A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou na quarta-feira (11) um estudo de uma universidade australiana que concluiu que usuários da PrEP, pílula que previne a infecção do vírus HIV, apresentaram aumento no diagnóstico de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

Segundo a OMS, a PrEP revolucionou a prevenção do HIV em todo o mundo, no entanto, ainda é preciso manter o alerta sobre o comportamento sexual de risco dos usuários. O alerta foi feito junto com a divulgação do estudo global conduzido pela Universidade Monash (MSHC), que contou com apoio da OMS, que mostrou que cerca de 72% das pessoas que utilizam há pelo menos um ano a PrEP foram diagnosticadas com clamídia, gonorréia ou sífilis, enquanto que apenas 24% dessas pessoas haviam sido diagnosticadas com DSTs antes de começarem a tomar a pílula.

A conclusão do estudo é que os mesmos fatores que colocam as pessoas em risco substancial de contrair o HIV – como baixo uso de preservativos e ter mais de um parceiro sexual, por exemplo – são os mesmos fatores que aumentam o risco de adquirir outras DSTs.

“A PrEP tem o potencial de ser uma das intervenções mais significativas e poderosas para prevenir a infecção pelo HIV. Este estudo destacou uma vantagem adicional da PrEP: ela oferece uma oportunidade para melhorar a saúde sexual daqueles indivíduos e populações com maior risco de HIV e DSTs”, disse o diretor do MSHC, Christopher Fairley.

Diante dos dados, a OMS aconselhou que os serviços que oferecem a PrEP devem incluir testes e tratamentos de prevenção a outras DSTs.

“Os serviços de PrEP podem ajudar a prevenir não apenas o HIV, mas também as DSTs, e devemos aproveitar essa oportunidade ”, complementou a médica co-autora do artigo, Rachel Baggaley, do Departamento de HIV, Hepatites e Infecções Sexualmente Transmissíveis da OMS.

O estudo foi publicado no JAMA Network Open e compilou dados quantitativos de 26 países. Os números foram obtidos em 9 bancos de dados e 3325 artigos de pesquisadores e implementadores de PrEP relacionados à prevalência e/ou incidência de DSTs.