Na manhã dessa terça-feira (19), as seleções da Colômbia e do Japão se enfrentam no Mundial da Rússia. A Colômbia foi umas das cinco seleções sulamericanas classificadas para a Copa do Mundo de 2018. Na última competição, ela ficou em quinto lugar, seu melhor desempenho em todos os mundiais. Já a seleção japonesa tem menos tradição no futebol, mas parte para sua sexta participação consecutiva em mundiais. Em seus melhores desempenhos, conseguiu chegar duas vezes até as oitavas de final.

Na disputa contra aids, a prevalência entre os adultos na Colômbia é alta, 0,4%.  Além disso, o Unaids estima que 45 mil pessoas ficaram órfãs em decorrência da aids no país, o que representa a quinta maior causa de mortes na população ativa. O Japão é um país de cultura conservadora e vê uma epidemia crescente de sífilis e HIV.

 

Colômbia

Com um rico patrimônio histórico, a Colômbia tem a segunda maior população da América do Sul, constituída a partir da mistura entre índios, africanos e europeus, sobretudo, espanhóis. Segundo o relatório do ano de 2016 do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), há 120 mil pessoas vivendo com HIV na Colômbia, em uma população com 48 milhões de pessoas.

A prevalência entre os adultos é alta, 0,4%. São 5600 novas infecções anualmente e o Unaids estima que 45 mil pessoas ficaram órfãs em decorrência da aids no país.

Apenas 36% das pessoas que sabem que vivem com o HIV tem carga viral indetectável. Para agravar, 40% dos diagnósticos são tardios.

Mais números:

– Prevalência entre profissionais do sexo: 1,2%

– Prevalência entre homens que fazem sexo com homens: 17%

– Prevalência entre pessoas que fazem uso de drogas injetáveis: 2,8%

– Prevalência entre transexuais: 21,4%

 

Sobre a saúde no país 

A Colômbia tem um sistema de saúde vindo da crise do narcotráfico observada entre 1991 e 1993. A Constituição de 1991 incorporou o Estado Social de direito e garantiu acesso universal à seguridade social. Atualmente, 80% da população é coberta pelo sistema de saúde, mas a entrega para as áreas rurais, os mais pobres e os profissionais autônomos tem sido realizada de forma dramática.

Há duas maneiras de ter acesso ao sistema de saúde colombiano: o primeiro é o Regime de Contribuição (RC), para os empregados e seus familiares com uma contribuição mensal para o governo e o outro é o Regime Subsidiado (RS), em que o governo cobre os indivíduos mais pobres que não têm condições de financiar o primeiro regime.

a quinta maior causa de morte na população ativa. Desde que o vírus chegou ao país, 0,5% da população foi contaminada por ele, mais que o dobro do que é visto no Brasil (0,2%). Por isso, programas foram criados no país para que os números baixassem.

O secretário de saúde colombiano, Guillermo Jaramillo, responsável pela saúde no país e conhecedor de diversos outros sistemas de saúde, assegurou para o presidente Juan Manuel Santos, que o sistema de saúde colombiano precisa de uma mudança nas estruturas básicas. Segundo ele, em carta ao presidente, os casos de corrupção e as falhas estruturais do sistema poderiam paralisá-lo.

 

Japão

 

De acordo com o Ministério da Saúde do Japão, no ano de 2014 foram registrados 16.903 pessoas vivendo com HIV e outras 7.658 pessoas que desenvolveram aids.  Além desses números, outros 1439 casos de infecção por meio de sangue infectado durante tratamento para hemofilia.

As infecções de homens que fazem sexo com homens represtam 57,3% do total de casos registrados. Quanto à idade, 70% das infecções foram em pessoas entre 20 e 30 anos.

A cultura japonesa impõe uma abordagem mais contida com relação às campanhas de combate ao vírus HIV. O preconceito no país é grande e a doença ainda é vista como fruto de uma vida promíscua, vinda dos estrangeiros.

A sífilis também ganhou sinal de alerta no país. De acordo com dados baseados em relatórios arquivados por hospitais em todo o Japão, o número de pacientes infectados pela sífilis totalizou 4.259 desde o início de dezembro passado, alta de 77% a partir dos 2.412 no período correspondente no ano anterior, e 7 vezes maior em relação há 1 década.

 

Mais números

– Prevalência entre homens que fazem sexo com homens: 4,8%

– Prevalência entre pessoas que fazem uso de drogas injetáveis: 0,02%

Sobre a saúde no país

Dentre os sistemas de saúde mais invejados do mundo, encontra-se o japonês, seja pelo seu baixo custo ou pelos ótimos resultados, refletidos na alta qualidade de vida dos habitantes do país. Tradicionalmente, a assistência médica teve presença da medicina oriental por muitos séculos e tal tradição formou profissionais bastante competentes em uma medicina não-tradicional para os ocidentais. A medicina ocidental, no entanto, foi imposta como política nacional na restauração Meiji, em 1868 e foi se desenvolvendo até o sistema de saúde atual fosse instalado.

Atualmente, se procurarmos pelos sistemas de saúde mais completos do mundo, o japonês estará entre eles, mas enfrenta vários problemas, como o baixo número de profissionais (de medicina ocidental) e a espera por atendimento.

O que impressiona neste sistema de saúde é o gasto em saúde comparativamente baixo, cerca de 8,5% do PIB japonês. Esta marca é interessante porque a porcentagem da população acima dos 65 anos é alta em comparação a muitos países ocidentais e, com implicância de maiores gastos nestes sistemas de saúde. Em 2008, foi instalado o Sistema de Seguro de Saúde para os idosos, para focar a atenção nesta parte da população e dividir melhor a atenção e os financiamentos de saúde.

 

Redação da Agência de Notícias da Aids