Clipping
- Departamento DST/AIDS e Hepatites Virais
ÍNDICE
12/06/2011 - SUS mobilizado para vacinar crianças contra
a paralisia infantil e o sarampo....... 2
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FOLHA DE S. PAULO -
SP | THE NEW YORK TIMES AIDS | DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS | HEPATITE |
ANTIRRETROVIRAIS 13/06/2011 Para
médicos, dilema sobre tratamento da Aids
Por DONALD G. McNEIL Jr. Os pacientes de AIDS devem ser obrigados a tomar os remédios -agora que, pela primeira vez, existem evidências
clínicas sólidas de que as drogas ANTIRRETROVIRAIS salvam não apenas a
vida dos pacientes, mas também a de seus parceiros sexuais? Em maio, um teste clínico aleatório mostrou que as drogas
diminuíam em 96% as probabilidades de infectar um parceiro. Essa é uma boa notícia para os infectados e seus namorados. Mas
é um dilema moral para os médicos cujos pacientes não querem começar a tomar
drogas imediatamente, em geral porque ainda não se sentem doentes e ouviram
rumores exagerados sobre os efeitos colaterais. Vários clínicos de AIDS entrevistados para a reportagem
disseram achar repulsiva a ideia de forçar um
paciente a se tratar. "Era impensável quando tivemos esse debate no início dos
anos 1980 e é impensável em 2011", disse o doutor Myron S. Cohen, da
Universidade da Carolina do Norte, que conduziu o estudo que encontrou o
índice de 96% de proteção. Ele chamou a ideia de
"medieval" e "uma violação dos direitos civis". Os pacientes recalcitrantes "acabam nos procurando",
afirmou o doutor Wafaa El-Sadr,
que tratou pacientes de AIDS no Harlem e na
África durante décadas. "Você tem de falar com eles, falar e falar.
Forçá-los os faria fugir." Ronald Bayer, professor de ética na Escola de Saúde Pública Mailman da Universidade Columbia, concordou, embora
explique que "raramente sou eu quem pede restrição
-costumavam me chamar de "doutor Coerção", pois estou mais
do lado da saúde pública que dos direitos individuais". Se houvesse
pílula capaz de tornar um paciente não infeccioso durante um ano, o
tratamento forçado seria imaginável. Mas não há, e as barreiras práticas para obrigar alguém a tomar
pílulas diariamente são enormes. Além disso, segundo vários médicos, seria antiético despender esforços para obrigar uma
pequena minoria de pacientes egoístas e autodestrutivos a fazer um tratamento
quando tantos outros carecem dele. No entanto, em muitas circunstâncias jurídicas, as pessoas podem
ser obrigadas a fazer tratamentos para proteger os outros. No surto de TUBERCULOSE
resistente a drogas em Nova York na década de 1990, os pacientes que não
cooperavam foram trancados no Hospital Bellevue. Pacientes mentais podem ser medicados involuntariamente se um
juiz ou um painel médico decidir que são perigosos; a "Lei de Kendra" que permite isso no Estado de Nova York
recebeu o nome de uma jovem morta por um deles. Nos EUA, as mulheres com HEPATITE B podem ser obrigadas a
imunizar seus bebês 12 horas depois do nascimento. E a maioria das leis de
quarentena escritas há um século, quando a cólera, o tifo e a peste eram
comuns, continuam nos livros. "Maria Tifóide" não ficou presa
durante 25 anos para receber tratamento. Ela nunca adoeceu, não acreditava em
germes, embora fosse sua portadora, e atacou um oficial da saúde pública com
um garfo quando ele lhe pediu uma amostra de fezes. Ela foi presa, pois
continuou trabalhando como cozinheira, às vezes sob nomes falsos, e infectou
51 pessoas. O doutor Thomas R. Frieden esteve dos
dois lados do dilema. Como diretor do Centro de Controle e Prevenção de
Doenças, ele é um líder no combate nacional à AIDS. Como comissário de
Saúde da cidade de Nova York durante o surto de TUBERCULOSE, teve de
prender alguns pacientes. "Eu vejo uma linha clara entre a TUBERCULOSE, que
pode ser transmitida só por estar ao lado de outra pessoa em um elevador, e o
HIV, que, geralmente, exige uma atividade sexual consensual", ele
disse em uma entrevista. Mas até o sexo consensual não é, ele admitiu, realmente
consensual quando alguém é alvo de mentira, está embriagado ou em uma dúzia
de outras situações que negariam o ideal de "consentimento
informado". Ele descreveu as entrevistas que fez com homens infectados no
início da epidemia. "As histórias eram tristes
-rapazes que se mudavam para NY a fim de assumir finalmente a
homossexualidade e diziam: "Eu sei quem fez isso. Só não consigo
acreditar que mentiu para mim sobre uma coisa dessas.""
No entanto, disse, jamais obrigaria, mesmo assim, um paciente a
fazer o tratamento. "É um pequeno subgrupo de pessoas que transmitem o
vírus mentindo", ele disse, "e as pessoas têm o direito de recusar
tratamento." O doutor Howard Markel, historiador
médico na Universidade de Michigan, disse que, mesmo depois de 30 anos, ainda
há uma sensação do que ele chamou de "excepcionalidade da AIDS"
-a crença de que a doença é diferente de qualquer
outra, apesar dos precedentes históricos (o óbvio é a SÍFILIS, que,
até os antibióticos se tornarem mais comuns, na década de 1940, foi o exemplo
de doença fatal de progressão lenta. Para contê-la, testes obrigatórios foram
adotados nos EUA; muitos Estados não concediam uma licença de casamento sem
um resultado negativo). "Está na hora de a excepcionalidade da AIDS se
tornar uma relíquia histórica?", perguntou o doutor Markel.
"É uma pergunta interessante. Talvez esteja na hora de a doença se
misturar com as outras. Mas talvez isso só aconteça quando aparecer outra que
chame a atenção." |
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O ESTADO DE S. PAULO - SP | INTERNACIONAL AIDS 13/06/2011 A
sentença de morte que transformou minha vida (Visão Global) (Artigo)
Mark Trautwein Portar HIV já significou ter hora marcada para morrer,
mas essa agenda mudou Não morri com hora marcada. Muitas pessoas não acreditam que a morte tenha uma data, ao
menos uma que seja conhecida. Mas se você foi infectado com o vírus da AIDS
no início da epidemia, pensou diferentemente. Aos 61 anos, vivi metade da
vida com AIDS, minha companheira constante e prima distante,
inseparável identidade que não permito me definir, fato cotidiano e situação
especial que mudou minha vida sob todos os aspectos. Embora não houvesse na época testes para detectar a doença,
creio que a contraí em 1982. Hoje é difícil imaginar a liberação sexual que
tomou conta dos gays naquele tempo. Era o fim da opressão. Tínhamos liberdade
e afirmávamos isso com sexo. Mas, depois de um encontro com um famoso ator que ocultava sua
homossexualidade, um enorme hematoma apareceu no meu braço. Em seguida, fui
hospitalizado com um problema sanguíneo sem explicação aparente. Os médicos
aturdidos pensaram muito sobre o caso, perguntaram se eu tinha bebido gim com
tônica. Disse-lhes que era a bebida do meu pai. Sem tantos absurdos, o
problema também vinha ocorrendo com gays em Nova York. O termo "praga
gay" estava no ar, mas ninguém sabia o que era nem como a pessoa era
infectada. A AIDS parecia muito aleatória, aniquilando estranhos e
conhecidos; mas, você sempre se dizia que a doença estava distante. Então, de
repente, ela já não estava mais distante de mim, absolutamente. Deixei o hospital certo de que tinha contraído o vírus. À medida que a epidemia se propagou na década de 80, todos os
gays conviveram com a AIDS, infectados ou não. Há 30 anos, os centros
de controle e prevenção de doenças reportavam os primeiros casos - um período
aterrorizador e de desamparo. As informações médicas aumentavam. Aprendemos
mais sobre o HIV e sua transmissão pelo ato sexual, mas tudo
continuava nebuloso e restrito. Nada que você soubesse ou fizesse importava. Não existiam
tratamentos. Um resfriado era uma ameaça de coisa pior, cada germe era um
punhal apontado a seu sistema imunológico. Uma
noite, um bom amigo saiu furioso da minha casa porque servi porco no jantar,
pois todos sabiam que carne de porco poderia matá-lo se você estivesse com o
vírus. Mesmo depois de os testes se tornarem possíveis, muitos preferiam não
saber. Quando o meu teste e o do meu parceiro deram positivo,
não nos surpreendemos. Já sabíamos. Sentia-me acossado pela morte. Sexo agora podia significar a
morte, não a liberdade. Mais e mais amigos adoeciam. Muitos morreram. E
muitas vezes as mortes eram horripilantes. Os âncoras
da TV olhavam para você toda a noite e calmamente anunciavam a doença como
"sempre fatal". Aqueles que tomavam precauções adoeciam e morriam.
Os que não o faziam também adoeciam e morriam. Todo mundo estava morrendo.
Minha morte era só uma questão de tempo, e provavelmente num tempo muito
breve. A vida continuou em meio a todas aquelas mortes. Eu tinha um
ótimo trabalho no Congresso. Meus colegas eram gays infectados, incluindo meu
chefe. Conversávamos muito sobre a doença, a portas fechadas no fim do dia. Enquanto isso, o governo para o qual eu trabalhava nos ignorava.
A sociedade tinha medo de nós. Havia rumores de quarentena e os julgamentos
morais eram intermináveis. Tínhamos apenas uns aos outros. Sozinhos, nos
unimos para cuidar uns dos outros. Em algumas décadas, uma minoria desprezada
saiu da opressão e partiu para a resistência, a libertação, a devastação e,
finalmente, uma vida comunitária. E encontramos essa comunidade não em bares,
mas em clínicas, hospitais e organizações que criamos para tratamento,
informação e apoio; para juntos chorarmos e lembramos. Não era um trabalho
feliz, mas era um trabalho necessário. No final da década de 90, meu nome ainda não tinha sido evocado
pela morte. Os remédios eram fornecidos por um sistema de saúde forçado a
isso por ativistas furiosos. Eram medicamentos que apenas nos prometiam mais
tempo para a descoberta de drogas mais eficientes, tempo para um pouco mais
de vida. Meu médico disse que a única razão para não tomar o primeiro desses
remédios, o AZT, era que eu teria de ingeri-lo todos os dias para sempre, o
que, na época, não parecia um problema. Assim, tomei-os todos, sofri seus
efeitos colaterais e iniciei a fase de tentativas e erros para viver com AIDS.
Um novo remédio podia retardar a destruição do sistema imunológico, mas
afetava o fígado e acabava substituído por outro, que também colocava em
risco alguma outra função. E assim por diante. Mas nada disso era promessa de um tempo de vida maior. Minha
saúde diária e meus diagnósticos diziam que meu tempo estava acabando. Vi
muitos amigos morrerem. Eu queria viver meus últimos dias de vida na minha
amada São Francisco. Em 1994, numa noite quente de julho, na Virgínia Ocidental, meu
parceiro e eu nos sentamos sob a marquise do Hotel Greenbrier
com meu irmão e minha cunhada, que estavam em lua de mel. E, antes mesmo de
eu poder pedir, eles se ofereceram para cuidar de
nós até a nossa morte. No ano seguinte, abandonei meu emprego e minha
ambição; e comprei uma casa próxima à minha família, para facilitar a embaraçosa
administração de nossa morte. Então, tudo mudou. Os inibidores de protease tornaram-se
acessíveis. Nasceu o "coquetel". Você não podia derrotar a AIDS,
mas podia lutar por um empate, talvez indefinidamente. Por 15 anos, a morte
sempre esteve presente. Pensava nela diariamente. Ficava impressionado com as
pessoas que conseguiam sair diariamente como se fossem imunes a ela. E agora
eu precisava me ajustar a uma vida que acreditei já não ter a frente. Foi uma
das coisas mais difíceis e bem-vindas que me aconteceu. Ainda nos meus 40 anos, tive que repensar tudo, já que ia viver.
Meu projeto financeiro tornou-se inviável. Tinha de pensar em trabalhar.
Minha relação com meu parceiro teria que passar por
um exame porque, embora muita coisa nos unisse, ignorávamos as diferenças que
se tornaram irrelevantes diante da sagrada obrigação de cuidar um do outro no
leito de morte. Agora tínhamos que encarar essas diferenças. Ambos
sobrevivemos, mas "nós", não. Continuar vivo significou administrar a saúde em tempo integral.
Os medicamentos ficaram insanamente complexos. E o abençoado coquetel
apresentava efeitos colaterais malditos, incluindo doenças cardiovasculares. Certa vez, brinquei que morrer de um ataque cardíaco aos 75 anos
era a menor das minhas preocupações. Na época estava com 51 anos, tinha tido
dois deles, e fui submetido a 4 angioplastias. A
ingestão de remédios era terrível. Alguns comprimidos que tinham de ser
tomados a cada 4, 6 ou 12 horas com o estômago vazio; outros eram ingeridos
com alimento. Mais e mais. Cada pessoa com AIDS que eu conhecida trazia consigo um bip para lembrá-la dos
próximos remédios que devia tomar no dia. Essa minha dieta de medicamentos ficou tão contraditória que
simplesmente se tornou impossível seguir o programa adequadamente. Os médicos
apenas me receitavam mais e mais remédios. O dia não tinha o número de horas
suficiente para tudo. Era impossível, em 24 horas, tomar toda aquela
quantidade de medicamentos; que deviam ser ingeridos com o estômago vazio ou
com o estômago cheio - e respeitando a frequência
da dosagem recomendada. Eu precisaria ser dois para realizar tal façanha.
Então, a alternativa era escolher que medicamentos tomar, de acordo com cada
dia. E, até hoje, ainda engulo cerca de 25
comprimidos diariamente. Mas a morte não me inquietou mais. Eu estava vivo e essa minha
companheira mortífera ficou menos insistente. A AIDS e eu convivemos
há quase 30 anos. Minha relação com a doença é uma das mais duradouras, pois
enriqueceu e arruinou minha vida. Ela me roubou amigos e entes queridos e,
com eles, as lembranças do que tínhamos e o repositório da minha própria
história. Encerrei uma carreira que adorava. Custou-me um casamento. Minha
relação com o sistema de saúde nos EUA foi dispendiosa e exaustiva. Sei que
esse é um pequeno preço a pagar pela vida. O que ganhei foi precioso. Acima de tudo, a companhia constante
da AIDS ensinou-me que vida significa viver, não enganar a morte.
Combater a doença é necessário e lutar com a vida, inevitável. Hoje aceito
suas consequências, sejam elas quais forem. Minha
enfermidade não me tornou uma pessoa especial e minha sobrevivência não me
tornou uma pessoa corajosa. Naquele dia que sai do hospital sabendo que estava com AIDS,
me foram dados grandes presentes: a convicção de que todos
tentamos nos equilibrar no mais delicado dos fios; e a certeza de que
a única maneira de viver é amando a vida. Não morri com hora marcada. E tenho aprendido a viver a vida sem
marcar hora. / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO É JORNALISTA |
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JORNAL DO BRASIL - RJ | RIO AIDS 13/06/2011 B Ideias & Livros: Fela Kuti, o criador do afrobeat
Antônio Campos* Do estado de Ogun, na Nigéria, nasceu Fela Anikulapo Ransome Kuti, homem que deu
origem ao estilo musical afrobeat, uma bem sucedida
fusão do jazz, funk e cantos tradicionais
africanos. Além do conteúdo energético e de cunho político, suas canções
possuem mais de 10 minutos de puro afrobeat,
algumas chegando a ter 30 minutos. Fela Kuti foi, além de músico e
compositor, um multi-instrumentista e ativista
político. Kuti tocava
saxofone, teclado, trompete, guitarra e ainda fazia solos de bateria. Suas
belíssimas canções foram gravadas, a maioria, em dialetos nigerianos, o que
acabou limitando o sucesso do estilo à sua região. Mesmo assim, esse artista
completo galgou vários caminhos e chegou a patamares muito além das
fronteiras do continente africano. Recentemente, nós, brasileiros, fomos lisonjeados com a edição
nacional da biografia do multi-instrumentista,
intitulada Fela - Esta vida puta. A obra narra a
vida de Fela Kuti em
primeira pessoa, decorrente de horas de entrevistas do autor, o escritor
cubano Carlos Moore, com o nigeriano. No início deste mês, o biógrafo lançou
o livro no Memorial Chico Science, local escolhido
não por acaso mas devido à influência exercida por Fela Kuti no movimento manguebeat, encabeçado pelo pernambucano Chico Science. Além disso, a vida do ativista foi retratada em um musical de
sucesso na Broadway, intitulado Fela!, produzido pelos artistas Jay Z e Will Smith. Assim, a história de Fela Kuti rodou o mundo e o
consagrou como sendo um dos maiores nomes da música africana. Homem amado e
perseguido até a sua morte, Fela tornou-se a voz do
seu povo ao trazer os ritmos africanos para a era eletrônica, e criar uma
obra vasta e densa com um valor inestimável. O músico, declaradamente engajado na política, também desafiou
autoridades e conduziu a revolução no seu país e, assim, esteve nas páginas
culturais e políticas dos jornais da Nigéria. Outro capítulo à parte na vida
de Kuti são as suas 27 mulheres, que o acompanharam
durante a idade adulta. Em 1986, o músico contraiu AIDS em um dos seus
períodos na prisão. No ano de 1997, Fela Kuti passou para o plano superior e confirmou a convicção
de que todos tinham em relação à imortalidade da sua obra artística, e,
assim, seus ideais, suas composições e sua bravura entraram para a história. *Advogado e escritor |
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VALOR ECONÔMICO -SP | ESPECIAL LGBT 13/06/2011 A
fé do bispo contra os partidos
Cristiane Agostine
O bispo mais polêmico da campanha vai se aposentar sem deixar a
pregação. A ditadura gay não vai poupar ninguém, nem mesmo nossos filhos.
Da sede da diocese de Guarulhos, o bispo dom Luiz Gonzaga Bergonzini
prepara um texto para publicar em sua página na internet. A frase é o título
de um artigo divulgado em seu blog, que fala dos riscos que as famílias
correm com o kit gay, que seria distribuído em escolas pelo governo da
presidente Dilma Rousseff. Se [o kit] não é
assédio, aliciamento e molestamento sexual pró-sodomia, então o que é?, questiona o documento
compartilhado pelo religioso na internet. O bispo usa o site para se
comunicar com as famílias católicas e alerta, em outro texto: Conspiração da Unesco transformará metade do
mundo em homossexuais. Dom Luiz Gonzaga Bergonzini criou o
blog no ano passado (www.domluizbergonzini.com.br), quando ficou conhecido
nacionalmente por defender o voto contra Dilma e o PT. À frente da diocese da
segunda cidade mais populosa de São Paulo (1,3 milhão de habitantes), o
religioso ajudou a colocar o aborto na pauta eleitoral. Há um ano, antes do
início oficial da campanha, publicou um artigo no site da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em que dizia que os verdadeiros
católicos e cristãos não poderiam votar na candidata petista. No decorrer da
campanha, articulou a distribuição de folhetos em igrejas defendendo o voto anti-PT. A pregação de dom Bergonzini se dá
além dos limites da diocese. O religioso considera o blog um instrumento da
voz do Reino de Deus, como registra em um dos textos publicados em sua página
na internet, e expressa suas ideias no jornal Folha
Diocesana, do qual é fundador e jornalista
responsável. O bispo, com 75 anos, é jornalista profissional, com registro
adquirido por atuar na área desde seus tempos de padre. Tenho bom relacionamento com petistas mas
não aceito o PT, é o partido da morte Pela internet, o bispo mostra sua influência em decisões que
extrapolam o foro íntimo dos fiéis. No início do mês, dom Bergonzini
recebeu na diocese o presidente da Dersa (empresa estadual responsável pela
manutenção das rodovias), Laurence Casagrande Lourenço, para discutir o
traçado do Rodoanel Norte. A obra é vitrine da gestão do governador paulista,
Geraldo Alckmin (PSDB). Tudo foi noticiado no blog. No mês passado, o religioso mobilizou sua base católica e
uniu-se a evangélicos em duas lutas: contra o KIT
ANTI-HOMOFOBIA, preparado pelo governo federal para ser distribuído em
escolas, e contra o projeto de lei 122, que criminaliza a homofobia. O kit
gay abriu novas frentes de protesto contra Dilma e o governo teve de recuar e
reformular o material. Já o PL 122, que tem a petista Marta Suplicy (SP) como
relatora no Senado, é considerado heterofóbico por
religiosos. O resultado do engajamento é contado pelo bispo com um sorriso.
Em 2010, depois de sua pregação contra a candidata a favor do aborto, Dilma
perdeu no segundo turno em Guarulhos, apesar de ter ganho
no primeiro turno no município. Antes das eleições, Dilma falou que era um
atraso o Brasil ainda condenar o aborto. Bati firme, deu segundo turno e ela
perdeu. E olha que a tradição aqui é petista, diz. Isso dá uma ideia de como o artigo funcionou. A cidade é comandada há
três gestões pelo PT e em 2002 e 2006 o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva ganhou lá nos dois turnos. Dom Luiz Bergonzini lembra
de outro caso em que sua intervenção foi sentida nas urnas. Em 1996,
se revoltou com declarações do ex-prefeito Pascoal Thomeu,
candidato à prefeitura de Guarulhos, e partiu para o ataque. Thomeu teria ofendido a igreja em um comício e o bispo
chamou os católicos a boicotar o ex-prefeito. O religioso publicou um artigo
no jornal da diocese contra o político e o texto foi distribuído pelos
opositores do candidato. Ele perdeu redondamente, diz, ao recordar do
ex-prefeito do PTB, morto em 2006. Em pelo menos outros dois episódios o bispo usou sua influência
contra candidatos. Quando era vigário em sua cidade natal, São João da Boa
Vista, no interior paulista, diz que também derrubou o prefeito ao tomar
atitudes semelhantes, sem recordar em que ano foi nem quem era o prefeito. Na
campanha de 1985 pela Prefeitura de São Paulo, engrossou o coro contra
Fernando Henrique Cardoso, depois que o candidato gaguejou ao ser questionado
sobre a existência de Deus. Naquela eleição, FHC foi taxado de ateu. O bispo relata as ameaças que sofreu. Na campanha de 2010,
depois do primeiro turno, foi acordado numa madrugada por barulhos de rojões
e gritos de que iria ser morto. Não fiquei com medo. Se acontecesse qualquer
coisa comigo seria uma alta propaganda contra o PT, comenta. Não arredei o
pé. Dom Bergonzini não gosta do PT e diz
que nunca votou no partido. Todo radicalismo é exagerado e o PT sempre foi um
partido radicalista, comenta. Para o religioso, é o partido da morte. O
motivo? Em dois congressos o partido fechou questão a favor da liberação do
aborto. Em vez de promover a vida, promovem morte, diz. Os petistas, segundo
ele, foram contaminados. Tenho um bom relacionamento com petistas, mas não
aceito o partido, declara. Cita como exemplo o prefeito de Guarulhos,
Sebastião Almeida. Eu o respeito e nos entendemos muito bem, mas lamento que
seja do PT. Posso aceitar a pessoa, mas não posso apoiar um petista. Sentado em sua sala na diocese, o religioso ajeita os cabelos
com as mãos, ajeita o crucifixo no peito e começa a frase com um minha filha, ritual que repete quando demonstra
incômodo. Não aceito nenhum partido; Sou contra todos eles, diz. Minha filha, já falei mal do partido A, B, C. Não me
prendo a nenhum. Para o bispo, as legendas não deveriam nem existir depois
das eleições. Os partidos e lideranças locais cortejam o religioso, que já foi
convidado três vezes para disputar para a prefeitura: duas vezes em Guarulhos
e uma em São João da Boa Vista. Não aceitou. O bispo não diz quais siglas o
convidaram, mas afirma que não foi o PT. A pressão do religioso contra o PT intensificou-se durante o
governo Lula. Em 2005, o Ministério da Saúde editou uma norma técnica para os
casos de aborto permitidos por lei e determinou que a vítima de estupro não precisaria apresentar um Boletim de Ocorrência (BO) para
fazer o aborto, com base no Código Penal. Para o bispo, foi uma ação para flexibilizar a prática e tornou-se uma brecha. Vamos admitir até que a mulher tenha sido violentada, que foi
vítima... É muito difícil uma violência sem o consentimento da mulher, é
difícil, comenta. O bispo ajeita os cabelos e o crucifixo. Já vi muitos casos
que não posso citar aqui. Tenho 52 anos de padre... Há os casos em que não é
bem violência... [A mulher diz] Não queria, não queria, mas aconteceu...,
diz. Então sabe o que eu fazia? Nesse momento, o bispo pega a tampa da caneta
da repórter e mostra como conversava com mulheres. Eu falava: bota aqui,
pedindo, em seguida, para a repórter encaixar o cilindro da caneta no
orifício da tampa. O bispo começa a mexer a mão, evitando o encaixe. Entendeu, né? Tem casos assim., do ah, não queria, não queria, mas acabei deixando. O
BO é para não facilitar o aborto, diz. O bispo continua o raciocínio. A mulher fala ao médico que foi
violentada. Às vezes nem está grávida. Sem exame prévio, sem constatação de
estupro, o aborto é liberado, declara, ajeitando o cabelo e o crucifixo. O religioso conta de uma
ação para dificultar o aborto em Guarulhos. Sua mobilização fez com que o
Ministério Público notificasse o Conselho Regional de Medicina do Estado de
São Paulo e o sindicato dos profissionais de saúde de Guarulhos, Itaquaquecetuba e Mairiporã sobre a proibição da prática
sem o BO, inquérito policial e autorização judicial. Dom Bergonzini acha que a pessoa que
se julga vítima tem de fazer o BO e apontar o nome do agressor. Filha, não
existe nada debaixo do sol que não seja conhecido. É muito difícil. Se a
pessoa fizer questão mesmo, vai fazer exame de espermatozoide,
etc, vai descobrir [quem é agressor]. A Justiça tem
de ir atrás. Para o bispo, com essa ação em Guarulhos, a igreja deu um passo
à frente, embora, mesmo nesses casos, o aborto seja inaceitável. A discussão sobre o aborto logo voltará ao centro do debate no
país e o bispo diz estar preparado para orientar os fiéis. Em agosto, o
Supremo Tribunal Federal deve julgar a jurisprudência dos casos de
anencefalia fetal. Dom Bergonzini argumenta que a ciência
não é infalível e, por isso, nada garante que o bebê nascerá sem cérebro. O
bispo diz conhecer um caso em que foi diagnosticado
anencefalia e recomendado o aborto, mas que a criança nasceu
perfeitamente sã. A profissão de fé do bispo, jornalista e blogueiro
é a luta pela defesa da vida, contra o aborto. O tema é um dos mais abordados
em seu blog. Na internet, os textos em defesa da vida são os que levam sua
assinatura. Os artigos que debatem o homossexualismo são assinados por
terceiros. Dom Bergonzini lembra que durante a
campanha de 2010 recebeu mais de mil e-mails. Nem 10% foram de críticas. As
pessoas me falavam parabéns. Escreviam: ainda bem que o senhor teve coragem
de falar, nós temos um bispo que usa calça comprida, nessa linha, relata. O artigo de sua autoria, contra o PT, chegou
à Espanha, Portugal, Bélgica, Alemanha e Holanda, segundo o bispo. Apanhei,
mas bati bastante. A maior polêmica se deu com os mais de 20 mil folhetos
distribuídos em igrejas de vários Estados, reforçando o voto anti-PT. Antes do primeiro turno, o texto foi escrito por
um padre da diocese de Guarulhos, assinado por três bispos e impresso pela
regional Sul 1, da CNBB de São Paulo. A fama, no
entanto, ficou com dom Bergonzini, que assumiu a
autoria do texto. O conteúdo reiterava o que o religioso já tinha publicado
no jornal da diocese. Os folhetos foram apreendidos pela Polícia Federal e
mesmo depois de a distribuição ser proibida, o texto circulou entre
católicos. A polêmica fez com que parte da CNBB fizesse ressalvas à atuação
do bispo e dissesse que não era a opinião da igreja. O religioso discorda.
Não é a minha posição. É a posição da igreja que eu defendo. Está no
Evangelho. A atuação religiosa de dom Bergonzini
se mistura com suas intervenções em temas políticos. Ainda padre em São João
da Boa Vista, foi diretor-responsável de um jornal local. Escrevia sobre a
cidade e quando tinha problema religioso, escrevia sobre isso também, conta.
Anos depois de chegar a Guarulhos, em 1992, fundou o jornal da diocese, que
publica artigos com temas ligados à igreja e com sua opinião. O bispo analisa que é natural a igreja indicar para seus fiéis,
nas eleições, quem são os bons candidatos. Minha filha, diz, a igreja tem
obrigação de defender a fé e a moral, então tem que alertar o povo na
eleição, discorre. Os políticos não fazem isso? Se eles têm o direito de
falar mal de um partido, por que a igreja e um padre não podem manifestar sua
opinião? É questão de coerência. Os seis primeiros meses de governo Dilma não arrefeceram o ânimo
de dom Bergonzini contra a presidente. A qualquer
momento, diz, o governo tentará avançar em direção ao aborto. Em sua análise,
Dilma escolheu para a equipe uma abortista confessa, que tentará emplacar mudanças, sem citar um
nome. É a história do macaco que queria tirar uma castanha do fogo, mas, para
não se queimar, pegava a mão do gato e tirava a
castanha, explica. Dilma está fazendo isso. Ela não quer botar a mão lá,
porque se queima. Nas próximas eleições, o religioso não pretende sair da linha de
frente dos debates envolvendo a igreja e a política, apesar de estar prestes
a se aposentar. Pelo menos um político já está na mira: o deputado federal
Gabriel Chalita. Eleito com a segunda maior votação
em São Paulo, Chalita é ligado à igreja carismática
e é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. O Chalita
- pode colocar isso porque já falei na cara dele, não tenho medo - para mim
não é pessoa confiável. Em questão de meses pertenceu a três partidos. A
escolha que ele faz é de interesse próprio, não da comunidade, diz. No início
do mês, o deputado migrou do PSB para o PMDB, depois de já ter passado pelo
PSDB. Ele usou a Canção Nova para se eleger e provocou uma cisão por lá ao
apoiar Dilma. Isso contrariou a nossa filosofia religiosa, afirma. Só a
campanha contra coaduna com sua doutrina. Dom Bergonzini deve deixar o cargo de
bispo às vésperas da eleição de 2012. Ao completar 75 anos, em 20 de maio,
pediu aposentadoria ao papa Bento XVI, como é a praxe, e ficará na função até
seu sucessor ser nomeado. O prazo médio é de um ano. Depois, será nomeado
bispo emérito e não comandará mais a diocese. O religioso, no entanto, quer
continuar em Guarulhos. Licenciado em filosofia e teologia, dom Bergonzini
está há 30 anos na cidade, dos quais 19 anos como
bispo. Celebro missa desde que fui ordenado, comungo desde o dia de minha
primeira comunhão, 23 de outubro de 1940, diz. O religioso ressalta que pode
e deve continuar rezando missas, mesmo aposentado. E ameaça: não vai sair de
cena. |
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CORREIO BRAZILIENSE - DF | CIDADES DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS 13/06/2011 Presos
acusados de estupro
Investigadores da delegacia da
Asa Norte detiveram dois moradores de rua suspeitos de violentar uma jovem de
24 anos na tarde de sábado Lucas Tolentino Estão presos preventivamente os dois acusados de cometer um
estupro na Asa Norte no último sábado. Dois moradores de rua são suspeitos de
terem atacado a servidora pública Vanessa*, 24 anos, enquanto ela fazia uma
caminhada por volta das 17h. Investigação aberta pela 2ª Delegacia de
Polícia, responsável pela área, aponta que, ao passar pela
108 Norte, o homem a abordou pelas costas. Ela gritou por socorro, mas
acabou imobilizada pelo pescoço com um objeto pontiagudo. O mendigo a
arrastou pelos Eixinho W, pelo Eixão e pelo Eixinho
L. Chegou à 208 Norte e a entregou a um amigo,
também maltrapilho. Ele a levou para um terreno baldio da quadra, cercado por
vigas de concreto. No lote destinado a um bloco residencial, a jovem acabou
violentada. Os criminosos fugiram depois da violência sexual. Com a camiseta
branca e a calça preta sujas de terra, Vanessa correu em direção ao prédio
mais próximo. Desesperada, contou ao porteiro os momentos de agonia e pediu
para usar o
telefone. Os pais dela chegaram ao local em poucos minutos. "Foi muito
rápido. A empregada de um apartamento viu ela sendo
arrastada pela janela e me avisou. Chamei a polícia, mas não deu tempo. Ela
chegou chorando muito, em estado de choque", contou o funcionário do
edifício, que preferiu não se identificar. A jovem tinha arranhões por todo o corpo e começou o tratamento
preventivo de doenças sexualmente transmissíveis no Hospital Regional da Asa
Norte (Hran). Além disso, fez exames no Instituto
de Medicina Legal (IML). O pai de Vanessa afirmou que o estupro mexeu com a
família. "Estamos indignados e com sede de justiça. Mas não acredito que
isso vai conseguir um dia aliviar a nossa dor", desabafou ao Correio. O pai da vítima acredita que a prisão dos autores é uma
contribuição para a sociedade. "Mas vamos correr atrás para prender esse
criminoso. Só de pensar que estamos ajudando outras mulheres a evitarem essa
situação, já nos conforta um pouco. Espero que a história da minha filha
sirva para que as mulheres fiquem mais atentas e os governantes vejam o
estado deplorável da segurança de Brasília", acrescentou. Colaborou
Olívia Meireles *Nome fictício em respeito à identidade da vítima Ação conjunta Com os depoimentos de testemunhas que viram o momento da
abordagem à vítima, os agentes da 2ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte,
chegaram a dois suspeitos. Segundo o pai da jovem atacada, apesar de ter
ficado com o rosto coberto durante o estupro, Vanessa reconheceu um deles
como o autor do crime. A delegada plantonista da unidade, Renata Farias,
afirmou que os acusados tiveram colhido material biológico para exames. As
análises comprovarão se eles cometeram o abuso sexual. A forma como o crime ocorreu indica que ambos os moradores de
rua haviam combinado a violência. "Há todos os indícios de que foi uma
ação conjunta. Os dois serão indiciados por estupro", explicou a
delegada de plantão da 2ª DP. Renata acredita que o episódio foi um caso
isolado. "A Asa Norte tem vários casos de roubo e de furto. Violência
sexual é menos comum", afirmou. Mesmo assim, muitos moradores vivem amedrontados. A bióloga
Betânia Quirino afirmou que a empregada doméstica viu um homem se masturbar
em uma passagem subterrânea do Eixão. "As
áreas verdes estão tomadas por usuários de crack e
de pedintes. Algumas mulheres se prostituem no Eixinho", observou a
moradora da 208 Norte. A área em que ocorreu o estupro é cercada há cinco anos.
"Enquanto não constroem nada, deveriam fazer deixar tudo aberto. Da
forma como está ajuda os criminosos a se esconderem", reclamou a
assistente social Maria Ângela Cordeiro, 47 anos. O terreno pertence à PaulOOctavio.
Em nota, a construtora lamentou o ocorrido e esclareceu que "a empresa
tem tomado todas as medidas possíveis e necessárias para preservar o local
cercado, realizando manutenções periódicas na área." (LT) Cuidados Veja como se prevenir: » Evite andar por ruas escuras ou desertas e namorar dentro de
carros. » Ao notar a aproximação de um suspeito, procure entrar em um
lugar seguro. » Não deixe os filhos sozinhos em casa e os oriente para não
conversarem com estranhos. » Oriente os responsáveis das escolas dos filhos para que só os
deixem saírem com autorização por escrito e identificação da pessoa. » Caso o abuso ocorra, procure memorizar alguma característica marcante do
agressor para ajudar na identificação. » Não faça higiene pessoal e ligue imediatamente para a polícia.
» Se preferir, procure a Delegacia Especial de Atendimento à
Mulher. O telefone é: 3244-9566. Fonte: Secretaria de Segurança Pública |
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CORREIO BRAZILIENSE - DF | OPINIÃO AIDS | DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS | LGBT 13/06/2011 Preconceito,
discriminação e clima escolar (Artigo)
Miriam Abramovay
Socióloga, pesquisadora, coordenadora da área de juventude e
políticas públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) Os Três Poderes da República colocam a questão dos direitos
homossexuais na ordem do dia no Brasil. Com amplo apoio da sociedade civil
organizada, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário
brasileiros debatem o tema e empreendem ações. O Executivo, por meio
da Secretaria de Direitos Humanos e do Ministério da Educação, enfrenta a
homofobia mediante campanhas de conscientização. O Legislativo discute a
formulação de leis que não só coíbam a discriminação da população HOMOSSEXUAL
como também lhe garantam igualdade de direitos em relação à população
heterossexual. O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, acaba de aprovar a
união civil homoafetiva. Tudo isso se observa de um ponto de vista mais panorâmico, das
macroestruturas, onde influem poderes institucionalizados. No nível das
microestruturas, como no interior dos lares, das escolas, dos espaços de
lazer, entre outros, observa-se a questão mais de perto, em que atuam forças
mais sutis, portanto de impacto também mais sutil. Tome-se o ambiente escolar
como exemplo. Ali, a homofobia manifesta-se das mais diversas formas, entre
elas no chamado bullying ou intimidação. Abarca
desde piadas e xingamentos até agressões físicas. Enquanto não fere o corpo,
a comunidade escolar tende a ver o bullying como
mais uma brincadeira. Minimiza, assim, seu impacto psicológico e,
especialmente, no rendimento dos estudantes vítimas dessa modalidade de
violência. Pesquisadores de diferentes partes do mundo e do Brasil têm
alertado, há anos, para o fenômeno das violências nas escolas, especialmente
a violência intramuros, ou seja, entre estudantes e entre estes e seus
professores e outros membros da comunidade escolar. Já se demonstrou que o
chamado clima escolar, quando ruim, prejudica o processo de ensino e
aprendizagem e torna as escolas mais vulneráveis. Pesquisa realizada nos EUA, recentemente, indica que jovens
gays, lésbicas, bissexuais e TRANSGÊNEROS (LGBT), que sofrem
elevados níveis de vitimização escolar no ensino
médio, apresentam saúde física e mental prejudicadas
quando se tornam jovens adultos, incluindo depressão, tentativas de suicídio,
doenças sexualmente transmissíveis (DST) e risco de contrair o HIV.
O estudo demonstra a importância de se enfrentar e se prevenir a vitimização anti-LGBT no
nível estrutural ou escolar para reduzir as disparidades na saúde entre
jovens LGBT. Os resultados da pesquisa foram publicados, há poucos
dias, no Journal of School Health, diário da American School Health Association (Associação
Americana de Saúde Escolar). O que parece despretensioso, sem maldade, em crianças e
adolescentes mais sensíveis pode deixar sequelas
duradouras, se não permanentes. Até porque a violência verbal reproduz a ordem
moral da sociedade. Indica haver sujeitos de status
diferentes, conforme a orientação sexual. Humilha. Segrega. Isola. Exclui.
Estigmatiza. Reforça o sofrimento e compromete o presente e o futuro de
crianças e adolescentes. Portanto, merece atenção especial tanto o
perpetrador quanto a vítima de violência escolar. Se a causa da violência
estiver na homofobia, ainda mais atenção exige, pois não se trata de agressão
gratuita, mas de preconceito e discriminação. E a fonte disso pode estar em
casa, na própria escola ou em ambas. Eis onde o poder público entra para
fazer a diferença e garantir que todos recebam tratamento respeitoso, onde
quer que estejam. Está correto, pois, o Ministério da Educação, quando desencoraja
a homofobia. Como órgão responsável pela formação escolar em nível nacional,
cabe-lhe o árduo e honroso papel de promover o respeito à diversidade e
impedir que a orientação sexual (real ou presumida) seja motivo de violência
no ambiente escolar e, por conseguinte, também de mau desempenho no processo
de ensino-aprendizagem e na saúde dos jovens estudantes. |
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A GAZETA - MT | CIDADES LGBT 13/06/2011 Você
acredita que a sociedade brasileira é homofóbica?
Da Redação Michel Silva Nakassugui, 16, estudante "Acredito que sim. Podemos observar o preconceito dentro da
escola nos episódios de bullying. As piadinhas são
comuns nos corredores das instituições de ensino. Algumas,
chegam a ser frequentes e tornam a mentira,
uma verdade. Muitas vezes quando dois homens são amigos, logo aparece alguém
para insinuar um relacionamento homoafetivo entre
os dois, mesmo que ele não exista. A situação é mais grave quando um deles
admite oficialmente que é HOMOSSEXUAL. A pessoa torna-se vítima e
passa a ser excluída. Os colegas se afastam e mesmo com a abordagem da
direção da escola no caso, não há eficácia. Acho que para resolver o problema
deveria haver punição para a homofobia, pois elas causam danos materiais e
físicos, em situações extremas". Geraldo Pereira de Almeida Filho, 42, gerente "Eu acho que a sociedade ainda tem preconceito. Hoje, ter
uma postura liberal é politicamente correto, mas não significa que a ações
sejam coerentes com o discurso. Existem situações, nas quais a pessoa convive
com a diferença e sempre que tem uma oportunidade faz algum tipo de
comentário discriminatório sobre a orientação sexual. A aceitação aparente
faz com que os casais homoafetivos sejam mais
comuns no cotidiano, porém não reduz o preconceito com relação a eles. A
solução para as agressões, na minha opinião, começam
em casa. Os pais devem conversar com os filhos e sempre estarem disponíveis
para sanar dúvidas e procurar resposta, quando não as têm. Toda vez que
perceber que o filho fez uma piadinha com o amigo ou comentário homofóbico, também cabe aos pais repreender e mostrar que
isso não é certo. A família e a escola são importantíssimas no combate a
homofobia. Precisamos investir nas novas gerações". |
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CORREIO DO POVO - RS | GERAL AIDS | CAMISINHA | DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS 13/06/2011 Show
conscientiza contra a Aids
Para alertar a população sobre o vírus da AIDS, a
Secretaria Municipal de Saude (SMS) realizou neste
sábado, véspera do Dia dos Namorados, uma ação diferente de conscientização
na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. No local, atores e um apresentador em
carro de som fizeram um talk-show móvel sobre o
tema: "Pra você foi bom?". De acordo com o coordenador da Política Municipal de DST/AIDS
da SMS, Gerson Winkler, a ação teve o objetivo de
estimular o uso da CAMISINHA entre os casais. "Fizemos um contato
direto com os jovens, respondendo as perguntas e prestando esclarecimentos
sobre a importância do uso da CAMISINHA", explicou. Segundo Winkler, Porto Alegre possui mais de 21 mil casos
acumulados da doença. Sendo a incidência maior em homens. Segundo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), cerca de 2,5 mil jovens
contraem o vírus do HIV diariamente em todo o mundo. Conforme
pesquisa, 41% dos contágios acontecem entre pessoas de 15 a 24 anos.
"Acho importante ter acesso a informação, ainda mais se for oferecido de
maneira saudável e criativa", avaliou Ricardo Freitas Vale, 30 anos, que
assistiu ao show acompanhado da namorada Juliana Ferreira, 28. A ação ocorreu
também no Centro Humanístico Vida. Foi distribuído
material informativo. |
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DESTAK - DF | BRASIL AIDS | CAMISINHA | CONTRACEPTIVOS 13/06/2011 Governo
reduz distribuição de camisinhas em quase um terço
O governo federal reduziu em cerca de um terço o número de
camisinhas distribuídas no país. No ano passado, os Estados receberam 30%
menos PRESERVATIVOS do que em 2009. A queda aconteceu menos de um ano após uma pesquisa encomendada
pelo Ministério da Saúde ter identificado a diminuição do uso da CAMISINHA.
À época, o Ministério avaliou que a melhor estratégia era facilitar o acesso
ao PRESERVATIVO. SegundoO
Estado de S. Paulo, a epidemia de AIDS no país está estabilizada, mas
em padrões ainda altos. Em 2009, foram descobertos 38.538 novos casos da
doença, um número 3% maior que o de 2008. A diminuição da distribuição é vista como normal pelo governo,
que atribui a queda a um realinhamento dos estoques dos Estados, que teriam
encomendado uma quantia excessiva em 2009. |
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O POPULAR - GO | OPINIÃO AIDS 12/06/2011 12/06/2011
- Internet é direito de todos
Rodrigo hirose
12 de junho de 2011 (domingo) Rodrigo Hirose Como era possível viver sem internet? A pergunta, feita por
muitos em tom de brincadeira, está longe de ser apenas isso. Estar conectado
é mesmo cada vez mais indispensável para o bem-estar das pessoas. E não são
apenas os nerds e os geeks
que pensam assim: a própria Organização das Nações Unidas (ONU) acaba de
equiparar o acesso à rede mundial aos direitos humanos fundamentais, como
complemento à garantia de proteção à liberdade de expressão e de opinião. A declaração do acesso à internet como bem inalienável faz parte
de um relatório produzido pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, semana
passada. Segundo a organização, "todo ser humano tem o direito de
continuar com acesso à informação e, consequentemente,
à internet". A própria ONU lembra que, atualmente, vários governos impedem
que suas populações usufruam dos benefícios da rede mundial sem restrições.
Fato que ocorre não apenas em países notoriamente antidemocráticos, como a
China, Cuba, Irã, Líbia e outros. Recentemente, França e Inglaterra aprovaram
legislações que punem infratores de direitos autorais com o banimento da
internet. A declaração da ONU ressalta que qualquer crime cometido em nome do
direito de se expressar poderá ser punido de acordo com as leis, mas apenas
de forma restritiva. No Brasil, assim como ocorre com os demais direitos humanos, há
um abismo gigantesco entre a realidade e a tese. Segundo a pesquisa mais
recente do Ibope, em março deste ano havia 43,2 milhões de brasileiros
conectados. O número representa um aumento de quase 14% em comparação a março
de 2010 e calcula a população com 12 anos de idade ou mais. O crescimento foi ainda maior quando a base de comparação são os
internautas domiciliares. Há um ano, 29 milhões de brasileiros usavam a
internet em casa. Hoje, são 35 milhões. É um salto importante, mas a pesquisa
revela que há milhões de pessoas fora da rede de computadores, já que a
população atual é de quase 200 milhões de pessoas. A exclusão tecnológica tem as mesmas causas das demais
existentes no País. A banda larga chega a apenas 47% dos 5.565 municípios.
Nas cidades que chega, ela é lenta e cara. Dessa forma, mais um abismo vai
sendo criado entre os brasileiros: entre aqueles que têm acesso cotidiano à
internet e aqueles que nem sabem o que é um e-mail. O reconhecimento do acesso à web como direito fundamental
ocorreu na mesma semana em que a ONU anunciou a ambiciosa meta de erradicar a
AIDS até 2020. Nos dois casos, parece haver mais retórica que metas realmente executáveis. A distância entre o discurso
e a prática é gigante, mas deve ser vencida. Para o bem tanto de quem precisa
de remédios quanto de quem ainda está trancado na gaiola da exclusão digital. |
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ÉPOCA | BRASIL LGBT 13/06/2011 João
Dionísio Amoedo: "Nossos candidatos terão metas de gestão"
O banqueiro já gastou quase R$
1 milhão na criação de um partido para defender um Estado menor Ricardo Mendonça João Dionísio Amoedo começou sua carreira como estagiário do
Citibank, em 1988, e chegou ao posto de banqueiro, como sócio do BBA, membro
do conselho do Unibanco e, agora, conselheiro do Itaú-BBA.
Há cerca de um ano, tomou uma decisão inusitada. Com alguns amigos do
mercado, resolveu criar um partido para defender os princípios da gestão e de
um Estado menor. Ele diz ter recebido incentivo de
alguns dos mais conhecidos nomes do setor, como os banqueiros Pedro Moreira
Salles e Fernão Bracher, além do ex-presidente do
Banco Central Armínio Fraga. Entusiasmado, chamou o
escritório Pinheiro Neto, um dos mais tradicionais do país, para a confecção
do estatuto. E contratou empresas de marketing para coletar assinaturas. Se o
Novo (nome do partido) conseguir 500 mil até outubro, disputará prefeituras
em 2012. ENTREVISTA - JOÃO DIONÍSIO AMOEDO QUEM É Engenheiro e administrador de 48
anos que atua desde 1988 no mercado financeiro. Foi sócio do BBA e
vice-presidente e membro do conselho do Unibanco. Hoje, é conselheiro do Itaú-BBA e da João Fortes Engenharia. É sócio da Casa das
Garças, centro de estudos de tendência liberal no Rio de Janeiro O QUE FEZ Com um grupo de amigos do mercado financeiro, criou o
Novo, partido político que pretende levar princípios da iniciativa privada
para o setor público ÉPOCA - O Brasil tem 27 partidos políticos hoje. Não é
suficiente? João Dionísio Amoedo - Tem bastante, não há dúvida. Mas temos a
sensação de que ainda não é suficiente porque não há uma representatividade
ideal da sociedade civil nesses partidos. Talvez por falta de uma
identificação mais clara sobre os objetivos de cada um. Não identificamos em
nenhum partido o objetivo de melhoria da gestão pública como foco principal. ÉPOCA - Quais são os diferenciais do Novo? Amoedo - O primeiro é o fato de começar de um movimento da
sociedade civil. Diferentemente de todos os outros, que nasceram com
políticos. ÉPOCA - O PT nasceu de um movimento da sociedade civil, não? Amoedo - É... Não era um grupo político. Mas já tinha uma
identificação clara por ser de um grupo específico, não é? E surgiu há 30
anos. Nos últimos dez ou 15 anos, não lembro de
nenhum. Acho que o exemplo do PT é importante até como lembrança do último
partido que não nasceu já com algum político. ÉPOCA - O que mais distingue o Novo? Amoedo - Outra diferenciação é deixar bem claro no estatuto qual
é seu papel. O partido tem o dever e a obrigação de, primeiro, selecionar
seus candidatos. Segundo, dar suporte ao candidato, na fase inicial e depois
de eleito. Suporte técnico, digo. E a terceira coisa é cobrar: nossos
candidatos terão metas de gestão, o que não vi em nenhum outro partido. ÉPOCA - Há mais novidades? Amoedo - O último ponto importante é diferenciar a gestão
partidária da atuação parlamentar ou executiva. Entendemos que as duas
figuras não podem se confundir. Uma coisa é ser dirigente do partido e ter
todas as obrigações que mencionei. Outra é ser deputado, vereador, prefeito e
ter atuação no âmbito do governo. O partido tem de fiscalizar e monitorar
quem ele elegeu. Se essa figura se confunde, você acaba gerando um conflito
de interesses. ÉPOCA - E a atuação simultânea em cargo eletivo e na iniciativa
privada pode? Amoedo - Olha... Acho que não faz muito sentido... Acho que as
atividades têm de ser bastante segregadas. ÉPOCA - Isso vocês não colocaram? Pode ter cargo e ser
consultor, por exemplo? Amoedo - Eu acho que nós não colocamos isso no
estatuto. Tem o conselho de ética, nós colocamos, certamente, que o candidato
tem de estar dentro das regras, mas acho que nós não fomos tão explícitos
nisso. Talvez agora devamos ser mais explícitos. Isso seria uma coisa básica
da ética, do entendimento de cada um. A gente vai aprendendo... Talvez
algumas coisas tenham de ser explícitas para depois não ter questionamento. ÉPOCA - Vai incorporar essa ideia,
então? Amoedo - Certamente. Porque é difícil você ter as duas
atividades sem criar algum tipo de conflito. Há outro diferencial: somos
contra mais de uma reeleição para o mesmo cargo no Legislativo. ÉPOCA - Por quê? Amoedo - Se alguém esteve oito anos como
deputado estadual, pode até ser federal na próxima eleição, senador,
mas não mais deputado estadual. É para promover a renovação. Senão, você terá
um deputado estadual por 16, 20 anos. Estará bloqueando a entrada de novas
pessoas. Com oito anos, já teve tempo para dar sua contribuição. E aquilo não
deve se tornar uma profissão. ÉPOCA - No meio político, o tema "gestão" costuma ser
mais associado ao PSDB e ao DEM. Eles não dão conta do recado? Amoedo - Não está muito claro. Acho que esse tema não está muito
ligado a partidos. Pense no caso dos governadores. Três estão ligados nisso.
Tem lá em Minas, que é o PSDB, em Pernambuco, que é PSB, e no Rio PMDB. Então
isso está muito mais ligado ao entendimento do político do que propriamente a
um programa partidário. O que queremos é que o partido tenha isso.
Gostaríamos de levar conceitos básicos do mundo privado para o público. (...) por exemplo, a ideia de que os
recursos são escassos ÉPOCA - O que quer dizer "o partido político sem
políticos", slogan do site do Novo? Amoedo - Eu não diria que não queremos políticos agora, isso
seria muito forte. Eu diria o seguinte: como o mais importante, em nosso
caso, é que as pessoas que nunca se envolveram com política participem, e
como a atividade política tem um desgaste, não atrai, seria mais fácil para
essas pessoas participarem de um partido que não tem políticos no primeiro
momento. ÉPOCA - Um vídeo no site fala em tratar o governo como uma
empresa e o eleitor como cliente. Essa ideia de
administração pública não parece muito simplista? Amoedo - Gostaríamos com
isso de levar conceitos básicos do mundo privado para o mundo público. Mesmo
sabendo que horizontes de tempo, o público e as necessidades são bastante
diferentes. Mas acho que há conceitos que podem ser aplicados no segmento público.
Por exemplo, a ideia de que os recursos são
escassos. Assim, você tem de estabelecer prioridades. Segundo: qualquer
despesa adicional tem contrapartida, custos, não é? Terceiro: você tem de ser
transparente na gestão. Quarto: tem de ter metas, prestar contas. Então são
esses tipos de conceito que gostaríamos de ver no setor público. E a ideia da pessoa como cliente é só para deixar clara uma
coisa: o governo funciona com os impostos que nós pagamos,
então nada mais justo que ter as contrapartidas. A ideia
é que a pessoa deve cobrar isso do governo, como cobra de uma empresa que
presta um serviço pelo qual pagou. ÉPOCA - O Novo tem posição sobre temas da atual agenda política,
como Belo Monte, lei ANTI-HOMOFOBIA, Código Florestal? Amoedo - Estamos começando a nos posicionar sobre algumas
coisas. Mas, como estamos ainda em formação, temos a preocupação de não ter
assuntos muito definidos, pois atrapalhariam o objetivo de atrair pessoas. É
estranho você pedir participação, mas já ter temas fechados. Mas há alguns
princípios básicos. Entendemos que o Estado deve ter uma atuação menor na
sociedade. Entendemos também que há outras prioridades, quando falamos em kit
homofobia, por exemplo. Existem outras prioridades, como educação, saúde e
segurança. ÉPOCA - Um kit contra a homofobia pode estar relacionado com as
duas coisas, educação e segurança, não? Amoedo - Ah, pode. Mas a dúvida é a seguinte: vale a pena? Admitindo que os recursos são
escassos e finitos, vamos gastar dinheiro nisso? Ou melhorar a qualidade das
escolas, o sistema de avaliação e a remuneração dos professores? ÉPOCA - Para viabilizar o partido, serão necessárias cerca de
500 mil assinaturas. Em que estágio vocês estão? Amoedo - É um processo trabalhoso e burocrático, pois você
precisa das assinaturas, nome completo e título de eleitor. E depois precisa
validar nos cartórios. Temos hoje fichas de todo tipo, pessoas que assinaram,
mas que têm dados incompletos; ficha completa, mas com incompatibilidade de
assinatura. De maneira geral, estamos próximos de 200 mil. ÉPOCA - É difícil convencer as pessoas a assinar pela criação de
mais um partido? Amoedo - De cada 100 pessoas abordadas, 30 assinam. Essa é a
média. ÉPOCA - Quem está fazendo essa coleta? Amoedo - Fazemos pela internet. Alguns nos procuram e pedem um
lote para distribuir entre amigos e parentes. E contratamos umas três ou
quatro empresas que fazem a divulgação e o marketing. São elas que fazem a
abordagem em rua. ÉPOCA - Quanto vocês já investiram na
criação desse partido? Amoedo - Entre divulgação, site e consultoria jurídica, deu
quase R$ 1 milhão. Meu e do grupo inicial. Mas vai passar disso. ÉPOCA - Em sua avaliação, o Novo é um partido de esquerda, de
centro ou de direita? Amoedo - Discutimos muito isso. Essa classificação, que no
passado foi mais clara, não ajuda muito hoje. Entre os 27 partidos, é difícil
dizer o que é direita, centro ou esquerda. Nossa ideologia é focar na gestão
e ter o Estado menor. Eu diria que nos aproximamos mais de um partido de
centro, ou centro-direita. |
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AGORA - RS | AIDS 12/06/2011 12/06/2011
- SUS mobilizado para vacinar crianças contra a paralisia infantil e o
sarampo
Campanha contra a pólio será em duas etapas, dias 18 de junho e 13 de agosto.
Contra o sarampo, municípios de oito estados vão vacinar crianças em 18 de
junho, e os demais, em 13 de agosto SUS mobilizado para vacinar crianças contra a paralisia infantil
e o sarampo O Sistema Único de Saúde (SUS) inicia, no dia 18 de junho, a
primeira etapa de mobilização da Campanha Nacional de Vacinação contra a
Poliomielite de 2011. Todas as crianças menores de cinco anos (4
anos, 11 meses e 29 dias) devem tomar as duas gotinhas para prevenir a
paralisia infantil. A segunda fase começa no dia 13 de agosto. Nessa data, os
pais ou responsáveis devem levar as crianças novamente aos postos de
vacinação para que elas recebam mais duas gotinhas contra a pólio. Em cada etapa, a meta é vacinar 95% do público-alvo, que é de
14.148.182 crianças de zero a menores de cinco anos.
São mais de 350 mil profissionais de saúde envolvidos, em todo o País. É
importante levar a carteira de vacinação das crianças para a atualização das
doses aplicadas. Para as duas fases da campanha, o Ministério da Saúde investiu
R$ 46,6 milhões na compra e na distribuição das vacinas. Mais R$ 20,2 milhões
foram transferidos para os fundos de saúde das secretarias estaduais e
municipais de Saúde. A campanha de mídia da primeira fase começa a ser
exibida no dia 12 de junho, em todo o País. A da segunda etapa, em 7 de agosto. "Vacinando as crianças, ampliamos a cobertura vacinal do
País contra essas duas doenças, paralisia infantil e sarampo, que ainda
ocorrem de maneira importante em diversos países", disse o ministro da
Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista coletiva nesta terça-feira, em
Brasília. O último caso de poliomielite no Brasil foi registrado em 1989,
na Paraíba. Em 1994, o país recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o
certificado de eliminação da doença. Porém, é importante continuar vacinando
as crianças porque o vírus da paralisia infantil ainda circula em outros
países. De acordo com a OMS, 26 países ainda registram casos da doença e
quatro deles são endêmicos, ou seja, possuem transmissão constante:
Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. A pólio é uma doença infectocontagiosa grave. Na maioria das
vezes, a criança não morre quando é infectada, mas adquire sérias lesões que
afetam o sistema nervoso, provocando paralisia, principalmente nos membros
inferiores. A doença é causada e transmitida por um vírus (o poliovírus), e a infecção dá-se principalmente por via
oral. Vacinação contra o sarampo Em 2011, a campanha de vacinação contra a poliomielite terá uma
novidade. No início da primeira etapa, em 18 de junho, além das duas gotinhas
contra a paralisia infantil, municípios de oito estados também vão vacinar
crianças contra o sarampo: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul, Pernambuco, Bahia, Ceará e Alagoas. Nesses municípios, todas as crianças entre um ano e menores de
sete anos (6 anos, 11 meses e 29 dias) devem se
vacinar contra o sarampo - mesmo que já tenham sido vacinadas antes. A partir
do dia 15 de junho, será veiculado um comunicado sobre a vacinação do sarampo
em televisões e rádios de SP, MG, RJ, RS, PE, BA, CE e AL. Municípios das demais unidades da federação vão vacinar as
crianças dessa faixa etária contra o sarampo no dia 13 de agosto (começo da
segunda etapa de vacinação contra a pólio). Nos 18 estados restantes e no
Distrito Federal, o comunicado em rádio e tevê começa a ser veiculado em
agosto. Esta vacinação contra o sarampo é chamada "campanha de
seguimento" e costuma ocorrer em intervalos de três a cinco anos para
reforçar a proteção das crianças contra a doença e manter o Brasil sem
transmissão disseminada do vírus do sarampo. A última "campanha de
seguimento" ocorreu em 2004 e outra estava prevista para 2009, mas não
aconteceu por conta da pandemia de gripe H1N1; nem ocorreu em 2010 por conta
da vacinação contra a influenza pandêmica. Planejada para 2011, a "campanha de seguimento" do
sarampo aconteceria, em todo o país, na segunda etapa da vacinação contra a
paralisia infantil, dia 13 de agosto. Porém, um surto de sarampo na Europa,
que desde o início do ano já tem mais de 6,5 mil casos suspeitos notificados,
sendo 5 mil somente na França, fez com o que o
Ministério da Saúde, juntamente com estados e municípios, antecipasse a ação
em áreas prioritárias. Com a proximidade das férias de meio de ano, foram levados em
conta três critérios para identificar os estados onde a "campanha de
seguimento" contra o sarampo será antecipada nos estados com: maior
fluxo turístico; densidade populacional, dificultando operações efetivas de
bloqueio vacinal, em caso de surtos; e em localidades com menores coberturas
da vacina tríplice viral nos últimos anos. Assim, foram identificados os estados de São Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia, Ceará e
Alagoas. Baseado nesses critérios, o Ministério da Saúde também recomendou
antecipar a vacinação no Rio Grande do Norte. Mas a Secretaria Estadual de
Saúde alegou que não teria logística para realizar a "campanha de
seguimento" em 18 de junho. Por isso, os municípios vão vacinar a
população alvo na segunda etapa da campanha contra a pólio, em 13 de agosto. Nas duas fases da "campanha de seguimento" contra o
sarampo, a meta é de vacinar 95% da população alvo, que é de 17.094.835
crianças de um ano de idade a menores de sete anos.
Para as duas etapas da vacinação, o Ministério da Saúde investiu R$ 146,7
milhões na compra e na distribuição das doses, das agulhas e das seringas (a
vacina é injetável); e repassou mais R$ 16,3 milhões aos estados e aos municípios
para organizarem a campanha nos municípios. Tira dúvidas sobre as duas vacinações - contra a pólio e contra
o sarampo * Há risco para as crianças que vão tomar duas vacinas? Não. As vacinas são seguras e podem ser dadas às crianças no
mesmo dia, sem prejudicar a saúde delas. * As vacinas têm contraindicações? Em geral, não. Porém, recomenda-se que as crianças que estejam
com febre acima de 38º ou com alguma infecção sejam avaliadas por um médico
antes de se vacinarem. Também não é recomendado vacinar crianças que tenham
problemas de imunodepressão (como pacientes de câncer e AIDS ou de
outras doenças e ou tratamentos que afetem o sistema imunológico, de defesas
do organismo) e anafilaxia (reação alérgica severa) a dose anterior das
vacinas. * Onde vacinar as crianças? Os pais ou responsáveis devem procurar a Secretaria de Saúde do
seu município ou estado para se informar sobre a lista de postos, bem como os
endereços e os horários de funcionamento. * Só será possível vacinar as crianças nessas datas? Não. As vacinas contra a pólio e o sarampo são oferecidas
gratuitamente pelo SUS e estão disponíveis durante todo o ano, nos postos de
saúde, para a imunização de rotina. Mas é fundamental levar as crianças às
campanhas de vacinação, porque elas reforçam a proteção da saúde delas. * Como funciona o calendário básico de vacinação, fora das
campanhas? Vacina poliomielite oral - Os bebês devem receber a vacina aos
dois, quatro e seis meses. Aos 15 meses, recebem o primeiro reforço. Porém,
todas as crianças menores de cinco anos (de 0 a 4
anos 11 meses e 29 dias) devem tomar as duas doses durante a Campanha
Nacional, mesmo que já tenham sido vacinadas anteriormente. Vacina tríplice viral - As crianças devem tomar uma dose da
vacina tríplice viral (que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba)
aos 12 meses e um reforço aos quatro anos. Porém, todas as crianças devem se
vacinar nas "campanhas de seguimento", mesmo que já tenham sido
vacinadas anteriormente. |
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TRIBUNA DO INTERIOR - PR | AIDS | DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS | CONTRACEPTIVOS 12/06/2011 12/06/2011
- Dia do Doador de Sangue será comemorado
Clodoaldo Bonete Fale com o repórter Na próxima terça-feira (14 de junho) será comemorado o Dia
Mundial do Doador de Sangue. Para lembrar a todos da importância desta data o
Ministério da Saúde lançou uma Campanha Nacional de DOAÇÃO DE SANGUE,
com o slogan "Mais doadores de sangue, Mais vida saudável." O
objetivo é transformar o ato de doar em um hábito de vida saudável e para
isso a campanha foi difundida em todos os Estados. Para esta comemoração o Hemepar de Curitiba lançou a campanha "Mais doadores
de sangue, Mais vida saudável - Servidor Público também colabora." "A sugestão da OMS - Organização Mundial de Saúde é que
todos enfeitem suas instituições com fitas/pinturas/faixas/tecidos em tom vermelho,
chamando a atenção para a Comemoração do Dia Mundial do Doador de
Sangue", disse Nely Coimbra Moura, da Assessoria de Suporte aos Usuários
do Hemepar (ASUH). Segundo Nely, esse slogan
reforça a necessidade de mais doadores espontâneos/voluntários e regulares.
"Todos os Hemocentros e Bancos de Sangue são convidados a comemorem a
referida data, chamando a atenção para a importância de aumentar o número de
doadores", reforçou. O desafio é aumentar o número de doadores e torná-los
freqüentes. Para isso o Ministério da Saúde aposta no "convite" de
doadores a outras pessoas. "Embora o slogan esteja voltado ao servidor
público, qualquer pessoa pode comparecer ao hemonúcleo
para doar sangue", diz Maria Luzia Salvador, chefe do Hemonúcleo de Campo Mourão. O Brasil é um país de referência em segurança transfusional. Após a doação, o sangue é submetido a nove
tipos de exames, capazes de identificar doenças como a AIDS, SÍFILIS,
Doença de Chagas e Hepatites. O doador também passa por um exame clínico que
inclui uma entrevista. Nela, é verificado se o doador esteve em situações de
risco acrescido, como ser usuário de drogas ou ter praticado sexo sem
proteção. Se isso aconteceu, ele é automaticamente descartado como doador.
Todos os hemocentros prestam orientações sobre os cuidados antes que o sangue
seja doado. Cada doador contribui com 450 mililitros de sangue, que é
colocado numa bolsa plástica lacrada para evitar a contaminação e armazenado
em geladeiras especiais, onde a temperatura é regulada. Se o resultado dos
exames for negativo para todas as doenças, o sangue pode ser usado pelos
próximos trinta dias, quando vence a validade. Mas, a utilização é tão
requisitada que dificilmente fica guardado por mais de uma semana. A transfusão é necessária em cirurgias de grande porte, como as
pontes de safena, também para hemofílicos, para pessoas que sofrem de câncer
e se submetem à quimioterapia e para pacientes de hemodiálise. No total, são
cinco milhões de transfusões por ano. O sangue também é usado para a produção
de remédios hemoderivados, como os fatores de
coagulação. |
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180 GRAUS | AIDS | DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS 12/06/2011 12/06/2011
- Agentes de combate e controle de DSTs
são capacitadas em Picos
O evento aconteceu na sede da Funasa, em Picos A União das Mulheres Piauienses (UMP), núcleo de Picos,
participou durante a sexta-feira, 10, de capacitação para agentes que
trabalham no combate e controle de DSTS. O evento aconteceu na sede da
Funasa, em Picos. De acordo com Maria José Alves, a Nega Mazé,
o convite ao grupo de mulheres da cidade veio para que as agentes estivessem
por dentro do balanço das atividades realizadas e também das inovações em
relação ao trabalho de controle, combate e prevenção às DSTS (Doenças
Sexualmente Transmissíveis), em especial a AIDS. Nega Mazé é a atual coordenadora geral
do núcleo da UMP em Picos. Ela conta que o convite para participação no
evento veio principalmente pelo trabalho que a entidade realiza nas
comunidades e também ao lado das profissionais do sexo, acompanhando e
orientando. À tarde o grupo pretende discutir a violência contra a mulher,
pauta de discussões recentes na cidade de Picos em razão dos crimes que
ocorreram nos últimos meses. "Não podemos deixar que a violência
doméstica se torne uma coisa comum, natural. A mulher já foi tão desvalorizada
ao longo da história que ela mesma acha que a violência é um
coisa normal. Ela tem que entender que não é", comentou. A capacitação é uma realização dos órgãos estaduais de atenção à
saúde em parceria com o CTA e Secretária Municipal de Saúde de Picos. |
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ÁFRICA 21 | AIDS 13/06/2011 Guiné-Bissau
obtém resultados positivos no combate ao HIV/Sida (Aids)
Apesar das limitações
financeiras, o país pretende introduzir medidas para melhorar a dieta
alimentar e os suplementos vitamínicos. Nova York - A aposta séria na prevenção do HIV/SIDA
reduziu a taxa de seroprevalência de mais de 10%
para 2,8% na Guiné-Bissau, disse o ministro guineense da Saúde, Camilo
Pereira. Falando à Rádio ONU, à margem do Encontro de Alto Nível sobre o HIV/SIDA,
que decorrer em Nova York na última semana, o governante falou de planos para
garantir maior acesso dos pacientes ao tratamento. Camilo Pereira abordou os desafios para o aumento de centros de
tratamento de prevenção da transmissão do vírus de mãe para filho. Apesar das limitações financeiras, o país pretende introduzir medidas
para melhorar a dieta alimentar e os suplementos vitamínicos, além de
atribuição de medicamentos gratuitos para tratar infecções oportunistas. |
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HYPESCIENCE.COM | AIDS | ANTIRRETROVIRAIS 12/06/2011 12/06/2011
- Por que o Brasil é exemplo no combate contra AIDS
Após 30 anos do relatório
oficial do Centro e Controle de Doenças americano sobre a epidemia de HIV/AIDS,
o país que tem apresentado a melhor resposta para o controle da doença não
são os Estados Unidos, nem qualquer outro país dito "desenvolvido".
Trata-se do nosso amado, idolatrado, salve-salve Brasil. Eduardo Gomez, especialista em políticas públicas e administração americano, conta que quando foi pesquisar
sobre o assunto para seu doutorado, se surpreendeu com a resposta rápida do
Brasil à epidemia, especialmente quando comparado com outras nações. "Depois de viajar para diversas cidades em todo o país,
entrevistando pacientes com AIDS, autoridades de saúde e ativistas, eu
percebi que o governo estava de fato totalmente comprometido com a
erradicação da doença", conta. "Os brasileiros queriam provar ao
mundo que tinham a capacidade técnica e o compromisso político necessários
para fazê-lo. Conseguiram". Dentre as razões para o sucesso do país, estão as agressivas
campanhas nacionais de prevenção para grupos de alto risco, que têm
contribuído para um declínio acentuado dos casos da doença no Brasil. Devido
à criação de programas nacionais de prevenção direcionados a homens gays e
mulheres - em 2002 e 2007, respectivamente -, o Brasil tem apresentado um
declínio acentuado nos casos de infecção do vírus HIV nos dois grupos. Entre os homossexuais masculinos, houve 3.376 novas infecções em
1996 e apenas 647 em 2009 - uma queda de 81%. Entre as mulheres, os números
caíram de 7.419 novos casos em 1996 para 2.034 em 2009 - 73% a menos. Em comparação, a infecção entre o maior grupo de risco nos
Estados Unidos, atualmente homens afro-americanos e gays, permanece elevada:
se em 1998 haviam sido registrados 20.672 novos casos entre afro-americanos,
esse número aumentou para 21.549 11 anos depois. Enquanto isso, 17.357
infecções foram notificados em gays em 1998, apresentando apenas uma leve
queda para 14.383 em 2009. Considerando que vivíamos em uma ditadura militar com uma
distribuição muito desigual da cobertura dos cuidados de saúde 20 anos atrás,
como explicar isso? De acordo com Gomez, o primeiro indício está no dinheiro. De
2000 a 2007, o Congresso brasileiro quase dobrou a quantidade de
financiamento para o combate à AIDS - de 713 mil reais no começo da
década para 1,3 bilhões em 2007. Os gastos nos EUA, por exemplo, cresceram em
um ritmo mais lento. O Brasil também tem feito um trabalho melhor ao providenciar
medicamentos contra a doença. Em 1996, o Congresso aprovou uma lei federal
determinando o fornecimento universal de medicamentos ANTIRRETROVIRAIS.
Os gastos com esse tipo de droga deu um salto de R$ 25 milhões em 1996 para
mais de um bilhão de reais em 2009. "Em contraste, os Estados Unidos têm se mostrado
sistematicamente aquém de garantir o acesso ao remédio", afirma Gomez.
De acordo com um relatório divulgado mês passado no país, há uma lista de
espera de 8.100 pessoas que necessitam de medicamentos ANTIRRETROVIRAIS
nos EUA. Ao perceber que as cidades tinham necessidade de financiamento
para ajudar a combater a doença, o governo brasileiro criou novos programas
de apoio. Em 2002, surgiu o Fundo-a-Fundo, que
prevê verba mensal para as cidades que demonstrarem necessidade. O
financiamento para este programa aumentou de 579 mil reais em 2003 para 1,5 bilhão de reais em 2010. Nos Estados Unidos, pelo
contrário, o último programa desse tipo criado data de 1993. Os profissionais de saúde no Brasil aprenderam desde cedo que
precisam trabalhar em conjunto com a sociedade civil a fim de combater com
sucesso a AIDS. A partir de meados da década de 1980, o governo
convidou ativistas gays e representantes de organizações não governamentais
para ajudar a elaborar políticas e aprender mais sobre o vírus e as
necessidades de cuidados de saúde. Essa incorporação nunca ocorreu nos EUA. Até nossa situação política ajudou no combate à AIDS. Com
o fim da ditadura, o acesso aos cuidados de saúde como um direito humano foi
garantido na Constituição de 1988. Quando a doença surgiu, o governo foi forçado a fazer o que
podia para garantir o acesso aos medicamentos, segundo Gomez. O país, então,
entrou em intensas negociações com empresas farmacêuticas para baixar os
preços das drogas. "Caso ambas as partes não chegassem a um acordo, as
empresas farmacêuticas enfrentariam o fantasma de o Brasil produzir e distribuir
versões genéricas de medicamentos patenteados", conta. Os esforços do país lhe renderam prêmios internacionais: da
Fundação Bill & Melinda Gates, como melhor
modelo de resposta à AIDS em 2003, da UNAIDS, em 2004, além de elogios
do renomado médico Sanjay Gupta, da CNN, como a
"inveja do mundo" em 2009. E o governo continua aumentando o seu
compromisso contra a epidemia. O governo brasileiro, porém, não pensa apenas no seu próprio
país, afirma Eduardo Gomez. O reconhecimento mundial motivou o país a ajudar
as nações africanas a desenvolverem a capacidade necessária para produzir
medicamentos ANTIRRETROVIRAIS. "A atenção internacional ainda é
usada como uma plataforma para abordar outras questões relacionadas, tais
como direitos humanos, redução da pobreza e até mesmo a tecnologia de biocombustível", diz.[CNN] |
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TERRA | AIDS 13/06/2011 Famosos
prestigiam a 65ª edição do Tony Awards
em Nova York
13 de junho de 2011 • 02h08 •
atualizado às 03h18 O irreverente musical The Book of Mormon, que conta de forma
bem-humorada a história de dois jovens mórmons que se tornam missionários em
Uganda, foi o grande nome da 65ª edição do prestigioso prêmio Tony, realizado
no Beacon Theatre, em
Nova York, ao vencer na noite deste domingo em nove categorias, inclusive a
de melhor musical. Neil Patrick Harris, da série How I Met Your Mother,
foi o principal apresentador da noite e não deixou faltar piadas sobre os
últimos escândalos ocorridos nos Estados Unidos, como a revelação de uma nova
paternidade de Arnold Schwarzenegger e as fotos inapropriadas do congressista
democrata Anthony Wiener divulgadas no Twitter. The Book of Mormon aborda a expedição de
dois otimistas missionários a um lugar devastado pela fome e pela AIDS,
tudo com melodias e coreografias típicas da Broadway. Por trás da obra, estão os criadores da satírica série de desenhos South Park, Trey Parker e Matt
Stone, e o compositor Robert López, autor do musical Avenue
Q, já consagrado no Tony. O concorrente mais forte era The Scottsboro Boys, musical sobre o caso real de nove
adolescentes afro-americanos acusados injustamente de estuprar duas mulheres
brancas nos anos 1930 no Alabama, que recebeu 12 indicações. Ambos disputavam a categoria de Melhor Musical com Catch Me If You
Can e Sister Act, produções bem-sucedidas baseadas respectivamente nos
filmes Prenda-me Se For Capaz e Mudança de Hábito. Além da categoria mais cobiçada, The
Book of Mormon venceu
também os prêmios de Melhor Direção (Casey Nicholaw e Trey Parker), Melhor
Libreto (Trey Parker, Robert Lopez e Matt Stone),
Melhor Música (Trey Parker, Robert Lopez e Matt
Stone), Melhor Atriz Coadjuvante (Nikki James),
Melhor Orquestra (Larry Hochman e Stephen Oremus), Melhor Engenharia de Som (Brian Ronan), Melhor Cenografia (Scott Pask)
e Melhor Iluminação (Brian MacDevitt). Anything Goes levou os prêmios de Melhor Revival,
Melhor Atriz (Sutton Foster) e Melhor Coreografia
(Kathleen Marshall). Já
o prêmio de Melhor Ator foi para
Norbert Leo Butz, de Catch Me If You Can, enquanto John Larroquette (How
to Succeed in Business Without Really Trying) recebeu
o de Melhor Ator Coadjuvante. Sucesso no cinema e no teatro, a comédia musical Priscilla, a Rainha do Deserto ganhou o Tony de Melhor
Figurino, com os designers Tim Chappel
e Lizzy Gardiner. Os
trajes excêntricos das drag queens
que atravessam o deserto australiano repetiram a façanha que o filme homônimo
fez no Oscar de 1995. Já nas categorias não-musicais, o prêmio de Melhor Peça foi para
War Horse, adaptação de
Nick Stafford do romance homônimo publicado em 1982 pelo autor de contos infanto-juvenis Michael Morpugo, que fala sobre os laços entre um
adolescente e seu cavalo. Essa história, ambientada na Primeira Guerra Mundial, levou
também os prêmios de Melhor Direção (Marianne Elliott
e Tom Morris), Melhor Desenho de Som (Christopher Shutt),
Melhor Cenografia (Rae Smith) e Melhor Iluminação (Paule Constable). No que diz respeito ao elenco, Frances McDormand
(Good People) ganhou o
prêmio de Melhor Atriz, enquanto Mark Rylance (Jerusalem) foi agraciado como Melhor Ator, desbancando
inclusive o bem cotado Al Pacino, protagonista de O Mercador de Veneza. A emocionante The Normal Heart, que aborda a expansão da AIDS em Nova York
nos anos 1980, também foi destaque no Tony 2011. Escrita por Larry Kramer,
que a definiu como uma "autêntica obra de amor", a peça venceu nas
categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Ellen Barkin),
Melhor Ator Coadjuvante (John Benjamin Hickey) e
Melhor Revival. Por fim, o prêmio de Melhor Figurino entre as peças não-musicais
foi para The Importance of Being Earnest
(Desmond Heeley), escrita em 1895 por Oscar Wilde. O prêmio Tony, criado em 1947 e assim nomeado para homenagear a
atriz Antoinette Perry, é considerado o mais
importante da cena teatral americana, e equivale ao que o Oscar é para o
cinema, o Grammy à música e o Emmy à televisão. |