No domingo (17), o Brasil enfrenta a Suíça em sua estreia na Copa do Mundo. Na Rússia, a seleção suíça irá disputar a sua décima Copa do Mundo, a quarta consecutiva. Como melhor campanha, os suíços chegaram as quartas de final em 1954, ano em que sediou o torneio. A brasileira é uma das seleções mais bem sucedidas da história do futebol mundial, sendo a recordista em conquistas em Copas do Mundo, com cinco títulos invictos (1958, 1962, 1970, 1994, 2002). Também é a única que participou de todas as copas. No que diz respeito à prevalência do HIV, a Suíça sai na frente com 0,3% entre a população adulta, contra 0,4% do Brasil.

Brasil

Assim como muitos outros países da América Latina e do Caribe, a epidemia de HIV/aids no Brasil está concentrada na população de homens que fazem sexo com homens (HSH), com uma prevalência de 10,5% — podendo ultrapassar 15% em determinadas regiões e centros urbanos — , nas mulheres trans, profissionais do sexo, usuários de drogas e travestis. Na população geral, a prevalência é de 0,4%.

A cada 100 mil brasileiros, 18 são soropositivos. Apesar da incidência dos casos de aids ter diminuído 5,2% entre 2015 e 2016, hoje, cerca de 830 mil pessoas estão vivendo com HIV/aids, sendo que 112 mil ainda não sabem disso, conforme informou o último Boletim Epidemiológico de HIV/Aids, divulgado pelo Ministério da Saúde, no início de dezembro de 2017.

Desse modo, mesmo depois de 36 anos de epidemia, o HIV continua sendo um desafio a ser vencido no Brasil e no mundo.

O governo informou ainda que do total de pessoas vivendo com HIV/aids, 129 mil sabem que têm o vírus, mas não se tratam. Outro dado importante é sobre o aumento de 4,1% nos casos de HIV notificados em 2016. Foram 37.884, ante 36.360 em 2015.

Publicado anualmente, os dados acendem um sinal vermelho para  o crescimento da doença entre adolescentes na última década. A incidência quase triplicou entre os homens de 15 a 19 anos, passando de 2,4 casos, por 100 mil habitantes, em 2006, para 6,7 casos em 2016. Entre os homens com 20 a 24 anos, a taxa passou de 16 casos de aids por 100 mil habitantes para 33,9 casos no mesmo período.

Já entre as mulheres, constatou-se um aumento da doença entre jovens de 15 a 19 anos, grupo que teve a taxa elevada de 3,6 casos para 4,1.

Outro ponto crítico é a transmissão em idosos acima dos 60 anos, já que a taxa passou de 5,6 para 6,4 casos por 100 mil habitantes.

Prevenção combinada

Na tentativa de frear o avanço da epidemia, o governo brasileiro vem adotando, desde 2013, a prevenção combinada. Além do uso da camisinha, a nova estratégia inclui o tratamento antirretroviral, a testagem regular do HIV, a PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV), a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), o exame de HIV no pré-natal, medidas de redução de danos entre pessoas que usam álcool e outras drogas e o tratamento de outras ISTs. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a disponibilizar no sistema público de saúde a PrEP .

No campo do tratamento, o Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, ampliou, em 2018, a oferta do dolutegravir para todos os pacientes em tratamento. De acordo com o governo, esse medicamento é considerado um dos melhores do mundo. Ele apresenta alta potência e um nível muito baixo de efeitos colaterais, aspecto considerado bastante importante para a adesão e o sucesso do tratamento contra o HIV.

Desde 1996, o acesso gratuito a tratamento para todas as pessoas infectadas é garantido por lei e está à disposição nos serviços públicos.

Lei 12.984

Além disso, o Brasil tem uma lei que torna crime a discriminação contra pessoas vivendo com HIV e doentes da aids. A lei nº 12.984 prevê prisão de um a quatro anos para autores de atos de preconceito contra os soropositivos. É considerado crime, por exemplo, recusar, cancelar ou impedir as matrículas em qualquer instituição de ensino, incluindo creches, de portadores do HIV e doentes de aids. Também é crime negar trabalho, exonerar ou demitir de seu cargo ou emprego e isolar os doentes no ambiente profissional. A divulgação da condição de soropositivo com o objetivo de ofender a “dignidade” é outro ato passível de prisão, assim como recusar ou retardar atendimento de saúde.

Mais números

* 830 mil pessoas vivem com HIV/aids no Brasil.

* O Brasil tem 136 mil pessoas com HIV que desconhecem a própria condição, segundo estimativas referentes a 2016.

*Há 196 mil pessoas que sabem que têm o vírus, mas não se tratam.

* 498 mil pessoas estão em tratamento no país, segundo o governo.

* Em 2016, o Brasil registrou 15 mil mortes por aids

Dados do Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, do Ministério da Saúde, apontam que o Brasil obteve avanços no diagnóstico, tratamento e controle do vírus nos últimos quatro anos. Até 2016, o país tinha 84% das pessoas diagnosticadas com o vírus em tratamento. Destas, 91% já estão com carga viral suprimida. O Brasil é signatário das metas 90-90-90, da ONU, e se comprometeu a chegar em 2020 com 90% das pessoas que vivem com HIV testadas. Destas, 90% precisam ter aderido à profilaxia, ou seja, ao tratamento médico continuado, e destas, 90% devem estar com a carga viral zerada no sangue – isso atestaria a eficácia dos medicamentos.

 

Suíça

No país, que tem uma população total de 8.391.973 habitantes, o número de casos recentemente diagnosticados de HIV permaneceu estável pelo segundo ano consecutivo, seguindo uma tendência de queda no período de 2008 a 2014. As informações são da Swiss Aids Federation,  uma organização sem fins lucrativos financiada por dinheiro do Departamento Federal de Saúde Pública, do Serviço Federal de Seguro Social e de colaboradores privados.

Existem atualmente cerca de 20 mil pessoas na Suíça vivendo com HIV e em 2016 foram diagnosticados 542 novos. Isso representou um aumento de 1% em relação ao ano anterior. Antes disso, o número de casos de HIV havia caído quase todos os anos desde 2008. 2016 foi, portanto, o segundo ano consecutivo em que os números não continuaram a tendência anterior de queda.

As mulheres representam 22% dos novos diagnósticos. Nos últimos seis anos, o número de casos de mulheres infectadas por contato heterossexual diminuiu quase continuamente de 120 para 84.  O número de casos de homens infectados por contato heterossexual aumentou inicialmente, mas caiu acentuadamente em 2014. Houve menos 30 casos nesse grupo em 2016 do que havia há cinco anos (2011: 135 casos).

Olhando para os últimos seis anos, nenhuma tendência clara pode ser estabelecida no número de diagnósticos de HIV entre HSH, já que os números variaram consideravelmente de ano para ano. Houve 221 novos diagnósticos em 2016, correspondendo a cerca de 49% de todos os casos.

Entre as mulheres infectadas por contato heterossexual, 27% eram cidadãs de um país classificado segundo os critérios da OMS como tendo alta prevalência de HIV. Os principais países de relevância para a Suíça são os da África Subsaariana e alguns países caribenhos. Os habitantes originários de países de alta prevalência são responsáveis ​​por um número muito menor de novos diagnósticos em homens, independentemente de como eles foram infectados.

Redação da Agência de Notícias da Aids