De atenção com o sono ao contato com a natureza: especialistas compartilham recomendações a serem seguidas no próximo ano para manter a saúde mental em dia.

Pandemia, guerra, eleições e outros problemas pessoais podem ter impactado no seu humor e na saúde mental em 2022. Mas, para iniciar 2023 com mais leveza, é possível adotar algumas medidas simples na rotina para favorecer o bem-estar.

O g1 ouviu psicólogos e outros especialistas que compartilham a seguir dicas para quem deseja manter a saúde mental em dia neste novo ano:

  • Busque equilíbrio na utilização de redes sociais: elas são boas para contatos, especialmente com parentes e amigos que estão distantes. Especialistas dizem que não há nada de errado em usá-las, mas é importante encontrar um equilíbrio e lembrar que as plataformas não substituem o contato presencial. Se descontar por um tempo também é aconselhável.

“Tanto os serviços de streaming quanto as redes sociais são organizados pelos princípios da economia da atenção. Com isso, teremos mais tempo para voltar a termos relações autênticas com os outros, examinar e cuidar de nós mesmos”, diz Caio Maximino, professor do curso de psicologia da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).

  • Esteja em contato com a natureza: caminhar no parque, ir à praia e respirar ar fresco são atividades aliadas do bem-estar. E há muitos efeitos positivos já comprovados pela ciência, como redução no nível de estresse, restauração da atenção, aumento do nível de células que combatem o câncer, diminuição dos níveis de ansiedade e depressão, além de melhorar o sistema imune.

“Além dos fatores biológicos, sociais e psicológico, nós temos o fator ambiental, que é outro pilar para se trabalhar visando melhor qualidade de vida. Caminhar em ambientes arborizados, tomar banho de cachoeira, por exemplo, ajudam muito no bem-estar”, reforça Andrea Valéria Steil, professora do departamento de psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

  • Visite o seu médico regulamente e mantenha os exames em dia: fazer check-ups é muito importante para saber como anda a sua saúde. Segundo a professora da UFSC, os exames de rotina podem ajudar a analisar questões hormonais, que podem influenciar no nosso humor. Além disso, se tiver condições financeiras, faça acompanhamentos no nutricionista. É esse profissional que poderá informar os nutrientes necessários para você e que ajudarão na qualidade de vida.

“Muita gente acha que sabe se alimentar, mas acaba se alimentando como a família sempre se alimentou e não necessariamente da forma mais saudável. Faz muita diferença fazer um acompanhamento profissional. Mas se a pessoa não tem condições de consultar um nutricionista, vale ir atrás de informações sobre nutrição e busque segui-las no dia a dia”, diz a profissional.

  • Busque fazer terapia: a psicoterapia não é para quem está com problemas mentais e sim um processo de autoconhecimento. Segundo Andrea Valéria Steil, o tratamento é capaz de desenvolver elementos protetivos da saúde mental.

“Infelizmente, a psicoterapia é muito negligenciada pela população, mas, se a pessoa puder fazer, faça, porque não é para quem tem problemas mentais. É para a pessoa se autoconhecer e encontrar respostas”, diz Andrea.

  • Tenha atenção com a qualidade do sono: um adulto precisa ter em média 6-8 horas de sono por noite. Isso porque o ideal é completarmos cerca de 5 ciclos de sono por noite, cada ciclo leva em média 90 minutos, explica Janaina Weissheimer, pesquisadora do AprendiLab no Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). É importante frisar que essa é a média e não a regra, ou seja, as 6-8 horas não valem para todo mundo e o ideal é sempre fazer um acompanhamento com um especialista, reforça Fernando Louzada, doutor em neurociências e professor titular do departamento de fisiologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

“O sono é fundamental para a manutenção do sistema imunológico e no controle do metabolismo energético. Quando a gente dorme menos, acaba ficando mais predisposto a doenças e infecções. Ele [o bom sono] ainda é importante para a cognição, para a memória, atenção e, consequentemente, para o bom desempenho acadêmico e no trabalho”, diz Fernando Louzada.