Dados coletados da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) apontam que 160 novos casos de hepatites virais foram registrados em Manaus no período de 1º de janeiro a 25 de junho, sendo prevalentes os tipos B com 87 casos e o tipo C com 46 casos confirmados.

Apesar de o cenário atual mostrar uma tendência de queda dos números nos últimos quatro anos no registro de casos, a secretaria alerta para diagnóstico precoce.

A partir de segunda-feira (1), haverá intensificação das ações de combate às hepatites virais. Serão realizadas atividades educativas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), distribuição de preservativos, intensificação da oferta do teste rápido para detecção da doença e da oferta da vacina contra a hepatite B.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi, o Julho Amarelo é uma campanha de combate às hepatites virais, instituída por lei federal em janeiro deste ano, que tem como objetivo reforçar as iniciativas de vigilância, prevenção e controle, alertando sobre as formas de prevenção e a importância do diagnóstico precoce.

A hepatite é a inflamação do fígado e pode ser causada por vírus (tipo A, B, C, D e E) ou pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas, podendo levar à hepatite crônica, cirrose, câncer e causar a morte do paciente.

Os tipos B, C e D são as formas mais graves, com transmissão por relação sexual desprotegida, transfusão sanguínea e derivados do sangue, assim como o compartilhamento de seringas, escova de dente, lâmina de barbear, alicate de unha e outros objetos perfurocortantes.

A chefe do Núcleo de Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs/AIDS) e Hepatites Virais da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), enfermeira Rita de Cássia Castro de Jesus, explica que no Brasil os tipos mais comuns da doença são a hepatite A, que tem transmissão oral-fecal, de uma pessoa infectada para outra saudável ou por meio de alimentos ou água contaminada, e também as hepatites B e C.

“A Semsa disponibiliza vacina contra a hepatite A para crianças de até dois anos, que são as mais vulneráveis no que se refere a esse tipo de hepatite, também tem tratamento e pode ser curada. A hepatite do tipo B não tem cura, mas tem tratamento e pode ser evitada com a vacina. Já a hepatite C não tem vacina, mas tem cura”, informa Rita de Cássia.

Diagnóstico

Como é uma doença que na maioria dos casos não apresenta sintomas, a enfermeira alerta que a principal preocupação é com o diagnóstico tardio, que pode dificultar o tratamento.

“Quando o diagnóstico é precoce, é possível cuidar do paciente para que não haja o agravamento da doença, evitando a evolução para cirrose e o câncer, e reduzindo as chances de transmissão. Por isso, a Semsa investe na testagem rápida para as hepatites B e C, serviço que disponibiliza o resultado para o paciente em cerca de 30 minutos”, esclarece Rita de Cássia, lembrando que a Semsa conta com 156 Unidades de Saúde para realizar o teste rápido.

Fonte: G1