A Espanha terá um desafio maior do que aparenta na segunda rodada da Copa do Mundo, nesta quarta-feira (20), às 15h, em Kazan. O Irã, líder do grupo, pode não ser uma das seleções mais tradicionais em Mundiais, mas virou sinônimo de solidez defensiva desde que o técnico português Carlos Queiroz assumiu a equipe. A seleção espanhola se prepara para enfrentar um sistema defensivo que chegou a ficar 12 jogos seguidos sem sofrer gols. Segundo dados do Unaids, o Irã tem 5 mil novas infecções de HIV ao ano. Na Espanha, aproximadamente 150 mil adultos vivem com HIV/aids. Veja a seguir mais dados sobre o cenário do enfrentamento da doença nesses países.

Irã

O Irã é um dos países mais populosos do Oriente Médio e tem 5 mil novas infecções de HIV ao ano e, de acordo com relatório do Unaids, desde 2010 o número de novos casos aumentou em 21%. Por outro lado, as mortes por aids caíram em 14%.

São 66 mil pessoas vivendo com o vírus, mas apenas 14% estão acessando a terapia antirretroviral. Os números continuam preocupantes quando se trata das mulheres grávidas infectadas. 49% delas estão sem tratamento, abrindo possiblidade para as transmissões verticais.

A prevalência entre as profissionais do sexo é de 2,1% e entre as pessoas que fazem uso de drogas injetáveis é de 9,3%. Das pessoas que estão realizando o tratamento antirretroviral, apenas 8% tem carga viral indetectável.

Apesar de ser passível de punição, o sexo é praticado entre os jovens, especialmente nas grandes cidades. Sob o recurso legal do sigheh, que pode durar apenas algumas horas, a prostituição corre solta.

Sexualidade é assunto que não se fala, consequentemente não há informações sobre prevenção e o número de mortes por aids chega a 4 mil por ano. Por outro lado, a lei permite a cirurgia de mudança de sexo.

Mais sobre o país

Como alguns sistemas de saúde da região, o do Irã é baseado em um sistema público-governamental, um setor privado e uma linha de ONG’s. A população é de 75 milhões de habitantes e os gastos em saúde chegaram a $50 bilhões em 2013. Em 2005, 4,5% do PIB iraniano foi usado com saúde e 75% dos habitantes possuem plano de saúde.

Uma curiosidade do país é a comercialização de órgãos. A prática de vender um rim para ter lucro é legal e bastante comum entre a população mais pobre. Cada órgão vale, em média, $1200 e a regulação deste comércio é feito por associações e pelo próprio governo.

O acesso à televisão a cabo e à internet são bastante limitados no Irã por motivos religiosos. O regime proíbe a TV a cabo e impões sérias restrições à internet, mas muitos iranianos dão um jeitinho e instalam os chamados “gatos”.

Espanha

A Espanha já participou 14 vezes da Copa do Mundo e levou um título. De acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e Aids (Unaids), aproximadamente 150 mil adultos vivem com HIV/aids no país.

Como no Brasil, na Espanha os antirretrovirais são distribuídos gratuitamente desde 1996 pelo governo.

Em 2014, a Espanha registrou 3366 novos casos de HIV, sendo 80% via transmissão sexual. Destes, 54% ocorreram em homens que fazem sexo com homens, 26% em heterossexuais e 3,4% em usuários de drogas injetáveis. Os casos de transmissão de mãe para filho não ultrapassou 0,1%.

O percentual de novos casos de HIV em HSH passou de 47,5%, em 2009, para 55,2%, em 2014, enquanto em heterossexuais e usuários de drogas injetáveis, homens e mulheres, diminuiu.

Em 2014, 32% dos novos diagnósticos de HIV foram realizado em pessoas de outros países; depois da origem espanhola, o mais frequente foi o latino-americano (15,1%). Nas mulheres, mais de 50% dos novos diagnósticos eram imigrantes.

Mais números

* A prevalência do HIV entre HSH é de 11,3%

* Habitantes: 47 milhões

* Pessoas vivendo com HIV/aids: de 140 a 170 mil

*  Porcentagem de homens infectados: 80%
 
Redação da Agência de Notícias da Aids