Acreditar sempre foi meu forte e a oportunidade de participar de uma Conferência Internacional de Aids era uma experiência que almejava enquanto ativista.

Foi um longo caminho para o meu amadurecimento técnico e político, mas quando me candidatei para estar neste espaço me senti pronta para encarar os desafios, vencer barreiras, desembarcar em outro país e vivenciar a cultura local, além de dialogar em outro idioma e trocar experiências com militantes de diferentes continentes.

É uma honra, como mulher, representar o Mopaids (Movimento Paulistano de Luta Contra Aids) na 22º Conferência Internacional de Aids, que acontece até o dia 27 de julho, em Amsterdã, na Holanda.

Por outro lado, é uma grande responsabilidade absorver tantas informações e acompanhar o maior número de debates técnicos e do mmovimento social. Há discussões por toda parte, conferências, simpósios, mesas temáticas, articulação com o movimento social internacional e socialização espaços de representação local.

Com o objetivo de adquirir conhecimento e entender um pouco mais das diversas nuances da epidemia, que vai da Àfrica Subsaariana, que luta as duras penas para o acesso universal aos antirretrovirais, até as experiências exitosas dos países que têm políticas públicas de educação sexual nas escolas para adolescentes.

São debates e apresentações de estudos que comprovam cientificamente que I é igual a I (indetectável igual a intransmissível), até a amplificação de PreP (profilaxia pré-exposição) no mundo. Enfim, é uma experiência transformadora que está apenas começando!

Anseios em ver inovações da comunidade científica, principalmente sobre a cura da aids, otimismo nos avanços sobre preconceito e discriminação às pessoas vivendo com HIV/Aids e no fortalecimento da sociedade civil.

É impossível adentrar esse universo de discussões e conhecimento e sair daqui a mesma pessoa. Aprimorar é necessário, “quebrando obstáculos e construindo pontes que realmente possibilitem novas trajetórias” para contribuir ainda mais no enfrentamento da epidemia de aids.

* Margarete Preto é ativista, vice-presidente do Projeto Bem-Me-Quer, membro do Mopaids e participa da Conferência Internacional de Aids com o apoio do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo.