Conteúdo produzido pela Agência Aids será publicado também no UOL, no site Só Notícia Boa e no portal IG

Milhares de especialistas e ativistas chegam a Amsterdã nesta segunda-feira (23) para reforçar a batalha contra a aids e traçar estratégias para evitar o ressurgimento da epidemia. A cidade holandesa recebe, até o dia 27, a 22ª Conferência Internacional de Aids, que nesta edição tem como tema “Quebrando Barreiras, Construindo Pontes”. O HIV/aids continua sendo um dos principais problemas de saúde pública global, com quase 37 milhões de pessoas vivendo com o HIV no final de 2016 e aproximadamente 2 milhões de novas infecções a cada ano.

O tema central, segundo os idealizadores, quer chamar atenção para a necessidade de abordagens baseadas em direitos para alcançar mais efetivamente populações-chave, incluindo a Europa Oriental e Ásia Central e as regiões Norte da África e Oriente Médio.

Ativistas de diferentes partes do mundo alertaram que em vez de se aproximar do objetivo de “acabar com a aids” como problema de saúde pública, novas infecções pelo HIV aumentaram em partes do mundo, à medida que a atenção global diminuiu e o financiamento estabilizou.

E eles lamentam que um foco no tratamento de supressão de vírus tenha ofuscado a prevenção básica, com o resultado de que o HIV ainda está se espalhando com facilidade entre as pessoas mais vulneráveis.

Acesso aos antirretrovirais

Sobre o acesso tratamento, os números revelam um recorde importante: três a cada cinco soropositivos do mundo têm acesso aos medicamentos antirretrovirais, segundo relatório do Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) lançado nesta semana. Por outro lado, a ONU teme que a falta de verba a impeça de manter esse patamar de luta contra a aids.

Ao todo, atualmente, 21,7 milhões de pessoas com HIV estão em tratamento: a maior proporção já atingida na história. Mas a luta contra a aids no mundo, no entanto, enfrenta um paradoxo. Ao mesmo tempo que se atingiu o recorde de tratamento de soropositivos, o diretor-executivo do Unaids, Michel Sidibé, teme não conseguir manter esses números. Segundo ele, faltam US$ 7 bilhões por ano para os programas de combate à doença.

No ano passado, US$ 20,6 bilhões de euros foram utilizados em programas de luta contra a aids apenas nos países pobres, que, segundo o relatório, conseguem financiar somente 56% dos tratamentos. A maior contribuição no combate à doença vem dos Estados Unidos, mas, sob a administração Trump, Washington prevê cortes importantes neste orçamento.

Novas iniciativas

Embora os discursos de alto nível busquem reviver a luta, o evento de cinco dias também apresentará uma oportunidade para os cientistas meditarem sobre os recentes avanços e retrocessos na busca por medicamentos anti-HIV mais simples e melhores. Mais de três décadas de pesquisas ainda não produziram uma cura ou vacina para o vírus causador da aids.

A primeira Conferência foi convocada no auge da epidemia, em 1985, e continua sendo a maior referência para os debates da ciência, defesa e direitos humanos. É o momento que o mundo se une para fortalecer políticas e programas que garantam uma resposta à aids baseada em evidências.

O Brasil chega ao evento marcando posição com representantes do governo, da comunidade científica, médica, do movimento social, muitos apresentando trabalhos sobre os temas que têm pautado o enfrentamento da doença.

Aids: as respostas das ONGs no mundo

A Agência de Notícias da Aids fará a cobertura dos principais debates desta Conferência e vai exibir, pela segunda vez consecutiva, o documentário “Aids: as respostas das ONGs no mundo”, com 26 entrevistas de ativistas de diversos países da África, Oriente e América Latina que participaram da 20ª Conferência Internacional de Aids, na Austrália, em 2014.

De acordo com a jornalista Roseli Tardelli, diretora da Agência Aids, o filme busca “estimular a prevenção ao HIV, contribuir para despertar ações de cidadania em relação às pessoas vivendo com HIV/aids e diminuir o estigma e o preconceito”. Com duração de 39 minutos, as entrevistas foram feitas por Roseli. O documentário tem direção de Pedro Duarte, edição de Pedro Duarte e Roseli Tardelli, trilha sonora de Luiz Gayotto e Rovilson Paschoal e foi realizado com o apoio de Sesc São Paulo, Senac São Paulo e da Jansen.

Nossa cobertura

A Agência de Notícias da Aids vai publicar as reportagens lá produzidas junto com outros veículos de comunicação. O portal UOL publicará as matérias principais. O conteúdo também será oferecido para o portal IG.

Além de Talita Martins, a Agência Aids conta na cobertura com a repórter Jéssica Paula. A equipe trabalhará sob a coordenação da diretora da Agência Aids, Roseli Tardelli.

Redação da Agência de Notícias da Aids

A Agência de Notícias da Aids cobre a Conferência em Amsterdã com o apoio do Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, do Condomínio Conjunto Nacional e da Associação Paulista Viva.