Quem tem HIV, faz tratamento antirretroviral e tem carga viral indetectável há pelo menos seis meses não transmite o vírus sexualmente. A afirmação se baseia em diversos estudos com resultados sólidos e conclusivos – HPTN 052 e Partner, de 2016, e Opposites Attract, de 2017 –, os quais têm levado à atualização da mensagem sobre transmissibilidade por parte de autoridades como o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos e a Sociedade Internacional de Aids (IAS) , da Suíça.

No Brasil, o Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, também reconheceu, por meio de nota, em 2017, que indetectável é igual a intransmissível.

Com os tratamentos atuais a base de antirretrovirais, cada vez mais pessoas com HIV estão conseguindo reduzir a carga viral no sangue para níveis indetectáveis por testes laboratoriais.

De acordo com o Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids), o assunto já é consenso entre cientistas. “Esse conhecimento pode ser empoderador. A consciência de que eles não estão mais transmitindo o HIV sexualmente pode proporcionar um forte senso de que passam a ser agentes de prevenção em sua abordagem para os relacionamentos novos ou já existentes.”

“Pessoas vivendo com HIV em tratamento antirretroviral e com carga viral indetectável em seu sangue têm um risco negligenciável de transmissão sexual do HIV. Dependendo das drogas empregadas, pode levar até seis meses para que a carga viral fique indetectável. Supressão viral do HIV contínua e confiável requer a seleção de medicamentos apropriados e excelente adesão ao tratamento. A supressão viral do HIV deve ser monitorada para assegurar tanto os benefícios de saúde pessoal quanto de saúde pública”, diz a Declaração Internacional de Consenso Indetectável igual Intransmissível.

A Declaração também é endossada por 550 organizações de 70 países em todo o mundo. Do Brasil, quatro organizações assinaram a Declaração de Consenso: o GIV (Grupo de Incentivo à Vida), o Fórum das ONG/Aids do Estado de São Paulo, vHIVo.com e a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids.

Especialistas recomendam ainda que a pessoa com carga viral indetectável faça exames periodicamente. E embora ela não transmita o vírus, pode contrair outras infecções sexualmente transmissíveis, o que deve ser levado em conta quando se vai optar por usar preservativo ou não.

 

Leia mais sobre o assunto em:
CDC
The Lancet
Washington Post
Community Partners
GIV
Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids