A temática foi abordada por três enfermeiras

27/04/2009 – 14h50

Como avaliar se um paciente precisa de assistência domiciliar terapêutica (ADP)? Esta foi uma das questões debatidas na manhã desta segunda-feira (27) durante o V Encontro de Assistência Domiciliar Terapêutica do Estado de São Paulo. O evento é organizado pela Coordenação Estadual de DST/Aids e segue até amanhã (28.

Participaram do debate a enfermeira do Serviço de Assistência Especializada (SAE) da região norte da cidade, Emília Contente, a enfermeira do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids. Rosângela Conceição e a enfermeira do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Sandra Mello.

Emília explicou que, de acordo com o Manual de Rotinas de Assistência Domiciliar Terapêutica em HIV/Aids, alguns dos critérios de inclusão no ADP são a área de abrangência de atendimento, condições mínimas de domicílio do paciente, disposição do cuidador ou dos cuidadores e dificuldade na adesão ao tratamento. “Todos os procedimentos de coleta de amostra, medicamentos e curativos são realizados na casa do paciente, por isso esses critérios de avaliação são importantes”, disse.

Já a enfermeira Rosângela Conceição falou sobre uma metodologia de avaliação do paciente chamada Escala de Capacidade Funcional. Analisando conceitos como capacidade de movimentação, ingestão de alimentos, nível de consciência, entre outros fatores, é possível decidir sobre a necessidade de atendimento domiciliar. “É uma excelente ferramenta de comunicação entre paciente e profissionais da saúde. Porém, o instrumento ainda pouco utilizado na avaliação de pessoas com HIV/aids”, declarou.

A enfermeira do Instituto de Infectologia Emílio Ribas abordou a avaliação da dor. “Dor é uma experiência subjetiva e pessoal. Por isso é preciso confiar no que o paciente diz”, afirmou Sandra Mello. “Além da dor física, existe a dor total, que é aquela relacionada a fatores sociais, psicológicos e espirituais. Essa dor é muito comum nas pessoas com HIV/aids, porque ainda hoje existe muito estigma em relação ao vírus e à doença. Por isso é muito importante avaliar o paciente também do ponto de vista subjetivo”, completou.

Sobre a Assistência Domiciliar Terapêutica

A Assistência Domiciliar Terapêutica é uma das alternativas assistenciais do Programa Nacional de DST/Aids, implantada no Brasil a partir de 1995, tendo como principal objetivo promover a melhoria da qualidade de vida dos pacientes portadores do HIV/aids.Consiste em acompanhamento e cuidados de enfermagem, visitas médicas
periódicas, fisioterapia, controle nutricional, acompanhamento psicológico breve, controle de exames de rotina e acompanhamento social.

Atualmente existem no Estado de São Paulo 21 serviços de ADT, sendo 10 no município e 11 no interior.

Fábio Serrato

Fonte: Dica de Entrevista
Coordenação Estadual de DST/Aids
Emi Shimma - Assessoria de Imprensa
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