O Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, anunciou nessa quarta-feira (11) que vai ampliar a oferta do antirretroviral dolutegravir no tratamento de todos os pacientes com HIV no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a nota informativa, a nova recomendação é para que os antigos esquemas, com inibidores da transcriptase reversa não-nucleosídeos e inibidores de protease, sejam trocados pelo dolutegravir em maiores de 12 anos e com supressão viral.

“As recomendações para a substituição levam em consideração que as pessoas que estão com carga viral indetectável e bem, não precisam e não devem fazer a substituição do seu esquema atual. Entretanto, aquelas que estejam com carga viral indetectável, mas às custas de eventos adversos e toxidades indesejáveis com o seu esquema atual, podem se beneficiar da troca”, diz o documento.

“É um processo de avaliação individual, o médico vai decidir com o paciente qual é o melhor tratamento. Mas já nos programamos e compramos mais 300 mil tratamentos com dolutegravir”, explicou a diretora do Departamento, a dra. Adele Benzaken. “Ainda não temos registrado na Anvisa a versão três em um com dolutegravir, então não podemos comprar”, completou.

De acordo com o ministério, o dolutegravir é considerado um dos melhores tratamentos contra a aids no mundo. Ele apresenta alta potência e um nível muito baixo de efeitos colaterais, aspecto considerado bastante importante para a adesão e o sucesso do tratamento contra o HIV.

Ainda segundo o Departamento de Aids, “a substituição somente deverá ocorrer nas situações em que há vantagens relativas na diminuição de eventos adversos, na melhoria da adesão da pessoa, menor interações medicamentosas ou possibilidade de uso em determinadas comorbidades em relação ao seu esquema atual de tratamento.

As recomendações e os critérios necessários para a substituição:

1)    Pessoa vivendo com HIV maior de 12 anos;

2)    Avaliação individualizada e criteriosa da necessidade e dos benefícios envolvidos na substituição, uma vez que pode expor a pessoa vivendo com HIV a eventos adversos desnecessários;

3)    Pessoa vivendo com HIV em tratamento antirretroviral com supressão viral (CV indetectável) nos últimos seis meses;

4)    Pessoa vivendo com HIV em uso de esquemas com efavirenz ou nevirapina, sem falha virológica prévia;

4.1)    pessoa vivendo com HIV em uso de primeiro esquema (sem uso prévio) de tratamento antirretroviral contendo efavirenz ou nevirapina;

5)    Pessoa vivendo com HIV em uso de esquemas com atazanavir/ritonavir ou darunavir/ritonavir  ou lopinavir/ ritonavir, sem falha virológica prévia;

5.1)    pessoa vivendo com HIV em uso de primeiro esquema (sem uso prévio) de tratamento antirretroviral contendo IP/r; ou

5.2)    pessoa vivendo com HIV em uso de esquema atual com IP/r, que tenham realizado a troca do efavirenz ou nevirapina para IP/r por intolerância e/ou eventos adversos (não por falha virológica).

 

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Redação da Agência de Notícias da Aids