Guarujá não figura mais no ranking das 100 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes com as maiores taxas de detecção de HIV. Os dados fazem parte do Boletim Epidemio-lógico do Ministério da Saúde, publicado no último dia 1º, e trazem esperança ao enfrentamento do vírus. Dos municípios da Baixada Santista, Guarujá era o único a ainda figurar nesse ranking. A penúltima cidade da região a sair da relação foi Santos, em 2018.

Segundo a coordenadora do programa de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/Aids) de Guarujá, Márcia Helena Rodrigues, a taxa de detecção da doença no Município neste ano é de 22,2 a cada 100 mil habitantes. A média no País é de 17,8.

Com a experiência de quem atua há 23 anos na área, ela destaca os avanços no combate ao vírus. “A informação é a melhor forma de prevenção”. E esse carro-chefe fez com que a Cidade saísse do ranking do Ministério da Saúde. Além disso, Márcia credita ao teste rápido boa parte do sucesso.

“Os testes foram implantados em 2013 em algumas unidades de saúde. Isso aumentou de forma gradativa. Em 2015, já havia teste rápido em todas. Fazemos o diagnóstico precocemente e assim que a pessoa se descobre portadora, já colhe os dados e inicia o tratamento”.

Outras ações
Outra questão que ajuda a explicar o avanço guarujaense nessa questão envolve a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP) – medicamento dado logo após uma situação de risco. “Percebemos uma brecha para conseguir abordar essa pessoa que busca a PEP e informá-la melhor sobre os riscos da doença”.

Márcia diz que o trabalho foi intensificado também com profissionais do sexo e caminhoneiros, outros públicos considerados de risco. Além disso, há um trabalho com jovens e a necessidade de ir mais às escolas.

“Para esta faixa etária, muitas vezes ainda se trata de um assunto tabu, em especial para os pais, porém ressaltamos que os casos de HIV entre os jovens aumentou, portanto é muito necessário que essas informações cheguem a eles”.

 

Evolução e cuidado
Tanto a Profilaxia de Pré-Exposição (Prep) quanto a PEP são formas complementares de se proteger do HIV. O assunto foi reforçado pelo médico infectologista Evaldo Stanislau em entrevista para <FI5>A Tribuna</FI> domingo passado.

“Hoje, há a falsa sensação de que a doença não mata mais. Por isso, falamos em prevenção combinada. A informação é nossa melhor arma”.

Fonte: A Tribuna