A queda contínua do número de infecções por HIV entre crianças é uma enorme vitória de saúde pública. No mundo, 1,6 milhão de novas infecções infantis foram evitadas entre 2008 e 2017, uma conquista que decorre do aumento acentuado da proporção de mulheres vivendo com HIV recebendo medicamentos antirretroviais para prevenir a transmissão do HIV de mãe para filho, ou da terapia antirretroviral sustentada, de 25% em 2008, para 80% em 2017.

Porém, ainda há muito a ser feito. Os esforços para prevenir a transmissão do HIV de mãe para o filho foram prejudicados pela adesão irregular ao tratamento entre mulheres grávidas e lactantes que vivem com HIV e pelo número significativo de mulheres grávidas e lactantes que não conhecem seu estado sorológico para o vírus.

Entre as crianças, o número de novas infecções caiu apenas 8% nos últimos dois anos. Com pouco acesso a tratamentos, 110 mil crianças morreram em decorrência da Aids e 180 mil crianças, número considerado inaceitável, adquiriram HIV durante o parto ou amamentação em 2017, muito acima da meta de 40 mil para o fim deste ano.

“Uma criança ser infectada com HIV ou uma criança morrer de aids já é muito”, afirmou Michael Sidibé, ex-diretor do Unaids.

A meta das Nações Unidas é eliminar a epidemia de aids até 2030 e, para isso, foi ajustada a agenda 90-90-90, que prevê, para 2020, que 90% das pessoas vivendo com HIV sejam diagnosticadas; e destas, 90% estejam em tratamento; e destas, 90% tenham a carga viral indetectável. O relatório indica que, em 2017, 75% das pessoas com HIV tinham o diagnóstico, destas, 79% tinham acesso a tratamento e, destas, 81% suprimiram a carga viral. Seis países — Botsuana, Camboja, Dinamarca, Holanda, Namíbia e Suazilândia — já alcançaram a meta, e outras sete estão próximas.

Fonte: Com informações do Unaids Brasil