Rússia

Os primeiros jogos internacionais não oficiais envolvendo equipes russas ocorreram apenas no início da década de 1910. No Mundial de 2018, a Rússia entrou no torneio como um time de baixo nível e nunca ultrapassou a fase de grupos na era pós-Soviética, mas eles golearam a Arábia Saudita por 5 a 0 no jogo de abertura. Já o Egito, não participa de uma Copa do Mundo há 28 anos, desde 1990, quando esteve no torneio realizado na Itália.

Quanto à luta contra a aids, a política de repressão na Rússia impediu que os números fossem registrados e divulgados, o que gerou dados imprecisos sobre HIV no país e agravou a epidemia. No Egito, as infecções não avançaram na população em geral, mas se mantém em populações específicas, como nos homens que fazem sexo com homens (HSH), usuários de drogas injetáveis (UDI) e profissionais do sexo.

A disputa entre as duas seleções abre a segunda rodada da fase de grupos às 15h dessa terça-feira (19).

 

Rússia

Durante anos, a antiga União Soviética negou que existia infecções pelo vírus dentro de seu território. Os médicos foram pressionados a diagnosticar os casos como outras doenças e o governo não tomou medidas para proteger ou alertar o público sobre o que era a aids e como evitar a sua propagação. Assim, só no ano de 1987 foi documentada a primeira infecção por HIV na Rússia.

A política de repressão impediu que os números fossem registrados e divulgados, o que gerou dados imprecisos sobre HIV no país e agravou a epidemia. No entanto, dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodoc) revelam que, em 2016, 2,3% da população adulta faziam uso de drogas injetáveis – cerca de 1,8 milhões de pessoas. Os números ainda mostram que a cada três pessoas que injetam drogas em seu organismo, uma está infectada pelo HIV.

O número de pessoas infectadas pelo HIV, de acordo com o relatório do Unaids, publicado em 2016, é de 850 mil pessoas. No entanto, estima-se que há 500 mil que portam o vírus, mas ainda desconhecem sua sorologia. Desse total, apenas 37% está em tratamento, o que abre portas para aumento do número de novas infecções. Só no ano de 2015, foram registrados 98.177 mil novos casos de HIV. E, em 2014, 24 mil pessoas morreram por aids no país. No mesmo ano, o governo relatou que 34% das novas infecções pelo vírus são entre mulheres.

Homofobia

Gays, lésbicas, bissexuais e transexuais sofrem constante perseguições, agressões e humilhações no país, ainda que a homossexualidade tenha sido descriminalizada em 1993. Esse contexto piorou desde que a chamada “lei de propaganda gay” foi aprovada pelos legisladores locais em 2013. A norma proíbe a distribuição para menores de idade de conteúdos que defendam os direitos LGBT ou equiparem relacionamentos heterossexuais a homossexuais.

O governo brasileiro lançou na última quinta-feira (7) uma cartilha de recomendações para os torcedores que pretendem ir até a Copa da Rússia. A publicação de 134 páginas traz orientações sobre o que os turistas devem evitar no país, quais documentos são importantes para a viagem, além de dados sobre o clima e a moeda do país.

No material, o governo brasileiro recomenda que sejam evitadas quaisquer manifestações públicas sobre temas políticos, ideológicos, sociais e de orientação sexual. Uma mensagem semelhante partiu nesta sexta-feira do comitê de Relações Exteriores do Parlamento britânico, segundo o qual cidadãos LGBT correm um “risco significativo” não só pela possível “violência de grupos de justiceiros”, mas também por uma “falta de proteção adequada pelo Estado”.

Apesar de a constituição russa garantir assistência médica universal e gratuita para todos os seus cidadãos, na prática, os serviços são parcialmente limitados e, desde a dissolução da União Soviética, em 1990, a qualidade da saúde da população diminuiu consideravelmente. A falta de recursos também tem afetado a efetividade do sistema de saúde.

  

Egito

No Egito, cerca de 11 mil pessoas vivem com HIV numa população estimada em 95 milhões de pessoas. Segundo estimativas do Programa Conjunto das Nações Unidas Para o HIV/Aids (Unaids), desse total, 7.800 casos são do sexo masculino.

A epidemia do HIV é classificada como concentrada, uma vez que não avançou na população em geral, mas se mantém em populações específicas, como nos homens que fazem sexo com homens (HSH), usuários de drogas injetáveis (UDI) e profissionais do sexo.

A forma de transmissão em 90% dos casos é por via sexual, principalmente entre os homens com mais de 15 anos. A transmissão vertical (TV, infecção da mãe para o filho na gravidez, no parto ou na amamentação) apresenta uma porcentagem baixíssima.

A prevalência do vírus na população adulta (entre 15 e 49 anos) é de 0,1%, sendo superior a 6% entre HSH e 2,4% entre UDI e profissionais do sexo.

Nos últimos anos, o esforço do país em relação à oferta de remédios e à atenção integral, combinado com estratégias preventivas e de combate ao estigma, à discriminação começou a render frutos. A mortalidade associada à aids caiu. Em 2016, o Egito registrou aproximadamente 350 mortes em decorrência da aids.

O serviço de saúde no Egito, segundo o site Viagens.com, é bom e está entre os melhores no continente africano. Há um grande conjunto de hospitais e centros médicos, sobretudo nas grandes cidades como Cairo e Alexandria que oferecem um nível de atenção médica semelhante ao nível europeu quanto à limpeza, cuidado, tratamento, e técnica médica.

Mais números

 

* O Egito registrou 1600 novas infecções de HIV, em 2016.

* A prevalência entre profissionais do sexo ultrapassa 2,4%.

* A incidência do HIV por 1000 habitantes (adultos de 15 a 49 anos) é de 0,03.