Clipping - Departamento DST/AIDS e Hepatites Virais                                                         

 

ÍNDICE

Para médicos, dilema sobre tratamento da Aids.................................................................................. 2

Unesco apoia mudança nos currículos................................................................................................. 3

A sentença de morte que transformou minha vida (Visão Global) (Artigo)..................................... 4

B Ideias & Livros: Fela Kuti, o criador do afrobeat................................................................................ 6

A fé do bispo contra os partidos............................................................................................................... 6

Presos acusados de estupro.................................................................................................................... 9

Preconceito, discriminação e clima escolar (Artigo).......................................................................... 11

Você acredita que a sociedade brasileira é homofóbica?................................................................ 12

Show conscientiza contra a Aids.......................................................................................................... 12

Governo reduz distribuição de camisinhas em quase um terço..................................................... 13

12/06/2011 - Internet é direito de todos................................................................................................. 13

João Dionísio Amoedo: "Nossos candidatos terão metas de gestão"............................................ 14

12/06/2011 - SUS mobilizado para vacinar crianças contra a paralisia infantil e o sarampo....... 2

12/06/2011 - Dia do Doador de Sangue será comemorado............................................................... 4

12/06/2011 - Agentes de combate e controle de DSTs são capacitadas em Picos........................ 4

Guiné-Bissau obtém resultados positivos no combate ao HIV/Sida (Aids)..................................... 5

12/06/2011 - Por que o Brasil é exemplo no combate contra AIDS.................................................. 6

Famosos prestigiam a 65ª edição do Tony Awards em Nova York................................................... 7


 

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FOLHA DE S. PAULO - SP | THE NEW YORK TIMES

AIDS | DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS | HEPATITE | ANTIRRETROVIRAIS

13/06/2011

Para médicos, dilema sobre tratamento da Aids

Por DONALD G. McNEIL Jr.

Os pacientes de AIDS devem ser obrigados a tomar os remédios -agora que, pela primeira vez, existem evidências clínicas sólidas de que as drogas ANTIRRETROVIRAIS salvam não apenas a vida dos pacientes, mas também a de seus parceiros sexuais?

Em maio, um teste clínico aleatório mostrou que as drogas diminuíam em 96% as probabilidades de infectar um parceiro.

Essa é uma boa notícia para os infectados e seus namorados. Mas é um dilema moral para os médicos cujos pacientes não querem começar a tomar drogas imediatamente, em geral porque ainda não se sentem doentes e ouviram rumores exagerados sobre os efeitos colaterais.

Vários clínicos de AIDS entrevistados para a reportagem disseram achar repulsiva a ideia de forçar um paciente a se tratar.

"Era impensável quando tivemos esse debate no início dos anos 1980 e é impensável em 2011", disse o doutor Myron S. Cohen, da Universidade da Carolina do Norte, que conduziu o estudo que encontrou o índice de 96% de proteção. Ele chamou a ideia de "medieval" e "uma violação dos direitos civis".

Os pacientes recalcitrantes "acabam nos procurando", afirmou o doutor Wafaa El-Sadr, que tratou pacientes de AIDS no Harlem e na África durante décadas. "Você tem de falar com eles, falar e falar. Forçá-los os faria fugir."

Ronald Bayer, professor de ética na Escola de Saúde Pública Mailman da Universidade Columbia, concordou, embora explique que "raramente sou eu quem pede restrição -costumavam me chamar de "doutor Coerção", pois estou mais do lado da saúde pública que dos direitos individuais". Se houvesse pílula capaz de tornar um paciente não infeccioso durante um ano, o tratamento forçado seria imaginável.

Mas não há, e as barreiras práticas para obrigar alguém a tomar pílulas diariamente são enormes. Além disso, segundo vários médicos, seria antiético despender esforços para obrigar uma pequena minoria de pacientes egoístas e autodestrutivos a fazer um tratamento quando tantos outros carecem dele.

No entanto, em muitas circunstâncias jurídicas, as pessoas podem ser obrigadas a fazer tratamentos para proteger os outros. No surto de TUBERCULOSE resistente a drogas em Nova York na década de 1990, os pacientes que não cooperavam foram trancados no Hospital Bellevue.

Pacientes mentais podem ser medicados involuntariamente se um juiz ou um painel médico decidir que são perigosos; a "Lei de Kendra" que permite isso no Estado de Nova York recebeu o nome de uma jovem morta por um deles.

Nos EUA, as mulheres com HEPATITE B podem ser obrigadas a imunizar seus bebês 12 horas depois do nascimento. E a maioria das leis de quarentena escritas há um século, quando a cólera, o tifo e a peste eram comuns, continuam nos livros. "Maria Tifóide" não ficou presa durante 25 anos para receber tratamento. Ela nunca adoeceu, não acreditava em germes, embora fosse sua portadora, e atacou um oficial da saúde pública com um garfo quando ele lhe pediu uma amostra de fezes. Ela foi presa, pois continuou trabalhando como cozinheira, às vezes sob nomes falsos, e infectou 51 pessoas.

O doutor Thomas R. Frieden esteve dos dois lados do dilema. Como diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, ele é um líder no combate nacional à AIDS. Como comissário de Saúde da cidade de Nova York durante o surto de TUBERCULOSE, teve de prender alguns pacientes.

"Eu vejo uma linha clara entre a TUBERCULOSE, que pode ser transmitida só por estar ao lado de outra pessoa em um elevador, e o HIV, que, geralmente, exige uma atividade sexual consensual", ele disse em uma entrevista.

Mas até o sexo consensual não é, ele admitiu, realmente consensual quando alguém é alvo de mentira, está embriagado ou em uma dúzia de outras situações que negariam o ideal de "consentimento informado".

Ele descreveu as entrevistas que fez com homens infectados no início da epidemia. "As histórias eram tristes -rapazes que se mudavam para NY a fim de assumir finalmente a homossexualidade e diziam: "Eu sei quem fez isso. Só não consigo acreditar que mentiu para mim sobre uma coisa dessas.""

No entanto, disse, jamais obrigaria, mesmo assim, um paciente a fazer o tratamento. "É um pequeno subgrupo de pessoas que transmitem o vírus mentindo", ele disse, "e as pessoas têm o direito de recusar tratamento."

O doutor Howard Markel, historiador médico na Universidade de Michigan, disse que, mesmo depois de 30 anos, ainda há uma sensação do que ele chamou de "excepcionalidade da AIDS" -a crença de que a doença é diferente de qualquer outra, apesar dos precedentes históricos (o óbvio é a SÍFILIS, que, até os antibióticos se tornarem mais comuns, na década de 1940, foi o exemplo de doença fatal de progressão lenta. Para contê-la, testes obrigatórios foram adotados nos EUA; muitos Estados não concediam uma licença de casamento sem um resultado negativo).

"Está na hora de a excepcionalidade da AIDS se tornar uma relíquia histórica?", perguntou o doutor Markel. "É uma pergunta interessante. Talvez esteja na hora de a doença se misturar com as outras. Mas talvez isso só aconteça quando aparecer outra que chame a atenção."

 

 

 

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O GLOBO | O PAÍS

AIDS

13/06/2011

Unesco apoia mudança nos currículos

Entidade quer projeto piloto em parceria com governos estaduais

BRASÍLIA. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) está convencida de que é preciso mexer na estrutura curricular das escolas para tornar o ensino mais atraente para os jovens. A Unesco sugere que 25% da carga horária sejam destinados a atividades independentes das disciplinas tradicionais. A ideia é que as turmas desenvolvam projetos, a partir dos conhecimentos aprendidos em sala de aula. Pode ser um programa de prevenção da AIDS e do uso de drogas, a criação de um blog ou um levantamento sobre o mercado de trabalho na comunidade.

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Os demais 75% da carga horária poderiam ser preenchidos com disciplinas tradicionais ou não, desde que quatro áreas do conhecimento fossem contempladas: linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas. O fundamental, segundo os Protótipos Curriculares do Ensino Médio elaborados pela Unesco, é que as aulas expositivas deem lugar a uma dinâmica que tenha o estudante como protagonista da investigação e da busca do conhecimento.

- A prática hoje no interior da escola é compartimentada em disciplinas isoladas, sem planejamento coletivo, sem políticas mais estruturadas de formação de professores - resume a oficial de Projetos em Educação da Unesco no Brasil, Marilza Regattieri.

A proposta da Unesco foi apresentada ao Conselho Nacional de Educação (CNE) no mês passado. A entidade pretende agora firmar parceria com governos estaduais para realizar um projeto piloto. Ou seja, levar os protótipos ao teste de fogo das salas de aula. Além de um modelo para o ensino médio de formação geral, a Unesco sugere uma organização curricular para o ensino médio integrado à formação profissional, isto é, curso geral mais curso técnico.

 

 

 

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O ESTADO DE S. PAULO - SP | INTERNACIONAL

AIDS

13/06/2011

A sentença de morte que transformou minha vida (Visão Global) (Artigo)

Mark Trautwein

Portar HIV já significou ter hora marcada para morrer, mas essa agenda mudou

Não morri com hora marcada.

Muitas pessoas não acreditam que a morte tenha uma data, ao menos uma que seja conhecida. Mas se você foi infectado com o vírus da AIDS no início da epidemia, pensou diferentemente. Aos 61 anos, vivi metade da vida com AIDS, minha companheira constante e prima distante, inseparável identidade que não permito me definir, fato cotidiano e situação especial que mudou minha vida sob todos os aspectos.

Embora não houvesse na época testes para detectar a doença, creio que a contraí em 1982. Hoje é difícil imaginar a liberação sexual que tomou conta dos gays naquele tempo. Era o fim da opressão. Tínhamos liberdade e afirmávamos isso com sexo.

Mas, depois de um encontro com um famoso ator que ocultava sua homossexualidade, um enorme hematoma apareceu no meu braço. Em seguida, fui hospitalizado com um problema sanguíneo sem explicação aparente. Os médicos aturdidos pensaram muito sobre o caso, perguntaram se eu tinha bebido gim com tônica. Disse-lhes que era a bebida do meu pai. Sem tantos absurdos, o problema também vinha ocorrendo com gays em Nova York. O termo "praga gay" estava no ar, mas ninguém sabia o que era nem como a pessoa era infectada. A AIDS parecia muito aleatória, aniquilando estranhos e conhecidos; mas, você sempre se dizia que a doença estava distante. Então, de repente, ela já não estava mais distante de mim, absolutamente.

Deixei o hospital certo de que tinha contraído o vírus.

À medida que a epidemia se propagou na década de 80, todos os gays conviveram com a AIDS, infectados ou não. Há 30 anos, os centros de controle e prevenção de doenças reportavam os primeiros casos - um período aterrorizador e de desamparo. As informações médicas aumentavam. Aprendemos mais sobre o HIV e sua transmissão pelo ato sexual, mas tudo continuava nebuloso e restrito.

Nada que você soubesse ou fizesse importava. Não existiam tratamentos. Um resfriado era uma ameaça de coisa pior, cada germe era um punhal apontado a seu sistema imunológico. Uma noite, um bom amigo saiu furioso da minha casa porque servi porco no jantar, pois todos sabiam que carne de porco poderia matá-lo se você estivesse com o vírus. Mesmo depois de os testes se tornarem possíveis, muitos preferiam não saber. Quando o meu teste e o do meu parceiro deram positivo, não nos surpreendemos. Já sabíamos.

Sentia-me acossado pela morte. Sexo agora podia significar a morte, não a liberdade. Mais e mais amigos adoeciam. Muitos morreram. E muitas vezes as mortes eram horripilantes. Os âncoras da TV olhavam para você toda a noite e calmamente anunciavam a doença como "sempre fatal". Aqueles que tomavam precauções adoeciam e morriam. Os que não o faziam também adoeciam e morriam. Todo mundo estava morrendo. Minha morte era só uma questão de tempo, e provavelmente num tempo muito breve.

A vida continuou em meio a todas aquelas mortes. Eu tinha um ótimo trabalho no Congresso. Meus colegas eram gays infectados, incluindo meu chefe. Conversávamos muito sobre a doença, a portas fechadas no fim do dia.

Enquanto isso, o governo para o qual eu trabalhava nos ignorava. A sociedade tinha medo de nós. Havia rumores de quarentena e os julgamentos morais eram intermináveis. Tínhamos apenas uns aos outros. Sozinhos, nos unimos para cuidar uns dos outros. Em algumas décadas, uma minoria desprezada saiu da opressão e partiu para a resistência, a libertação, a devastação e, finalmente, uma vida comunitária. E encontramos essa comunidade não em bares, mas em clínicas, hospitais e organizações que criamos para tratamento, informação e apoio; para juntos chorarmos e lembramos. Não era um trabalho feliz, mas era um trabalho necessário.

No final da década de 90, meu nome ainda não tinha sido evocado pela morte. Os remédios eram fornecidos por um sistema de saúde forçado a isso por ativistas furiosos. Eram medicamentos que apenas nos prometiam mais tempo para a descoberta de drogas mais eficientes, tempo para um pouco mais de vida. Meu médico disse que a única razão para não tomar o primeiro desses remédios, o AZT, era que eu teria de ingeri-lo todos os dias para sempre, o que, na época, não parecia um problema.

Assim, tomei-os todos, sofri seus efeitos colaterais e iniciei a fase de tentativas e erros para viver com AIDS. Um novo remédio podia retardar a destruição do sistema imunológico, mas afetava o fígado e acabava substituído por outro, que também colocava em risco alguma outra função. E assim por diante.

Mas nada disso era promessa de um tempo de vida maior. Minha saúde diária e meus diagnósticos diziam que meu tempo estava acabando. Vi muitos amigos morrerem. Eu queria viver meus últimos dias de vida na minha amada São Francisco.

Em 1994, numa noite quente de julho, na Virgínia Ocidental, meu parceiro e eu nos sentamos sob a marquise do Hotel Greenbrier com meu irmão e minha cunhada, que estavam em lua de mel. E, antes mesmo de eu poder pedir, eles se ofereceram para cuidar de nós até a nossa morte. No ano seguinte, abandonei meu emprego e minha ambição; e comprei uma casa próxima à minha família, para facilitar a embaraçosa administração de nossa morte.

Então, tudo mudou. Os inibidores de protease tornaram-se acessíveis. Nasceu o "coquetel". Você não podia derrotar a AIDS, mas podia lutar por um empate, talvez indefinidamente. Por 15 anos, a morte sempre esteve presente. Pensava nela diariamente. Ficava impressionado com as pessoas que conseguiam sair diariamente como se fossem imunes a ela. E agora eu precisava me ajustar a uma vida que acreditei já não ter a frente. Foi uma das coisas mais difíceis e bem-vindas que me aconteceu.

Ainda nos meus 40 anos, tive que repensar tudo, já que ia viver. Meu projeto financeiro tornou-se inviável. Tinha de pensar em trabalhar. Minha relação com meu parceiro teria que passar por um exame porque, embora muita coisa nos unisse, ignorávamos as diferenças que se tornaram irrelevantes diante da sagrada obrigação de cuidar um do outro no leito de morte. Agora tínhamos que encarar essas diferenças. Ambos sobrevivemos, mas "nós", não.

Continuar vivo significou administrar a saúde em tempo integral. Os medicamentos ficaram insanamente complexos. E o abençoado coquetel apresentava efeitos colaterais malditos, incluindo doenças cardiovasculares.

Certa vez, brinquei que morrer de um ataque cardíaco aos 75 anos era a menor das minhas preocupações. Na época estava com 51 anos, tinha tido dois deles, e fui submetido a 4 angioplastias. A ingestão de remédios era terrível. Alguns comprimidos que tinham de ser tomados a cada 4, 6 ou 12 horas com o estômago vazio; outros eram ingeridos com alimento. Mais e mais. Cada pessoa com AIDS que eu conhecida trazia consigo um bip para lembrá-la dos próximos remédios que devia tomar no dia.

Essa minha dieta de medicamentos ficou tão contraditória que simplesmente se tornou impossível seguir o programa adequadamente. Os médicos apenas me receitavam mais e mais remédios. O dia não tinha o número de horas suficiente para tudo. Era impossível, em 24 horas, tomar toda aquela quantidade de medicamentos; que deviam ser ingeridos com o estômago vazio ou com o estômago cheio - e respeitando a frequência da dosagem recomendada. Eu precisaria ser dois para realizar tal façanha. Então, a alternativa era escolher que medicamentos tomar, de acordo com cada dia. E, até hoje, ainda engulo cerca de 25 comprimidos diariamente.

Mas a morte não me inquietou mais. Eu estava vivo e essa minha companheira mortífera ficou menos insistente. A AIDS e eu convivemos há quase 30 anos. Minha relação com a doença é uma das mais duradouras, pois enriqueceu e arruinou minha vida. Ela me roubou amigos e entes queridos e, com eles, as lembranças do que tínhamos e o repositório da minha própria história. Encerrei uma carreira que adorava. Custou-me um casamento. Minha relação com o sistema de saúde nos EUA foi dispendiosa e exaustiva. Sei que esse é um pequeno preço a pagar pela vida.

O que ganhei foi precioso. Acima de tudo, a companhia constante da AIDS ensinou-me que vida significa viver, não enganar a morte. Combater a doença é necessário e lutar com a vida, inevitável. Hoje aceito suas consequências, sejam elas quais forem. Minha enfermidade não me tornou uma pessoa especial e minha sobrevivência não me tornou uma pessoa corajosa.

Naquele dia que sai do hospital sabendo que estava com AIDS, me foram dados grandes presentes: a convicção de que todos tentamos nos equilibrar no mais delicado dos fios; e a certeza de que a única maneira de viver é amando a vida.

Não morri com hora marcada. E tenho aprendido a viver a vida sem marcar hora. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

É JORNALISTA

 

 

 

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JORNAL DO BRASIL - RJ | RIO

AIDS

13/06/2011

B Ideias & Livros: Fela Kuti, o criador do afrobeat

Antônio Campos*

Do estado de Ogun, na Nigéria, nasceu Fela Anikulapo Ransome Kuti, homem que deu origem ao estilo musical afrobeat, uma bem sucedida fusão do jazz, funk e cantos tradicionais africanos. Além do conteúdo energético e de cunho político, suas canções possuem mais de 10 minutos de puro afrobeat, algumas chegando a ter 30 minutos. Fela Kuti foi, além de músico e compositor, um multi-instrumentista e ativista político.

Kuti tocava saxofone, teclado, trompete, guitarra e ainda fazia solos de bateria. Suas belíssimas canções foram gravadas, a maioria, em dialetos nigerianos, o que acabou limitando o sucesso do estilo à sua região. Mesmo assim, esse artista completo galgou vários caminhos e chegou a patamares muito além das fronteiras do continente africano.

Recentemente, nós, brasileiros, fomos lisonjeados com a edição nacional da biografia do multi-instrumentista, intitulada Fela - Esta vida puta. A obra narra a vida de Fela Kuti em primeira pessoa, decorrente de horas de entrevistas do autor, o escritor cubano Carlos Moore, com o nigeriano. No início deste mês, o biógrafo lançou o livro no Memorial Chico Science, local escolhido não por acaso mas devido à influência exercida por Fela Kuti no movimento manguebeat, encabeçado pelo pernambucano Chico Science.

Além disso, a vida do ativista foi retratada em um musical de sucesso na Broadway, intitulado Fela!, produzido pelos artistas Jay Z e Will Smith. Assim, a história de Fela Kuti rodou o mundo e o consagrou como sendo um dos maiores nomes da música africana. Homem amado e perseguido até a sua morte, Fela tornou-se a voz do seu povo ao trazer os ritmos africanos para a era eletrônica, e criar uma obra vasta e densa com um valor inestimável.

O músico, declaradamente engajado na política, também desafiou autoridades e conduziu a revolução no seu país e, assim, esteve nas páginas culturais e políticas dos jornais da Nigéria. Outro capítulo à parte na vida de Kuti são as suas 27 mulheres, que o acompanharam durante a idade adulta. Em 1986, o músico contraiu AIDS em um dos seus períodos na prisão. No ano de 1997, Fela Kuti passou para o plano superior e confirmou a convicção de que todos tinham em relação à imortalidade da sua obra artística, e, assim, seus ideais, suas composições e sua bravura entraram para a história.

*Advogado e escritor

 

 

 

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VALOR ECONÔMICO -SP | ESPECIAL

LGBT

13/06/2011

A fé do bispo contra os partidos

Cristiane Agostine

O bispo mais polêmico da campanha vai se aposentar sem deixar a pregação.

A ditadura gay não vai poupar ninguém, nem mesmo nossos filhos. Da sede da diocese de Guarulhos, o bispo dom Luiz Gonzaga Bergonzini prepara um texto para publicar em sua página na internet. A frase é o título de um artigo divulgado em seu blog, que fala dos riscos que as famílias correm com o kit gay, que seria distribuído em escolas pelo governo da presidente Dilma Rousseff. Se [o kit] não é assédio, aliciamento e molestamento sexual pró-sodomia, então o que é?, questiona o documento compartilhado pelo religioso na internet. O bispo usa o site para se comunicar com as famílias católicas e alerta, em outro texto: Conspiração da Unesco transformará metade do mundo em homossexuais.

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini criou o blog no ano passado (www.domluizbergonzini.com.br), quando ficou conhecido nacionalmente por defender o voto contra Dilma e o PT. À frente da diocese da segunda cidade mais populosa de São Paulo (1,3 milhão de habitantes), o religioso ajudou a colocar o aborto na pauta eleitoral. Há um ano, antes do início oficial da campanha, publicou um artigo no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em que dizia que os verdadeiros católicos e cristãos não poderiam votar na candidata petista. No decorrer da campanha, articulou a distribuição de folhetos em igrejas defendendo o voto anti-PT.

A pregação de dom Bergonzini se dá além dos limites da diocese. O religioso considera o blog um instrumento da voz do Reino de Deus, como registra em um dos textos publicados em sua página na internet, e expressa suas ideias no jornal Folha Diocesana, do qual é fundador e jornalista responsável. O bispo, com 75 anos, é jornalista profissional, com registro adquirido por atuar na área desde seus tempos de padre.

Tenho bom relacionamento com petistas mas não aceito o PT, é o partido da morte

Pela internet, o bispo mostra sua influência em decisões que extrapolam o foro íntimo dos fiéis. No início do mês, dom Bergonzini recebeu na diocese o presidente da Dersa (empresa estadual responsável pela manutenção das rodovias), Laurence Casagrande Lourenço, para discutir o traçado do Rodoanel Norte. A obra é vitrine da gestão do governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB). Tudo foi noticiado no blog.

No mês passado, o religioso mobilizou sua base católica e uniu-se a evangélicos em duas lutas: contra o KIT ANTI-HOMOFOBIA, preparado pelo governo federal para ser distribuído em escolas, e contra o projeto de lei 122, que criminaliza a homofobia. O kit gay abriu novas frentes de protesto contra Dilma e o governo teve de recuar e reformular o material. Já o PL 122, que tem a petista Marta Suplicy (SP) como relatora no Senado, é considerado heterofóbico por religiosos.

O resultado do engajamento é contado pelo bispo com um sorriso. Em 2010, depois de sua pregação contra a candidata a favor do aborto, Dilma perdeu no segundo turno em Guarulhos, apesar de ter ganho no primeiro turno no município. Antes das eleições, Dilma falou que era um atraso o Brasil ainda condenar o aborto. Bati firme, deu segundo turno e ela perdeu. E olha que a tradição aqui é petista, diz. Isso dá uma ideia de como o artigo funcionou. A cidade é comandada há três gestões pelo PT e em 2002 e 2006 o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou lá nos dois turnos.

Dom Luiz Bergonzini lembra de outro caso em que sua intervenção foi sentida nas urnas. Em 1996, se revoltou com declarações do ex-prefeito Pascoal Thomeu, candidato à prefeitura de Guarulhos, e partiu para o ataque. Thomeu teria ofendido a igreja em um comício e o bispo chamou os católicos a boicotar o ex-prefeito. O religioso publicou um artigo no jornal da diocese contra o político e o texto foi distribuído pelos opositores do candidato. Ele perdeu redondamente, diz, ao recordar do ex-prefeito do PTB, morto em 2006.

Em pelo menos outros dois episódios o bispo usou sua influência contra candidatos. Quando era vigário em sua cidade natal, São João da Boa Vista, no interior paulista, diz que também derrubou o prefeito ao tomar atitudes semelhantes, sem recordar em que ano foi nem quem era o prefeito. Na campanha de 1985 pela Prefeitura de São Paulo, engrossou o coro contra Fernando Henrique Cardoso, depois que o candidato gaguejou ao ser questionado sobre a existência de Deus. Naquela eleição, FHC foi taxado de ateu.

O bispo relata as ameaças que sofreu. Na campanha de 2010, depois do primeiro turno, foi acordado numa madrugada por barulhos de rojões e gritos de que iria ser morto. Não fiquei com medo. Se acontecesse qualquer coisa comigo seria uma alta propaganda contra o PT, comenta. Não arredei o pé.

Dom Bergonzini não gosta do PT e diz que nunca votou no partido. Todo radicalismo é exagerado e o PT sempre foi um partido radicalista, comenta. Para o religioso, é o partido da morte. O motivo? Em dois congressos o partido fechou questão a favor da liberação do aborto. Em vez de promover a vida, promovem morte, diz. Os petistas, segundo ele, foram contaminados. Tenho um bom relacionamento com petistas, mas não aceito o partido, declara. Cita como exemplo o prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida. Eu o respeito e nos entendemos muito bem, mas lamento que seja do PT. Posso aceitar a pessoa, mas não posso apoiar um petista.

Sentado em sua sala na diocese, o religioso ajeita os cabelos com as mãos, ajeita o crucifixo no peito e começa a frase com um minha filha, ritual que repete quando demonstra incômodo.

Não aceito nenhum partido; Sou contra todos eles, diz. Minha filha, já falei mal do partido A, B, C. Não me prendo a nenhum. Para o bispo, as legendas não deveriam nem existir depois das eleições.

Os partidos e lideranças locais cortejam o religioso, que já foi convidado três vezes para disputar para a prefeitura: duas vezes em Guarulhos e uma em São João da Boa Vista. Não aceitou. O bispo não diz quais siglas o convidaram, mas afirma que não foi o PT.

A pressão do religioso contra o PT intensificou-se durante o governo Lula. Em 2005, o Ministério da Saúde editou uma norma técnica para os casos de aborto permitidos por lei e determinou que a vítima de estupro não precisaria apresentar um Boletim de Ocorrência (BO) para fazer o aborto, com base no Código Penal. Para o bispo, foi uma ação para flexibilizar a prática e tornou-se uma brecha.

Vamos admitir até que a mulher tenha sido violentada, que foi vítima... É muito difícil uma violência sem o consentimento da mulher, é difícil, comenta. O bispo ajeita os cabelos e o crucifixo. Já vi muitos casos que não posso citar aqui. Tenho 52 anos de padre... Há os casos em que não é bem violência... [A mulher diz] Não queria, não queria, mas aconteceu..., diz. Então sabe o que eu fazia? Nesse momento, o bispo pega a tampa da caneta da repórter e mostra como conversava com mulheres. Eu falava: bota aqui, pedindo, em seguida, para a repórter encaixar o cilindro da caneta no orifício da tampa. O bispo começa a mexer a mão, evitando o encaixe. Entendeu, ? Tem casos assim., do ah, não queria, não queria, mas acabei deixando. O BO é para não facilitar o aborto, diz.

O bispo continua o raciocínio. A mulher fala ao médico que foi violentada. Às vezes nem está grávida. Sem exame prévio, sem constatação de estupro, o aborto é liberado, declara, ajeitando o cabelo e o crucifixo.

O religioso conta de uma ação para dificultar o aborto em Guarulhos. Sua mobilização fez com que o Ministério Público notificasse o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo e o sindicato dos profissionais de saúde de Guarulhos, Itaquaquecetuba e Mairiporã sobre a proibição da prática sem o BO, inquérito policial e autorização judicial.

Dom Bergonzini acha que a pessoa que se julga vítima tem de fazer o BO e apontar o nome do agressor. Filha, não existe nada debaixo do sol que não seja conhecido. É muito difícil. Se a pessoa fizer questão mesmo, vai fazer exame de espermatozoide, etc, vai descobrir [quem é agressor]. A Justiça tem de ir atrás. Para o bispo, com essa ação em Guarulhos, a igreja deu um passo à frente, embora, mesmo nesses casos, o aborto seja inaceitável.

A discussão sobre o aborto logo voltará ao centro do debate no país e o bispo diz estar preparado para orientar os fiéis. Em agosto, o Supremo Tribunal Federal deve julgar a jurisprudência dos casos de anencefalia fetal.

Dom Bergonzini argumenta que a ciência não é infalível e, por isso, nada garante que o bebê nascerá sem cérebro. O bispo diz conhecer um caso em que foi diagnosticado anencefalia e recomendado o aborto, mas que a criança nasceu perfeitamente sã.

A profissão de fé do bispo, jornalista e blogueiro é a luta pela defesa da vida, contra o aborto. O tema é um dos mais abordados em seu blog. Na internet, os textos em defesa da vida são os que levam sua assinatura. Os artigos que debatem o homossexualismo são assinados por terceiros.

Dom Bergonzini lembra que durante a campanha de 2010 recebeu mais de mil e-mails. Nem 10% foram de críticas. As pessoas me falavam parabéns. Escreviam: ainda bem que o senhor teve coragem de falar, nós temos um bispo que usa calça comprida, nessa linha, relata.

O artigo de sua autoria, contra o PT, chegou à Espanha, Portugal, Bélgica, Alemanha e Holanda, segundo o bispo. Apanhei, mas bati bastante.

A maior polêmica se deu com os mais de 20 mil folhetos distribuídos em igrejas de vários Estados, reforçando o voto anti-PT. Antes do primeiro turno, o texto foi escrito por um padre da diocese de Guarulhos, assinado por três bispos e impresso pela regional Sul 1, da CNBB de São Paulo. A fama, no entanto, ficou com dom Bergonzini, que assumiu a autoria do texto. O conteúdo reiterava o que o religioso já tinha publicado no jornal da diocese. Os folhetos foram apreendidos pela Polícia Federal e mesmo depois de a distribuição ser proibida, o texto circulou entre católicos.

A polêmica fez com que parte da CNBB fizesse ressalvas à atuação do bispo e dissesse que não era a opinião da igreja. O religioso discorda. Não é a minha posição. É a posição da igreja que eu defendo. Está no Evangelho.

A atuação religiosa de dom Bergonzini se mistura com suas intervenções em temas políticos. Ainda padre em São João da Boa Vista, foi diretor-responsável de um jornal local. Escrevia sobre a cidade e quando tinha problema religioso, escrevia sobre isso também, conta. Anos depois de chegar a Guarulhos, em 1992, fundou o jornal da diocese, que publica artigos com temas ligados à igreja e com sua opinião.

O bispo analisa que é natural a igreja indicar para seus fiéis, nas eleições, quem são os bons candidatos. Minha filha, diz, a igreja tem obrigação de defender a fé e a moral, então tem que alertar o povo na eleição, discorre. Os políticos não fazem isso? Se eles têm o direito de falar mal de um partido, por que a igreja e um padre não podem manifestar sua opinião? É questão de coerência.

Os seis primeiros meses de governo Dilma não arrefeceram o ânimo de dom Bergonzini contra a presidente. A qualquer momento, diz, o governo tentará avançar em direção ao aborto. Em sua análise, Dilma escolheu para a equipe uma abortista confessa, que tentará emplacar mudanças, sem citar um nome. É a história do macaco que queria tirar uma castanha do fogo, mas, para não se queimar, pegava a mão do gato e tirava a castanha, explica. Dilma está fazendo isso. Ela não quer botar a mão lá, porque se queima.

Nas próximas eleições, o religioso não pretende sair da linha de frente dos debates envolvendo a igreja e a política, apesar de estar prestes a se aposentar. Pelo menos um político já está na mira: o deputado federal Gabriel Chalita. Eleito com a segunda maior votação em São Paulo, Chalita é ligado à igreja carismática e é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. O Chalita - pode colocar isso porque já falei na cara dele, não tenho medo - para mim não é pessoa confiável. Em questão de meses pertenceu a três partidos. A escolha que ele faz é de interesse próprio, não da comunidade, diz. No início do mês, o deputado migrou do PSB para o PMDB, depois de já ter passado pelo PSDB. Ele usou a Canção Nova para se eleger e provocou uma cisão por lá ao apoiar Dilma. Isso contrariou a nossa filosofia religiosa, afirma. Só a campanha contra coaduna com sua doutrina.

Dom Bergonzini deve deixar o cargo de bispo às vésperas da eleição de 2012. Ao completar 75 anos, em 20 de maio, pediu aposentadoria ao papa Bento XVI, como é a praxe, e ficará na função até seu sucessor ser nomeado. O prazo médio é de um ano. Depois, será nomeado bispo emérito e não comandará mais a diocese. O religioso, no entanto, quer continuar em Guarulhos.

Licenciado em filosofia e teologia, dom Bergonzini está 30 anos na cidade, dos quais 19 anos como bispo. Celebro missa desde que fui ordenado, comungo desde o dia de minha primeira comunhão, 23 de outubro de 1940, diz. O religioso ressalta que pode e deve continuar rezando missas, mesmo aposentado. E ameaça: não vai sair de cena.

 

 

 

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CORREIO BRAZILIENSE - DF | CIDADES

DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS

13/06/2011

Presos acusados de estupro

Investigadores da delegacia da Asa Norte detiveram dois moradores de rua suspeitos de violentar uma jovem de 24 anos na tarde de sábado

Lucas Tolentino

Estão presos preventivamente os dois acusados de cometer um estupro na Asa Norte no último sábado. Dois moradores de rua são suspeitos de terem atacado a servidora pública Vanessa*, 24 anos, enquanto ela fazia uma caminhada por volta das 17h. Investigação aberta pela 2ª Delegacia de Polícia, responsável pela área, aponta que, ao passar pela 108 Norte, o homem a abordou pelas costas. Ela gritou por socorro, mas acabou imobilizada pelo pescoço com um objeto pontiagudo. O mendigo a arrastou pelos Eixinho W, pelo Eixão e pelo Eixinho L. Chegou à 208 Norte e a entregou a um amigo, também maltrapilho. Ele a levou para um terreno baldio da quadra, cercado por vigas de concreto. No lote destinado a um bloco residencial, a jovem acabou violentada.

Os criminosos fugiram depois da violência sexual. Com a camiseta branca e a calça preta sujas de terra, Vanessa correu em direção ao prédio mais próximo. Desesperada, contou ao porteiro os momentos de agonia e pediu para

usar o telefone. Os pais dela chegaram ao local em poucos minutos. "Foi muito rápido. A empregada de um apartamento viu ela sendo arrastada pela janela e me avisou. Chamei a polícia, mas não deu tempo. Ela chegou chorando muito, em estado de choque", contou o funcionário do edifício, que preferiu não se identificar.

A jovem tinha arranhões por todo o corpo e começou o tratamento preventivo de doenças sexualmente transmissíveis no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Além disso, fez exames no Instituto de Medicina Legal (IML). O pai de Vanessa afirmou que o estupro mexeu com a família. "Estamos indignados e com sede de justiça. Mas não acredito que isso vai conseguir um dia aliviar a nossa dor", desabafou ao Correio.

O pai da vítima acredita que a prisão dos autores é uma contribuição para a sociedade. "Mas vamos correr atrás para prender esse criminoso. Só de pensar que estamos ajudando outras mulheres a evitarem essa situação, já nos conforta um pouco. Espero que a história da minha filha sirva para que as mulheres fiquem mais atentas e os governantes vejam o estado deplorável da segurança de Brasília", acrescentou. Colaborou Olívia Meireles

*Nome fictício em respeito à identidade da vítima

Ação conjunta

Com os depoimentos de testemunhas que viram o momento da abordagem à vítima, os agentes da 2ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte, chegaram a dois suspeitos. Segundo o pai da jovem atacada, apesar de ter ficado com o rosto coberto durante o estupro, Vanessa reconheceu um deles como o autor do crime. A delegada plantonista da unidade, Renata Farias, afirmou que os acusados tiveram colhido material biológico para exames. As análises comprovarão se eles cometeram o abuso sexual.

A forma como o crime ocorreu indica que ambos os moradores de rua haviam combinado a violência. "Há todos os indícios de que foi uma ação conjunta. Os dois serão indiciados por estupro", explicou a delegada de plantão da 2ª DP. Renata acredita que o episódio foi um caso isolado. "A Asa Norte tem vários casos de roubo e de furto. Violência sexual é menos comum", afirmou.

Mesmo assim, muitos moradores vivem amedrontados. A bióloga Betânia Quirino afirmou que a empregada doméstica viu um homem se masturbar em uma passagem subterrânea do Eixão. "As áreas verdes estão tomadas por usuários de crack e de pedintes. Algumas mulheres se prostituem no Eixinho", observou a moradora da 208 Norte.

A área em que ocorreu o estupro é cercada há cinco anos. "Enquanto não constroem nada, deveriam fazer deixar tudo aberto. Da forma como está ajuda os criminosos a se esconderem", reclamou a assistente social Maria Ângela Cordeiro, 47 anos.

O terreno pertence à PaulOOctavio. Em nota, a construtora lamentou o ocorrido e esclareceu que "a empresa tem tomado todas as medidas possíveis e necessárias para preservar o local cercado, realizando manutenções periódicas na área." (LT)

Cuidados

Veja como se prevenir:

» Evite andar por ruas escuras ou desertas e namorar dentro de carros.

» Ao notar a aproximação de um suspeito, procure entrar

em um lugar seguro.

» Não deixe os filhos sozinhos em casa e os oriente para não conversarem com estranhos.

» Oriente os responsáveis das escolas dos filhos para que só os deixem saírem com autorização por escrito e identificação da pessoa.

» Caso o abuso ocorra, procure memorizar alguma característica

marcante do agressor para ajudar na identificação.

» Não faça higiene pessoal e ligue imediatamente para a polícia.

» Se preferir, procure a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher.

O telefone é: 3244-9566.

Fonte: Secretaria de Segurança Pública

 

 

 

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CORREIO BRAZILIENSE - DF | OPINIÃO

AIDS | DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS | LGBT

13/06/2011

Preconceito, discriminação e clima escolar (Artigo)

Miriam Abramovay

Socióloga, pesquisadora, coordenadora da área de juventude e políticas públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso)

Os Três Poderes da República colocam a questão dos direitos homossexuais na ordem do dia no Brasil. Com amplo apoio da sociedade civil organizada, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário brasileiros debatem o tema e empreendem ações. O Executivo, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e do Ministério da Educação, enfrenta a homofobia mediante campanhas de conscientização. O Legislativo discute a formulação de leis que não só coíbam a discriminação da população HOMOSSEXUAL como também lhe garantam igualdade de direitos em relação à população heterossexual. O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, acaba de aprovar a união civil homoafetiva.

Tudo isso se observa de um ponto de vista mais panorâmico, das macroestruturas, onde influem poderes institucionalizados. No nível das microestruturas, como no interior dos lares, das escolas, dos espaços de lazer, entre outros, observa-se a questão mais de perto, em que atuam forças mais sutis, portanto de impacto também mais sutil. Tome-se o ambiente escolar como exemplo. Ali, a homofobia manifesta-se das mais diversas formas, entre elas no chamado bullying ou intimidação. Abarca desde piadas e xingamentos até agressões físicas. Enquanto não fere o corpo, a comunidade escolar tende a ver o bullying como mais uma brincadeira. Minimiza, assim, seu impacto psicológico e, especialmente, no rendimento dos estudantes vítimas dessa modalidade de violência.

Pesquisadores de diferentes partes do mundo e do Brasil têm alertado, há anos, para o fenômeno das violências nas escolas, especialmente a violência intramuros, ou seja, entre estudantes e entre estes e seus professores e outros membros da comunidade escolar. Já se demonstrou que o chamado clima escolar, quando ruim, prejudica o processo de ensino e aprendizagem e torna as escolas mais vulneráveis.

Pesquisa realizada nos EUA, recentemente, indica que jovens gays, lésbicas, bissexuais e TRANSGÊNEROS (LGBT), que sofrem elevados níveis de vitimização escolar no ensino médio, apresentam saúde física e mental prejudicadas quando se tornam jovens adultos, incluindo depressão, tentativas de suicídio, doenças sexualmente transmissíveis (DST) e risco de contrair o HIV. O estudo demonstra a importância de se enfrentar e se prevenir a vitimização anti-LGBT no nível estrutural ou escolar para reduzir as disparidades na saúde entre jovens LGBT. Os resultados da pesquisa foram publicados, há poucos dias, no Journal of School Health, diário da American School Health Association (Associação Americana de Saúde Escolar).

O que parece despretensioso, sem maldade, em crianças e adolescentes mais sensíveis pode deixar sequelas duradouras, se não permanentes. Até porque a violência verbal reproduz a ordem moral da sociedade. Indica haver sujeitos de status diferentes, conforme a orientação sexual. Humilha. Segrega. Isola. Exclui. Estigmatiza. Reforça o sofrimento e compromete o presente e o futuro de crianças e adolescentes. Portanto, merece atenção especial tanto o perpetrador quanto a vítima de violência escolar. Se a causa da violência estiver na homofobia, ainda mais atenção exige, pois não se trata de agressão gratuita, mas de preconceito e discriminação. E a fonte disso pode estar em casa, na própria escola ou em ambas. Eis onde o poder público entra para fazer a diferença e garantir que todos recebam tratamento respeitoso, onde quer que estejam.

Está correto, pois, o Ministério da Educação, quando desencoraja a homofobia. Como órgão responsável pela formação escolar em nível nacional, cabe-lhe o árduo e honroso papel de promover o respeito à diversidade e impedir que a orientação sexual (real ou presumida) seja motivo de violência no ambiente escolar e, por conseguinte, também de mau desempenho no processo de ensino-aprendizagem e na saúde dos jovens estudantes.

 

 

 

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A GAZETA - MT | CIDADES

LGBT

13/06/2011

Você acredita que a sociedade brasileira é homofóbica?

Da Redação

Michel Silva Nakassugui, 16, estudante

"Acredito que sim. Podemos observar o preconceito dentro da escola nos episódios de bullying. As piadinhas são comuns nos corredores das instituições de ensino. Algumas, chegam a ser frequentes e tornam a mentira, uma verdade. Muitas vezes quando dois homens são amigos, logo aparece alguém para insinuar um relacionamento homoafetivo entre os dois, mesmo que ele não exista. A situação é mais grave quando um deles admite oficialmente que é HOMOSSEXUAL. A pessoa torna-se vítima e passa a ser excluída. Os colegas se afastam e mesmo com a abordagem da direção da escola no caso, não há eficácia. Acho que para resolver o problema deveria haver punição para a homofobia, pois elas causam danos materiais e físicos, em situações extremas".

Geraldo Pereira de Almeida Filho, 42, gerente

"Eu acho que a sociedade ainda tem preconceito. Hoje, ter uma postura liberal é politicamente correto, mas não significa que a ações sejam coerentes com o discurso. Existem situações, nas quais a pessoa convive com a diferença e sempre que tem uma oportunidade faz algum tipo de comentário discriminatório sobre a orientação sexual. A aceitação aparente faz com que os casais homoafetivos sejam mais comuns no cotidiano, porém não reduz o preconceito com relação a eles. A solução para as agressões, na minha opinião, começam em casa. Os pais devem conversar com os filhos e sempre estarem disponíveis para sanar dúvidas e procurar resposta, quando não as têm. Toda vez que perceber que o filho fez uma piadinha com o amigo ou comentário homofóbico, também cabe aos pais repreender e mostrar que isso não é certo. A família e a escola são importantíssimas no combate a homofobia. Precisamos investir nas novas gerações".

 

 

 

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CORREIO DO POVO - RS | GERAL

AIDS | CAMISINHA | DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS

13/06/2011

Show conscientiza contra a Aids

Para alertar a população sobre o vírus da AIDS, a Secretaria Municipal de Saude (SMS) realizou neste sábado, véspera do Dia dos Namorados, uma ação diferente de conscientização na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. No local, atores e um apresentador em carro de som fizeram um talk-show móvel sobre o tema: "Pra você foi bom?".

De acordo com o coordenador da Política Municipal de DST/AIDS da SMS, Gerson Winkler, a ação teve o objetivo de estimular o uso da CAMISINHA entre os casais. "Fizemos um contato direto com os jovens, respondendo as perguntas e prestando esclarecimentos sobre a importância do uso da CAMISINHA", explicou. Segundo Winkler, Porto Alegre possui mais de 21 mil casos acumulados da doença. Sendo a incidência maior em homens.

Segundo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), cerca de 2,5 mil jovens contraem o vírus do HIV diariamente em todo o mundo. Conforme pesquisa, 41% dos contágios acontecem entre pessoas de 15 a 24 anos. "Acho importante ter acesso a informação, ainda mais se for oferecido de maneira saudável e criativa", avaliou Ricardo Freitas Vale, 30 anos, que assistiu ao show acompanhado da namorada Juliana Ferreira, 28. A ação ocorreu também no Centro Humanístico Vida. Foi distribuído material informativo.

 

 

 

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DESTAK - DF | BRASIL

AIDS | CAMISINHA | CONTRACEPTIVOS

13/06/2011

Governo reduz distribuição de camisinhas em quase um terço

O governo federal reduziu em cerca de um terço o número de camisinhas distribuídas no país. No ano passado, os Estados receberam 30% menos PRESERVATIVOS do que em 2009.

A queda aconteceu menos de um ano após uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde ter identificado a diminuição do uso da CAMISINHA. À época, o Ministério avaliou que a melhor estratégia era facilitar o acesso ao PRESERVATIVO. SegundoO Estado de S. Paulo, a epidemia de AIDS no país está estabilizada, mas em padrões ainda altos. Em 2009, foram descobertos 38.538 novos casos da doença, um número 3% maior que o de 2008.

A diminuição da distribuição é vista como normal pelo governo, que atribui a queda a um realinhamento dos estoques dos Estados, que teriam encomendado uma quantia excessiva em 2009.

 

 

 

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O POPULAR - GO | OPINIÃO

AIDS

12/06/2011

12/06/2011 - Internet é direito de todos

Rodrigo hirose 12 de junho de 2011 (domingo)

Rodrigo Hirose

Como era possível viver sem internet? A pergunta, feita por muitos em tom de brincadeira, está longe de ser apenas isso. Estar conectado é mesmo cada vez mais indispensável para o bem-estar das pessoas. E não são apenas os nerds e os geeks que pensam assim: a própria Organização das Nações Unidas (ONU) acaba de equiparar o acesso à rede mundial aos direitos humanos fundamentais, como complemento à garantia de proteção à liberdade de expressão e de opinião.

A declaração do acesso à internet como bem inalienável faz parte de um relatório produzido pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, semana passada. Segundo a organização, "todo ser humano tem o direito de continuar com acesso à informação e, consequentemente, à internet".

A própria ONU lembra que, atualmente, vários governos impedem que suas populações usufruam dos benefícios da rede mundial sem restrições. Fato que ocorre não apenas em países notoriamente antidemocráticos, como a China, Cuba, Irã, Líbia e outros. Recentemente, França e Inglaterra aprovaram legislações que punem infratores de direitos autorais com o banimento da internet. A declaração da ONU ressalta que qualquer crime cometido em nome do direito de se expressar poderá ser punido de acordo com as leis, mas apenas de forma restritiva.

No Brasil, assim como ocorre com os demais direitos humanos, há um abismo gigantesco entre a realidade e a tese. Segundo a pesquisa mais recente do Ibope, em março deste ano havia 43,2 milhões de brasileiros conectados. O número representa um aumento de quase 14% em comparação a março de 2010 e calcula a população com 12 anos de idade ou mais.

O crescimento foi ainda maior quando a base de comparação são os internautas domiciliares. Há um ano, 29 milhões de brasileiros usavam a internet em casa. Hoje, são 35 milhões. É um salto importante, mas a pesquisa revela que há milhões de pessoas fora da rede de computadores, já que a população atual é de quase 200 milhões de pessoas.

A exclusão tecnológica tem as mesmas causas das demais existentes no País. A banda larga chega a apenas 47% dos 5.565 municípios. Nas cidades que chega, ela é lenta e cara. Dessa forma, mais um abismo vai sendo criado entre os brasileiros: entre aqueles que têm acesso cotidiano à internet e aqueles que nem sabem o que é um e-mail.

O reconhecimento do acesso à web como direito fundamental ocorreu na mesma semana em que a ONU anunciou a ambiciosa meta de erradicar a AIDS até 2020. Nos dois casos, parece haver mais retórica que metas realmente executáveis. A distância entre o discurso e a prática é gigante, mas deve ser vencida. Para o bem tanto de quem precisa de remédios quanto de quem ainda está trancado na gaiola da exclusão digital.

 

 

 

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ÉPOCA | BRASIL

LGBT

13/06/2011

João Dionísio Amoedo: "Nossos candidatos terão metas de gestão"

O banqueiro já gastou quase R$ 1 milhão na criação de um partido para defender um Estado menor

Ricardo Mendonça

João Dionísio Amoedo começou sua carreira como estagiário do Citibank, em 1988, e chegou ao posto de banqueiro, como sócio do BBA, membro do conselho do Unibanco e, agora, conselheiro do Itaú-BBA. Há cerca de um ano, tomou uma decisão inusitada. Com alguns amigos do mercado, resolveu criar um partido para defender os princípios da gestão e de um Estado menor. Ele diz ter recebido incentivo de alguns dos mais conhecidos nomes do setor, como os banqueiros Pedro Moreira Salles e Fernão Bracher, além do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. Entusiasmado, chamou o escritório Pinheiro Neto, um dos mais tradicionais do país, para a confecção do estatuto. E contratou empresas de marketing para coletar assinaturas. Se o Novo (nome do partido) conseguir 500 mil até outubro, disputará prefeituras em 2012.

ENTREVISTA - JOÃO DIONÍSIO AMOEDO

QUEM É Engenheiro e administrador de 48 anos que atua desde 1988 no mercado financeiro. Foi sócio do BBA e vice-presidente e membro do conselho do Unibanco. Hoje, é conselheiro do Itaú-BBA e da João Fortes Engenharia. É sócio da Casa das Garças, centro de estudos de tendência liberal no Rio de Janeiro

O QUE FEZ Com um grupo de amigos do mercado financeiro, criou o Novo, partido político que pretende levar princípios da iniciativa privada para o setor público

ÉPOCA - O Brasil tem 27 partidos políticos hoje. Não é suficiente?

João Dionísio Amoedo - Tem bastante, não há dúvida. Mas temos a sensação de que ainda não é suficiente porque não há uma representatividade ideal da sociedade civil nesses partidos. Talvez por falta de uma identificação mais clara sobre os objetivos de cada um. Não identificamos em nenhum partido o objetivo de melhoria da gestão pública como foco principal.

ÉPOCA - Quais são os diferenciais do Novo?

Amoedo - O primeiro é o fato de começar de um movimento da sociedade civil. Diferentemente de todos os outros, que nasceram com políticos.

ÉPOCA - O PT nasceu de um movimento da sociedade civil, não?

Amoedo - É... Não era um grupo político. Mas já tinha uma identificação clara por ser de um grupo específico, não é? E surgiu há 30 anos. Nos últimos dez ou 15 anos, não lembro de nenhum. Acho que o exemplo do PT é importante até como lembrança do último partido que não nasceu já com algum político.

ÉPOCA - O que mais distingue o Novo?

Amoedo - Outra diferenciação é deixar bem claro no estatuto qual é seu papel. O partido tem o dever e a obrigação de, primeiro, selecionar seus candidatos. Segundo, dar suporte ao candidato, na fase inicial e depois de eleito. Suporte técnico, digo. E a terceira coisa é cobrar: nossos candidatos terão metas de gestão, o que não vi em nenhum outro partido.

ÉPOCA - Há mais novidades?

Amoedo - O último ponto importante é diferenciar a gestão partidária da atuação parlamentar ou executiva. Entendemos que as duas figuras não podem se confundir. Uma coisa é ser dirigente do partido e ter todas as obrigações que mencionei. Outra é ser deputado, vereador, prefeito e ter atuação no âmbito do governo. O partido tem de fiscalizar e monitorar quem ele elegeu. Se essa figura se confunde, você acaba gerando um conflito de interesses.

ÉPOCA - E a atuação simultânea em cargo eletivo e na iniciativa privada pode?

Amoedo - Olha... Acho que não faz muito sentido... Acho que as atividades têm de ser bastante segregadas.

ÉPOCA - Isso vocês não colocaram? Pode ter cargo e ser consultor, por exemplo? Amoedo - Eu acho que nós não colocamos isso no estatuto. Tem o conselho de ética, nós colocamos, certamente, que o candidato tem de estar dentro das regras, mas acho que nós não fomos tão explícitos nisso. Talvez agora devamos ser mais explícitos. Isso seria uma coisa básica da ética, do entendimento de cada um. A gente vai aprendendo... Talvez algumas coisas tenham de ser explícitas para depois não ter questionamento.

ÉPOCA - Vai incorporar essa ideia, então?

Amoedo - Certamente. Porque é difícil você ter as duas atividades sem criar algum tipo de conflito. Há outro diferencial: somos contra mais de uma reeleição para o mesmo cargo no Legislativo.

ÉPOCA - Por quê?

Amoedo - Se alguém esteve oito anos como deputado estadual, pode até ser federal na próxima eleição, senador, mas não mais deputado estadual. É para promover a renovação. Senão, você terá um deputado estadual por 16, 20 anos. Estará bloqueando a entrada de novas pessoas. Com oito anos, já teve tempo para dar sua contribuição. E aquilo não deve se tornar uma profissão.

ÉPOCA - No meio político, o tema "gestão" costuma ser mais associado ao PSDB e ao DEM. Eles não dão conta do recado?

Amoedo - Não está muito claro. Acho que esse tema não está muito ligado a partidos. Pense no caso dos governadores. Três estão ligados nisso. Tem lá em Minas, que é o PSDB, em Pernambuco, que é PSB, e no Rio PMDB. Então isso está muito mais ligado ao entendimento do político do que propriamente a um programa partidário. O que queremos é que o partido tenha isso. Gostaríamos de levar conceitos básicos do mundo privado para o público. (...) por exemplo, a ideia de que os recursos são escassos

ÉPOCA - O que quer dizer "o partido político sem políticos", slogan do site do Novo?

Amoedo - Eu não diria que não queremos políticos agora, isso seria muito forte. Eu diria o seguinte: como o mais importante, em nosso caso, é que as pessoas que nunca se envolveram com política participem, e como a atividade política tem um desgaste, não atrai, seria mais fácil para essas pessoas participarem de um partido que não tem políticos no primeiro momento.

ÉPOCA - Um vídeo no site fala em tratar o governo como uma empresa e o eleitor como cliente. Essa ideia de administração pública não parece muito simplista? Amoedo - Gostaríamos com isso de levar conceitos básicos do mundo privado para o mundo público. Mesmo sabendo que horizontes de tempo, o público e as necessidades são bastante diferentes. Mas acho que há conceitos que podem ser aplicados no segmento público. Por exemplo, a ideia de que os recursos são escassos. Assim, você tem de estabelecer prioridades. Segundo: qualquer despesa adicional tem contrapartida, custos, não é? Terceiro: você tem de ser transparente na gestão. Quarto: tem de ter metas, prestar contas. Então são esses tipos de conceito que gostaríamos de ver no setor público. E a ideia da pessoa como cliente é só para deixar clara uma coisa: o governo funciona com os impostos que nós pagamos, então nada mais justo que ter as contrapartidas. A ideia é que a pessoa deve cobrar isso do governo, como cobra de uma empresa que presta um serviço pelo qual pagou.

ÉPOCA - O Novo tem posição sobre temas da atual agenda política, como Belo Monte, lei ANTI-HOMOFOBIA, Código Florestal?

Amoedo - Estamos começando a nos posicionar sobre algumas coisas. Mas, como estamos ainda em formação, temos a preocupação de não ter assuntos muito definidos, pois atrapalhariam o objetivo de atrair pessoas. É estranho você pedir participação, mas já ter temas fechados. Mas há alguns princípios básicos. Entendemos que o Estado deve ter uma atuação menor na sociedade. Entendemos também que há outras prioridades, quando falamos em kit homofobia, por exemplo. Existem outras prioridades, como educação, saúde e segurança.

ÉPOCA - Um kit contra a homofobia pode estar relacionado com as duas coisas, educação e segurança, não?

Amoedo - Ah, pode. Mas a dúvida é a seguinte: vale a pena? Admitindo que os recursos são escassos e finitos, vamos gastar dinheiro nisso? Ou melhorar a qualidade das escolas, o sistema de avaliação e a remuneração dos professores?

ÉPOCA - Para viabilizar o partido, serão necessárias cerca de 500 mil assinaturas. Em que estágio vocês estão?

Amoedo - É um processo trabalhoso e burocrático, pois você precisa das assinaturas, nome completo e título de eleitor. E depois precisa validar nos cartórios. Temos hoje fichas de todo tipo, pessoas que assinaram, mas que têm dados incompletos; ficha completa, mas com incompatibilidade de assinatura. De maneira geral, estamos próximos de 200 mil.

ÉPOCA - É difícil convencer as pessoas a assinar pela criação de mais um partido?

Amoedo - De cada 100 pessoas abordadas, 30 assinam. Essa é a média.

ÉPOCA - Quem está fazendo essa coleta?

Amoedo - Fazemos pela internet. Alguns nos procuram e pedem um lote para distribuir entre amigos e parentes. E contratamos umas três ou quatro empresas que fazem a divulgação e o marketing. São elas que fazem a abordagem em rua.

ÉPOCA - Quanto vocês já investiram na criação desse partido?

Amoedo - Entre divulgação, site e consultoria jurídica, deu quase R$ 1 milhão. Meu e do grupo inicial. Mas vai passar disso.

ÉPOCA - Em sua avaliação, o Novo é um partido de esquerda, de centro ou de direita?

Amoedo - Discutimos muito isso. Essa classificação, que no passado foi mais clara, não ajuda muito hoje. Entre os 27 partidos, é difícil dizer o que é direita, centro ou esquerda. Nossa ideologia é focar na gestão e ter o Estado menor. Eu diria que nos aproximamos mais de um partido de centro, ou centro-direita.

 

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AGORA - RS |

AIDS

12/06/2011

12/06/2011 - SUS mobilizado para vacinar crianças contra a paralisia infantil e o sarampo

Campanha contra a pólio será em duas etapas, dias 18 de junho e 13 de agosto. Contra o sarampo, municípios de oito estados vão vacinar crianças em 18 de junho, e os demais, em 13 de agosto

SUS mobilizado para vacinar crianças contra a paralisia infantil e o sarampo

O Sistema Único de Saúde (SUS) inicia, no dia 18 de junho, a primeira etapa de mobilização da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite de 2011.

Todas as crianças menores de cinco anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) devem tomar as duas gotinhas para prevenir a paralisia infantil. A segunda fase começa no dia 13 de agosto. Nessa data, os pais ou responsáveis devem levar as crianças novamente aos postos de vacinação para que elas recebam mais duas gotinhas contra a pólio.

Em cada etapa, a meta é vacinar 95% do público-alvo, que é de 14.148.182 crianças de zero a menores de cinco anos. São mais de 350 mil profissionais de saúde envolvidos, em todo o País. É importante levar a carteira de vacinação das crianças para a atualização das doses aplicadas.

Para as duas fases da campanha, o Ministério da Saúde investiu R$ 46,6 milhões na compra e na distribuição das vacinas. Mais R$ 20,2 milhões foram transferidos para os fundos de saúde das secretarias estaduais e municipais de Saúde. A campanha de mídia da primeira fase começa a ser exibida no dia 12 de junho, em todo o País. A da segunda etapa, em 7 de agosto.

"Vacinando as crianças, ampliamos a cobertura vacinal do País contra essas duas doenças, paralisia infantil e sarampo, que ainda ocorrem de maneira importante em diversos países", disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista coletiva nesta terça-feira, em Brasília.

O último caso de poliomielite no Brasil foi registrado em 1989, na Paraíba. Em 1994, o país recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de eliminação da doença. Porém, é importante continuar vacinando as crianças porque o vírus da paralisia infantil ainda circula em outros países. De acordo com a OMS, 26 países ainda registram casos da doença e quatro deles são endêmicos, ou seja, possuem transmissão constante: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão.

A pólio é uma doença infectocontagiosa grave. Na maioria das vezes, a criança não morre quando é infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada e transmitida por um vírus (o poliovírus), e a infecção dá-se principalmente por via oral.

Vacinação contra o sarampo

Em 2011, a campanha de vacinação contra a poliomielite terá uma novidade. No início da primeira etapa, em 18 de junho, além das duas gotinhas contra a paralisia infantil, municípios de oito estados também vão vacinar crianças contra o sarampo: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia, Ceará e Alagoas.

Nesses municípios, todas as crianças entre um ano e menores de sete anos (6 anos, 11 meses e 29 dias) devem se vacinar contra o sarampo - mesmo que já tenham sido vacinadas antes. A partir do dia 15 de junho, será veiculado um comunicado sobre a vacinação do sarampo em televisões e rádios de SP, MG, RJ, RS, PE, BA, CE e AL.

Municípios das demais unidades da federação vão vacinar as crianças dessa faixa etária contra o sarampo no dia 13 de agosto (começo da segunda etapa de vacinação contra a pólio). Nos 18 estados restantes e no Distrito Federal, o comunicado em rádio e tevê começa a ser veiculado em agosto.

Esta vacinação contra o sarampo é chamada "campanha de seguimento" e costuma ocorrer em intervalos de três a cinco anos para reforçar a proteção das crianças contra a doença e manter o Brasil sem transmissão disseminada do vírus do sarampo. A última "campanha de seguimento" ocorreu em 2004 e outra estava prevista para 2009, mas não aconteceu por conta da pandemia de gripe H1N1; nem ocorreu em 2010 por conta da vacinação contra a influenza pandêmica.

Planejada para 2011, a "campanha de seguimento" do sarampo aconteceria, em todo o país, na segunda etapa da vacinação contra a paralisia infantil, dia 13 de agosto. Porém, um surto de sarampo na Europa, que desde o início do ano já tem mais de 6,5 mil casos suspeitos notificados, sendo 5 mil somente na França, fez com o que o Ministério da Saúde, juntamente com estados e municípios, antecipasse a ação em áreas prioritárias.

Com a proximidade das férias de meio de ano, foram levados em conta três critérios para identificar os estados onde a "campanha de seguimento" contra o sarampo será antecipada nos estados com: maior fluxo turístico; densidade populacional, dificultando operações efetivas de bloqueio vacinal, em caso de surtos; e em localidades com menores coberturas da vacina tríplice viral nos últimos anos.

Assim, foram identificados os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia, Ceará e Alagoas. Baseado nesses critérios, o Ministério da Saúde também recomendou antecipar a vacinação no Rio Grande do Norte. Mas a Secretaria Estadual de Saúde alegou que não teria logística para realizar a "campanha de seguimento" em 18 de junho. Por isso, os municípios vão vacinar a população alvo na segunda etapa da campanha contra a pólio, em 13 de agosto.

Nas duas fases da "campanha de seguimento" contra o sarampo, a meta é de vacinar 95% da população alvo, que é de 17.094.835 crianças de um ano de idade a menores de sete anos. Para as duas etapas da vacinação, o Ministério da Saúde investiu R$ 146,7 milhões na compra e na distribuição das doses, das agulhas e das seringas (a vacina é injetável); e repassou mais R$ 16,3 milhões aos estados e aos municípios para organizarem a campanha nos municípios.

Tira dúvidas sobre as duas vacinações - contra a pólio e contra o sarampo

* Há risco para as crianças que vão tomar duas vacinas?

Não. As vacinas são seguras e podem ser dadas às crianças no mesmo dia, sem prejudicar a saúde delas.

* As vacinas têm contraindicações?

Em geral, não. Porém, recomenda-se que as crianças que estejam com febre acima de 38º ou com alguma infecção sejam avaliadas por um médico antes de se vacinarem. Também não é recomendado vacinar crianças que tenham problemas de imunodepressão (como pacientes de câncer e AIDS ou de outras doenças e ou tratamentos que afetem o sistema imunológico, de defesas do organismo) e anafilaxia (reação alérgica severa) a dose anterior das vacinas.

* Onde vacinar as crianças?

Os pais ou responsáveis devem procurar a Secretaria de Saúde do seu município ou estado para se informar sobre a lista de postos, bem como os endereços e os horários de funcionamento.

* Só será possível vacinar as crianças nessas datas?

Não. As vacinas contra a pólio e o sarampo são oferecidas gratuitamente pelo SUS e estão disponíveis durante todo o ano, nos postos de saúde, para a imunização de rotina. Mas é fundamental levar as crianças às campanhas de vacinação, porque elas reforçam a proteção da saúde delas.

* Como funciona o calendário básico de vacinação, fora das campanhas?

Vacina poliomielite oral - Os bebês devem receber a vacina aos dois, quatro e seis meses. Aos 15 meses, recebem o primeiro reforço. Porém, todas as crianças menores de cinco anos (de 0 a 4 anos 11 meses e 29 dias) devem tomar as duas doses durante a Campanha Nacional, mesmo que já tenham sido vacinadas anteriormente.

Vacina tríplice viral - As crianças devem tomar uma dose da vacina tríplice viral (que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba) aos 12 meses e um reforço aos quatro anos. Porém, todas as crianças devem se vacinar nas "campanhas de seguimento", mesmo que já tenham sido vacinadas anteriormente.

 

 

 

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TRIBUNA DO INTERIOR - PR |

AIDS | DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS | CONTRACEPTIVOS

12/06/2011

12/06/2011 - Dia do Doador de Sangue será comemorado

Clodoaldo Bonete

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Na próxima terça-feira (14 de junho) será comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue. Para lembrar a todos da importância desta data o Ministério da Saúde lançou uma Campanha Nacional de DOAÇÃO DE SANGUE, com o slogan "Mais doadores de sangue, Mais vida saudável." O objetivo é transformar o ato de doar em um hábito de vida saudável e para isso a campanha foi difundida em todos os Estados. Para esta comemoração o Hemepar de Curitiba lançou a campanha "Mais doadores de sangue, Mais vida saudável - Servidor Público também colabora."

"A sugestão da OMS - Organização Mundial de Saúde é que todos enfeitem suas instituições com fitas/pinturas/faixas/tecidos em tom vermelho, chamando a atenção para a Comemoração do Dia Mundial do Doador de Sangue", disse Nely Coimbra Moura, da Assessoria de Suporte aos Usuários do Hemepar (ASUH). Segundo Nely, esse slogan reforça a necessidade de mais doadores espontâneos/voluntários e regulares. "Todos os Hemocentros e Bancos de Sangue são convidados a comemorem a referida data, chamando a atenção para a importância de aumentar o número de doadores", reforçou.

O desafio é aumentar o número de doadores e torná-los freqüentes. Para isso o Ministério da Saúde aposta no "convite" de doadores a outras pessoas. "Embora o slogan esteja voltado ao servidor público, qualquer pessoa pode comparecer ao hemonúcleo para doar sangue", diz Maria Luzia Salvador, chefe do Hemonúcleo de Campo Mourão.

O Brasil é um país de referência em segurança transfusional. Após a doação, o sangue é submetido a nove tipos de exames, capazes de identificar doenças como a AIDS, SÍFILIS, Doença de Chagas e Hepatites. O doador também passa por um exame clínico que inclui uma entrevista. Nela, é verificado se o doador esteve em situações de risco acrescido, como ser usuário de drogas ou ter praticado sexo sem proteção. Se isso aconteceu, ele é automaticamente descartado como doador. Todos os hemocentros prestam orientações sobre os cuidados antes que o sangue seja doado.

Cada doador contribui com 450 mililitros de sangue, que é colocado numa bolsa plástica lacrada para evitar a contaminação e armazenado em geladeiras especiais, onde a temperatura é regulada. Se o resultado dos exames for negativo para todas as doenças, o sangue pode ser usado pelos próximos trinta dias, quando vence a validade. Mas, a utilização é tão requisitada que dificilmente fica guardado por mais de uma semana.

A transfusão é necessária em cirurgias de grande porte, como as pontes de safena, também para hemofílicos, para pessoas que sofrem de câncer e se submetem à quimioterapia e para pacientes de hemodiálise. No total, são cinco milhões de transfusões por ano. O sangue também é usado para a produção de remédios hemoderivados, como os fatores de coagulação.

 

 

 

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180 GRAUS |

AIDS | DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS

12/06/2011

12/06/2011 - Agentes de combate e controle de DSTs são capacitadas em Picos

O evento aconteceu na sede da Funasa, em Picos

A União das Mulheres Piauienses (UMP), núcleo de Picos, participou durante a sexta-feira, 10, de capacitação para agentes que trabalham no combate e controle de DSTS. O evento aconteceu na sede da Funasa, em Picos.

De acordo com Maria José Alves, a Nega Mazé, o convite ao grupo de mulheres da cidade veio para que as agentes estivessem por dentro do balanço das atividades realizadas e também das inovações em relação ao trabalho de controle, combate e prevenção às DSTS (Doenças Sexualmente Transmissíveis), em especial a AIDS.

Nega Mazé é a atual coordenadora geral do núcleo da UMP em Picos. Ela conta que o convite para participação no evento veio principalmente pelo trabalho que a entidade realiza nas comunidades e também ao lado das profissionais do sexo, acompanhando e orientando.

À tarde o grupo pretende discutir a violência contra a mulher, pauta de discussões recentes na cidade de Picos em razão dos crimes que ocorreram nos últimos meses. "Não podemos deixar que a violência doméstica se torne uma coisa comum, natural. A mulher já foi tão desvalorizada ao longo da história que ela mesma acha que a violência é um coisa normal. Ela tem que entender que não é", comentou.

A capacitação é uma realização dos órgãos estaduais de atenção à saúde em parceria com o CTA e Secretária Municipal de Saúde de Picos.

 

 

 

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ÁFRICA 21 |

AIDS

13/06/2011

Guiné-Bissau obtém resultados positivos no combate ao HIV/Sida (Aids)

Apesar das limitações financeiras, o país pretende introduzir medidas para melhorar a dieta alimentar e os suplementos vitamínicos.

Nova York - A aposta séria na prevenção do HIV/SIDA reduziu a taxa de seroprevalência de mais de 10% para 2,8% na Guiné-Bissau, disse o ministro guineense da Saúde, Camilo Pereira.

Falando à Rádio ONU, à margem do Encontro de Alto Nível sobre o HIV/SIDA, que decorrer em Nova York na última semana, o governante falou de planos para garantir maior acesso dos pacientes ao tratamento.

Camilo Pereira abordou os desafios para o aumento de centros de tratamento de prevenção da transmissão do vírus de mãe para filho.

Apesar das limitações financeiras, o país pretende introduzir medidas para melhorar a dieta alimentar e os suplementos vitamínicos, além de atribuição de medicamentos gratuitos para tratar infecções oportunistas.

 

 

 

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HYPESCIENCE.COM |

AIDS | ANTIRRETROVIRAIS

12/06/2011

12/06/2011 - Por que o Brasil é exemplo no combate contra AIDS

Após 30 anos do relatório oficial do Centro e Controle de Doenças americano sobre a epidemia de HIV/AIDS, o país que tem apresentado a melhor resposta para o controle da doença não são os Estados Unidos, nem qualquer outro país dito "desenvolvido". Trata-se do nosso amado, idolatrado, salve-salve Brasil.

Eduardo Gomez, especialista em políticas públicas e administração americano, conta que quando foi pesquisar sobre o assunto para seu doutorado, se surpreendeu com a resposta rápida do Brasil à epidemia, especialmente quando comparado com outras nações.

"Depois de viajar para diversas cidades em todo o país, entrevistando pacientes com AIDS, autoridades de saúde e ativistas, eu percebi que o governo estava de fato totalmente comprometido com a erradicação da doença", conta. "Os brasileiros queriam provar ao mundo que tinham a capacidade técnica e o compromisso político necessários para fazê-lo. Conseguiram".

Dentre as razões para o sucesso do país, estão as agressivas campanhas nacionais de prevenção para grupos de alto risco, que têm contribuído para um declínio acentuado dos casos da doença no Brasil. Devido à criação de programas nacionais de prevenção direcionados a homens gays e mulheres - em 2002 e 2007, respectivamente -, o Brasil tem apresentado um declínio acentuado nos casos de infecção do vírus HIV nos dois grupos.

Entre os homossexuais masculinos, houve 3.376 novas infecções em 1996 e apenas 647 em 2009 - uma queda de 81%. Entre as mulheres, os números caíram de 7.419 novos casos em 1996 para 2.034 em 2009 - 73% a menos.

Em comparação, a infecção entre o maior grupo de risco nos Estados Unidos, atualmente homens afro-americanos e gays, permanece elevada: se em 1998 haviam sido registrados 20.672 novos casos entre afro-americanos, esse número aumentou para 21.549 11 anos depois. Enquanto isso, 17.357 infecções foram notificados em gays em 1998, apresentando apenas uma leve queda para 14.383 em 2009.

Considerando que vivíamos em uma ditadura militar com uma distribuição muito desigual da cobertura dos cuidados de saúde 20 anos atrás, como explicar isso?

De acordo com Gomez, o primeiro indício está no dinheiro. De 2000 a 2007, o Congresso brasileiro quase dobrou a quantidade de financiamento para o combate à AIDS - de 713 mil reais no começo da década para 1,3 bilhões em 2007. Os gastos nos EUA, por exemplo, cresceram em um ritmo mais lento.

O Brasil também tem feito um trabalho melhor ao providenciar medicamentos contra a doença. Em 1996, o Congresso aprovou uma lei federal determinando o fornecimento universal de medicamentos ANTIRRETROVIRAIS. Os gastos com esse tipo de droga deu um salto de R$ 25 milhões em 1996 para mais de um bilhão de reais em 2009.

"Em contraste, os Estados Unidos têm se mostrado sistematicamente aquém de garantir o acesso ao remédio", afirma Gomez. De acordo com um relatório divulgado mês passado no país, há uma lista de espera de 8.100 pessoas que necessitam de medicamentos ANTIRRETROVIRAIS nos EUA.

Ao perceber que as cidades tinham necessidade de financiamento para ajudar a combater a doença, o governo brasileiro criou novos programas de apoio. Em 2002, surgiu o Fundo-a-Fundo, que prevê verba mensal para as cidades que demonstrarem necessidade. O financiamento para este programa aumentou de 579 mil reais em 2003 para 1,5 bilhão de reais em 2010. Nos Estados Unidos, pelo contrário, o último programa desse tipo criado data de 1993.

Os profissionais de saúde no Brasil aprenderam desde cedo que precisam trabalhar em conjunto com a sociedade civil a fim de combater com sucesso a AIDS. A partir de meados da década de 1980, o governo convidou ativistas gays e representantes de organizações não governamentais para ajudar a elaborar políticas e aprender mais sobre o vírus e as necessidades de cuidados de saúde. Essa incorporação nunca ocorreu nos EUA.

Até nossa situação política ajudou no combate à AIDS. Com o fim da ditadura, o acesso aos cuidados de saúde como um direito humano foi garantido na Constituição de 1988.

Quando a doença surgiu, o governo foi forçado a fazer o que podia para garantir o acesso aos medicamentos, segundo Gomez. O país, então, entrou em intensas negociações com empresas farmacêuticas para baixar os preços das drogas. "Caso ambas as partes não chegassem a um acordo, as empresas farmacêuticas enfrentariam o fantasma de o Brasil produzir e distribuir versões genéricas de medicamentos patenteados", conta.

Os esforços do país lhe renderam prêmios internacionais: da Fundação Bill & Melinda Gates, como melhor modelo de resposta à AIDS em 2003, da UNAIDS, em 2004, além de elogios do renomado médico Sanjay Gupta, da CNN, como a "inveja do mundo" em 2009. E o governo continua aumentando o seu compromisso contra a epidemia.

O governo brasileiro, porém, não pensa apenas no seu próprio país, afirma Eduardo Gomez. O reconhecimento mundial motivou o país a ajudar as nações africanas a desenvolverem a capacidade necessária para produzir medicamentos ANTIRRETROVIRAIS. "A atenção internacional ainda é usada como uma plataforma para abordar outras questões relacionadas, tais como direitos humanos, redução da pobreza e até mesmo a tecnologia de biocombustível", diz.[CNN]

 

 

 

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TERRA |

AIDS

13/06/2011

Famosos prestigiam a 65ª edição do Tony Awards em Nova York

13 de junho de 2011 • 02h08 • atualizado às 03h18

O irreverente musical The Book of Mormon, que conta de forma bem-humorada a história de dois jovens mórmons que se tornam missionários em Uganda, foi o grande nome da 65ª edição do prestigioso prêmio Tony, realizado no Beacon Theatre, em Nova York, ao vencer na noite deste domingo em nove categorias, inclusive a de melhor musical.

Neil Patrick Harris, da série How I Met Your Mother, foi o principal apresentador da noite e não deixou faltar piadas sobre os últimos escândalos ocorridos nos Estados Unidos, como a revelação de uma nova paternidade de Arnold Schwarzenegger e as fotos inapropriadas do congressista democrata Anthony Wiener divulgadas no Twitter.

The Book of Mormon aborda a expedição de dois otimistas missionários a um lugar devastado pela fome e pela AIDS, tudo com melodias e coreografias típicas da Broadway. Por trás da obra, estão os criadores da satírica série de desenhos South Park, Trey Parker e Matt Stone, e o compositor Robert López, autor do musical Avenue Q, já consagrado no Tony.

O concorrente mais forte era The Scottsboro Boys, musical sobre o caso real de nove adolescentes afro-americanos acusados injustamente de estuprar duas mulheres brancas nos anos 1930 no Alabama, que recebeu 12 indicações.

Ambos disputavam a categoria de Melhor Musical com Catch Me If You Can e Sister Act, produções bem-sucedidas baseadas respectivamente nos filmes Prenda-me Se For Capaz e Mudança de Hábito.

Além da categoria mais cobiçada, The Book of Mormon venceu também os prêmios de Melhor Direção (Casey Nicholaw e Trey Parker), Melhor Libreto (Trey Parker, Robert Lopez e Matt Stone), Melhor Música (Trey Parker, Robert Lopez e Matt Stone), Melhor Atriz Coadjuvante (Nikki James), Melhor Orquestra (Larry Hochman e Stephen Oremus), Melhor Engenharia de Som (Brian Ronan), Melhor Cenografia (Scott Pask) e Melhor Iluminação (Brian MacDevitt).

Anything Goes levou os prêmios de Melhor Revival, Melhor Atriz (Sutton Foster) e Melhor Coreografia (Kathleen Marshall). o prêmio de Melhor Ator foi para Norbert Leo Butz, de Catch Me If You Can, enquanto John Larroquette (How to Succeed in Business Without Really Trying) recebeu o de Melhor Ator Coadjuvante.

Sucesso no cinema e no teatro, a comédia musical Priscilla, a Rainha do Deserto ganhou o Tony de Melhor Figurino, com os designers Tim Chappel e Lizzy Gardiner. Os trajes excêntricos das drag queens que atravessam o deserto australiano repetiram a façanha que o filme homônimo fez no Oscar de 1995.

Já nas categorias não-musicais, o prêmio de Melhor Peça foi para War Horse, adaptação de Nick Stafford do romance homônimo publicado em 1982 pelo autor de contos infanto-juvenis Michael Morpugo, que fala sobre os laços entre um adolescente e seu cavalo.

Essa história, ambientada na Primeira Guerra Mundial, levou também os prêmios de Melhor Direção (Marianne Elliott e Tom Morris), Melhor Desenho de Som (Christopher Shutt), Melhor Cenografia (Rae Smith) e Melhor Iluminação (Paule Constable).

No que diz respeito ao elenco, Frances McDormand (Good People) ganhou o prêmio de Melhor Atriz, enquanto Mark Rylance (Jerusalem) foi agraciado como Melhor Ator, desbancando inclusive o bem cotado Al Pacino, protagonista de O Mercador de Veneza.

A emocionante The Normal Heart, que aborda a expansão da AIDS em Nova York nos anos 1980, também foi destaque no Tony 2011. Escrita por Larry Kramer, que a definiu como uma "autêntica obra de amor", a peça venceu nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Ellen Barkin), Melhor Ator Coadjuvante (John Benjamin Hickey) e Melhor Revival.

Por fim, o prêmio de Melhor Figurino entre as peças não-musicais foi para The Importance of Being Earnest (Desmond Heeley), escrita em 1895 por Oscar Wilde.

O prêmio Tony, criado em 1947 e assim nomeado para homenagear a atriz Antoinette Perry, é considerado o mais importante da cena teatral americana, e equivale ao que o Oscar é para o cinema, o Grammy à música e o Emmy à televisão.