaçadoras à presença de nossos médicos”, além de “declarar e reiterar que modificará termos e condições do Programa Mais Médicos, com desrespeito à Organização Pan-Americana da Saúde e ao conveniado por ela com Cuba, ao pôr em dúvida a preparação de nossos médicos e condicionar sua permanência no programa a revalidação do título e [ter] como única via a contratação individual”.

Fonte: UOL