Por Adriano Queiroz*

O carnaval é uma época em que as pessoas saem para se divertir, encontrar amigos, dançar e festejar os dias com suas diversas fantasias, principalmente com a retomada do carnaval de rua nos últimos anos. No meio de toda essa diversão, os corpos se encontram e acontece desde relações rápidas até aquelas que se estendem para além da folia (amor também pode nascer num feriado prolongado, não é?). E é melhor se divertir com mais segurança, tranquilidade e se prevenir contra as infecções sexualmente transmissíveis (IST). 

A camisinha ainda é o método mais seguro e fácil de prevenção ao HIV e as outras IST. Neste carnaval vai ter muita camisinha na folia! O Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo irá realizar ações de distribuição de preservativo masculino no Sambódromo nos dias 9 e 10 de fevereiro; além disso, desde o começando do ano, os agentes de prevenção já estão realizando atividades junto aos ensaios das escolas de samba e, neste período, com mais intensidade nas quadras, barracões e nos blocos de rua. Também estamos em parceria com a ONG Aids Healthcare Foundation (AHF) com 10 displays de dispensação de preservativo em larga escala, próximos aos 10 postos médicos do Carnaval de Rua que atendem os mais de 500 blocos que desfilarão na cidade disponibilizando em todas atividades conjuntas mais de 1,5 milhão de preservativos. Então pegue a camisinha e envolva-se nessa festa!

Mas e se a camisinha estourar ou acontecer de não usar? Quando se passa por uma situação de risco de infecção pelo HIV, é possível fazer a PEP (profilaxia pós-exposição), que consiste em tomar medicamentos antirretrovirais em até 72 horas após a exposição. Lembrando que quanto antes melhor! O município tem 48 serviços de saúde que ofertam PEP, sendo que 36 atendem 24 horas por dia. 

Portanto, mesmo se a exposição for ao longo do final de semana ou feriado é possível acessar essa tecnologia. O gel lubrificante também é um recurso importante, pois facilita a penetração reduzindo a possibilidade de fissuras na pele e outros tecidos do corpo que podem ser porta de entrada para as ISTs. 

E por que não falar só de camisinha já que é o melhor método de prevenção às ISTs e gravidez não planejada? Porque hoje temos diversas tecnologias, que combinadas, diminuem a chance de infecção do HIV. Como também a PrEP (profilaxia pré-exposição), já disponível em 5 serviços da Rede Municipal Especializada em DST/Aids; o tratamento como prevenção, onde uma pessoa soropositiva tem ganhos individuais, controlando o vírus em seu corpo, e tendo carga indetectável há mais de seis meses as chances de transmissibilidade são desprezíveis, conhecido como I = I (Indetectável = Intransmissível). Sendo assim, a correta adesão ao tratamento aos que são soropositivos e testar-se com frequência os que não são, é muito importante. O conhecimento da sorologia é fundamental, principalmente para o tratamento precoce, caso o resultado do teste seja reagente.

Então combine diversão com prevenção e use os métodos conforme as suas necessidades. Prevenção e prazer quanto mais juntos estiverem, melhor!

* Adriano Queiroz é graduado em Biblioteconomia e Ciência da Informação, mestrando em Ciência Humanas e Sociais, pela Universidade Federal do ABC, pesquisando sexualidade e gênero, trabalhou no Grupo de Apoio e Prevenção à Aids de São Paulo (GAPA – BR/SP), de 2009 a 2014, em gestão da informação em saúde, atividades de prevenção ao HIV e outras ISTs e foi parte da equipe de testagem do Projeto Viva Melhor Sabendo. Desde 2014, integra a equipe do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo, onde atualmente é coordenador do setor de Prevenção.