O Brasil continua a ser o país onde mais transexuais são mortos, segundo dados da ONG Transgender Europe (TGEU), divulgados nesta semana, em razão da proximidade do Dia Internacional da Memória Trans, no próximo dia 20.
“Grupos brasileiros de pesquisa fazem esse tipo de levantamento, o que é importante porque não temos dados oficiais das mulheres trans assassinadas, que configuram como a maior parte das vítimas transexuais, principalmente negras, mas também há homens trans que são assassinados por conta da transfobia. A partir do momento que os registros especifiquem as vítimas por identidade de gênero, número de mortes vai aumentar”, afirmou Romio.
De acordo com a ONG, a pesquisa visa a promover a “conscientização sobre os crimes de ódio contra pessoas trans”, para “honrar as vidas daqueles que não devem ser esquecidos”. Quanto a isso, a especialista ouvida pelo GLOBO ressaltou que a divulgação das denúncias é fundamental para conscientizar a população, assim como a implementação de políticas públicas para coibir os crimes contra a comunidade LGBT+ e o empoderamento das mulheres trans na sociedade.
Romio deu como exemplo de representatividade o caso de Erica Malunguinho (PSOL),primeira transexual eleita a deputada estadual em São Paulo, mas frisou que ainda há um longo caminho pela frente para a ocupação de transexuais em outros espaços, como nas universidades, de forma a promover o debate no combate ao preconceito.
“Sem as notícias de jornais, denúncias de familiares, dados coletados pelos movimentos LGBT+ pelos direitos humanos, não teríamos sequer esse número (da pesquisa). Esse esforço de colocar na mídia e buscar uma nova forma de registo para sanar essa deficiência governamental é o que possibilita algum diagnóstico”, afirmou Romio.
Fonte: infobahia