Apenas 13% dos meninos de 11 a 14 anos, no Distrito Federal, tomaram a segunda dose da vacina contra o HPV. A aplicação evita o desenvolvimento de, pelo menos, seis tipos de cânceres na fase adulta. Entre as meninas, o percentual de imunização é maior, 44%, mas ainda está abaixo do esperado.

Os dados são do Ministério da Saúde e se referem ao balanço feito na última quarta-feira (12). A expectativa é vacinar 118,1 mil meninas de 9 a 14 anos e 136 mil meninos de 11 a 14 anos.

De acordo com a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Carla Domingues, o adolescente que recebeu a primeira aplicação precisa voltar ao posto de saúde após seis meses para completar a dose e, assim, garantir a imunização.

“É importante reforçar que a cobertura vacinal só está completa com as duas doses”, afirma.

Baixa adesão

Para a subsecretária de Vigilância à Saúde do DF, Maria Beatriz Ruy, a baixa adesão de meninos à campanha de vacinação contra o HPV se deve, principalmente, ao desconhecimento. Adolescentes – do sexo masculino – só foram incluídos no público-alvo no ano passado. As meninas recebem as doses gratuitamente desde 2014. “Algumas pessoas ainda acham que a vacinação contra o HPV é somente para meninas porque a campanha começou assim. Mas é para meninos também.”

Além disso, ela explica que os adolescentes costumam ir às consultas médicas sem os responsáveis. Se forem menores de 15 anos e estiverem desacompanhados, eles, não podem receber a vacina.

Quem é parte do público-alvo?

  • Meninas de 9 a 14 anos
  • Meninos de 11 a 14 anos

Onde tomar a vacina

As doses são gratuitas e fazem parte do calendário nacional de imunizações. A vacina está disponível durante todo o ano na rede pública de saúde. Pessoas que vivem com HIV e que foram transplantadas, na faixa etária de 9 a 26 anos, também devem se imunizar. A lista completa das salas pode ser acessada aqui

Casos no DF

O vírus do HPV é a causa de diversos tipos de cânceres em todo mundo. A vacina, no entanto, previne 70% dos casos em que a doença ataca o colo de útero, 90% de casos de câncer anal, 63% de câncer de pênis, 70% de câncer vaginal, 72% de câncer de orofaringe e 90% das verrugas vaginais.

No DF, em 2016 – segundo o Ministério da Saúde – houve 188 mortes pelo agravamento dos casos de cânceres de colo de útero, outros locais do útero e de ovário. Esse número dá uma média de uma morte por câncer ginecológico a cada dois dias.

Sintomas

A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em alguns casos, o vírus pode ficar latente de meses a anos, sem manifestar sinais (visíveis a olho nu), ou apresentar manifestações subclínicas (não visíveis a olho nu).

Segundo especialistas, as primeiras manifestações da infecção pelo HPV surgem entre, aproximadamente, 2 a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção. As manifestações costumam ser mais comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa.

Em mulheres – sobretudo em adolescentes – a maioria dos casos tem resolução espontânea, pelo próprio organismo, em um período aproximado de até 24 meses.

Fonte: G1