A Tunísia foi a primeira seleção africana a conseguir vencer em uma Copa do Mundo, e isso aconteceu em 1978, contra o México. Desde então, a seleção nunca mais repetiu o feito em um Mundial.

Já a Inglaterra ficou de fora da Copa do Mundo antes da Segunda Guerra Mundial. Não quis participar das três primeiras Copas, em 1930, 1934 e 1938 porque não dava valor ao Mundial e considerava o campeonato entre os britânicos com Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte mais importante. As duas seleções se enfrantam na tarde dessa segunda-feira (18).

Na disputa contra o HIV, a Inglaterra sai na frente. A Tunísia tem 2900 pessoas vivendo com o vírus, mas ainda vive situações de homofobia e estigma. Enquanto isso, a Inglaterra tem 96% das pessoas diagnosticadas em tratamento. Além disso, 94% delas estão com carga viral indetectável.

 

Tunísia

As taxas de infecção por HIV na Tunísia são baixas. Segundo o relatório do Unaids de 2016, são apenas 2900 pessoas soropositivas, em um país com 11,4 milhões de habitantes. No entanto, alguns especilialistas denunciam que esse número pode ser subestimado devido ao forte estigma da doença e a tabus relacionados à sexualidade e à população LGBT. Além disso, menos da metade do total de infectados está em tratamento, apenas mil pessoas. A incidência na população adulta é de 0,05%.

Ainda assim, o Ministério da Saúde afirma que o número de pessoas vivendo com o vírus no país é ainda mais baixo, 1900 pessoas.

A infecção afeta principalmente partes da população que já estão fortemente estigmatizadas, como profissionais do sexo, gays e usuários de drogas intravenosas. Esses grupos não são apenas marginalizados pela sociedade, mas também criminalizados pelo sistema de justiça. A sentença por uso de drogas, por exemplo, é de um ano de prisão. Além disso, práticas sexuais libidinosas chamadas por reliogiosos de sonomia, como o sexo anal, por exemplo, também é considerado crime e pode levar a três anos de prisão. Do total de pessoas que o Unaids estima viver com o vírus, apenas 1700 conhecem sua sorologia.

Financiadas em parte pelo Fundo Global de Combate à Aids, as poucas organizações que atuam na área são constituídas por voluntários, em sua maior parte soropositivos, ativos em suas comunidades. Ainda assim, em comparação com grande parte da região, a resposta à disseminação do HIV-Aids é considerada positiva.  O Dr. Zied Mhirsi, presidente da Rede Global de Pesquisadores em HIV-Aids no Oriente Médio e Norte da África, aponta que muito foi feito na Tunísia como distribuição de preservativos, lubrificantes e seringas de uso único foram distribuídas, além do tratamento gratuito de pessoas com HIV e projetos de conscientização entre profissionais do sexo, usuários de drogas, prisioneiros e homens que fazem sexo com homens. Mas apesar desses esforços, ele diz que o estigma permanece.

Mais números

  • Prevalência entre profissionais do sexo: 0,92%
  • Prevalência entre homens que fazem sexo com homens: 9,1%
  • Prevalência entre pessoas que fazem uso de drogas injetáveis: 3,9%

 

Inglaterra

O Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e Aids (Unaids) não computa os dados da Inglaterra separadamente, mas do Reino Unido formado por, além da Inglaterra, Escócia, Gales e Irlanda do Norte. São 101.200 pessoas vivendo com HIV/aids. São 6.095 novas infecções ao ano e, até então, 594 mortes por aids foram registradas. A prevalência do HIV é de 0,16%.

Já entre homens que fazem sexo com homens, a prevalência é de 2,5%. Quanto ao tratamento, o números são animadores: 96% dos adultos infectados estão tomando antirretrovirais. E 94% estão com carga viral indetectável.

Por outro lado, os diagnósticos tardios são um grande desafio. Segundo o Relatório de Saúde Pública da Inglaterra e do Reino Unido, no ano de 2016, 42% dos diagnósticos foram realizados em estágio já avançado da infecção.

Além disso, outro desafio está associado a falta de informação. Uma recente pesquisa no Reino Unido, revelou que apenas 45% das população pôde identificar as formas de transmissão do HIV.

 

Mais sobre o país

O sistema de saúde é o mesmo para todo o Reino Unido. O National Health Service ou NHS, como é mais conhecido, é o maior sistema público de saúde e o mais antigo do mundo.

Todos os bairros de Londres contam com um General Practitioner Surgery que funciona como um centro de saúde local, uma espécie de UPA no Brasil.

O tratamento contra a infecção pelo HIV é o único que o sistema de saúde não contempla para os estrangeiros, que têm de pagar pelos antirretrovirais. Segundo os responsáveis por essa medida, ela tem duplo benefício: evita que os estrangeiros acabem nos hospitais ingleses devido a complicações causadas pela aids, cujo custo do tratamento é muito alto e diminui em muito as probabilidades de terceiros serem infectados pelo vírus.

 

Redação da Agência de Notícias da Aids